Em um artigo da Campus Life [A vida no Campus], uma jovem enfermeira escreve sobre sua luta para aprender a enxergar em uma paciente a imagem de Deus sob um “doloroso disfarce”.
Eileen foi uma de suas primeiras pacientes, um caso completamente sem esperanças. “Um aneurisma cerebral (rompimento de veias no cérebro)”, escreve a enfermeira, “impedia que ela tivesse consciência do que ocorria em todo o seu corpo”. Logo os médicos concluíram que Eileen estava totalmente inconsciente, incapaz de sentir dor e alheia a tudo o que se passava a seu redor. A equipe de enfermagem do hospital tinha a responsabilidade de virá-la no leito a cada hora para evitar a formação de escaras e de alimentá-la duas vezes por dia “com uma espécie de mingau ralo que passava por um tubo até chegar ao estômago”. Cuidar dela era uma tarefa ingrata.
- Em estados tão graves como esse – dissera-lha uma enfermeira mais antiga do hospital -, você precisa desligar-se emocionalmente da situação.
Em conseqüência disso, Eileen começou a ser tratada cada vez mais como um objeto, um vegetal...
A jovem enfermeira, porém, decidiu que não trataria aquela paciente assim. Ela conversava com Eileen, cantava para ela, incentivava-a e chegou até a presenteá-la com algumas lembrancinhas. Certo dia, quando a situação ficou realmente muito complicada, sendo a ocasião ideal para a jovem enfermeira descarregar toda a sua frustração sobre a paciente, ela, pelo contrario, agiu com extrema bondade. Era o Dia de Ações de Graças, e a enfermeira disse à paciente:
- Eu estava muito mal-humorada esta manhã, Eileen, porque hoje seria o meu dia de folga. Mas, agora que estou aqui, sinto-me feliz. Eu não poderia deixar de vê-la no Dia de Ações de Graças. Você sabia que hoje é Dia de Ação de Graças?
Nesse exato momento, o telefone tocou. Enquanto se virava para atendê-lo, a enfermeira olhou de relance para a paciente. Ela relatou: Eileen estava “olhando para mim... chorando. Grandes lágrimas caíam sobre o travesseiro, e seu corpo inteiro tremia”.
Aquela única manifestação de emoção que Eileen deixou transparecer foi suficiente para mudar a atitude de todos os funcionários do hospital em relação a ela. Pouco tempo depois, Eileen faleceu. A jovem enfermeira encerra seu artigo dizendo:
“Continuo a pensar nela... Ocorreu-me que devo muito a ela. Se não fosse Eileen, eu jamais saberia o que significa dedicar-se a alguém que não pode oferecer nada em troca”.
Fonte: Histórias para o coração / Ed.United Press / Alice Gray.
Jáse passaram algumas horas que estou aqui nesta cisterna, não entendo porque meus irmãos fizeram isto comigo, depois de estar andando a procura deles tenho uma recepção desta, sou agredido com palavras e lançado nesta cisterna.
Nãotenho culpa de meu pai me amar mais, não posso ser culpado pelas atitudes de meu pai, não tenho culpa de ser filho de sua velhice. Meus irmãos me odeiam por relatar a eles meus sonhos, sou acusado de ser um sonhador, como se eu pudesse manipular alguma coisa, estou cansado de estar neste buraco.
Estoucansado de caminhar atrás deles para levar noticias suas a meu pai, estou cansado de ser agredido com palavras, não tenho culpa, eles não tinham o direito de me enfiar neste buraco, direito eles tem, para fazerem isto comigo, contarei tudo a meu pai, assim que chegar em minha casa, eles vão ter o que merecem.
Estou nesta cisterna já algumas horas sem água, neste calor, será que meus irmãos não têm compaixão de mim. Porque eles agem desta maneira para comigo, será que fui tão mal com eles, o que fiz para eles, somente relatei os meus sonhos, o que tem demais em relatar um sonho a sua família.
- Rúben, Rúben, onde estará Rúben, ele não me escuta.
Estou percebendo um movimento lá fora, não consigo saber o que esta acontecendo, mas estou escutando algo que parece ser uma negociação.
Estão lançando a corda, ufa ainda bem que esta brincadeira esta chegando ao fim, isto não e coisa que se faça, estou morrendo de sede, sujo, contarei tudo a meu pai.
- Judá o que esta acontecendo, quem são estes homens, porque eles estão me levando, faça alguma coisa Judá, faça alguma coisa, estão me raptando, me ajudem, por favor.
- Já fizemos algo por você e por nós, nós lhe vendemos.
Por que meus irmãos estão fazendo isto, são minha família, comiam comigo, apascentamos rebanhos juntos, o que estão fazendo comigo, o que dirão para meu pai, para onde estou indo.
Estou sendo negociado como se fosse um escravo,é isto, um escravo, é isto que eles acham que sou, um escravo!
Como podem fazer isto comigo,sou irmão deles,sou parte desta família, como podem faze isto eu não os entendo.
Lembro-me desta situação com muita tristeza e ao mesmo tempo com muita alegria pois a princípio toda traição e dolorosa, mas me alegro por entender que Deus estava comigo nesta situção, e conduziu tudo para o louvor de sua glória,alguns anos se passaram, e hoje entendo algumas coisas sobre meu Deus, algumas coisas que não entendia naquela época. Meu Deus sempre será Soberano, e conduzira tudo para seu louvor.
Assim são os planos de Deus, muitas coisas nos acontecem, não entendemos que tudo faz parte de um plano muito maior, achamos que as pessoas são injustas, achamos que estamos sofrendo demais, mas tenha calma no tempo certo entenderemos os motivos e as formas que Deus usa para executar seu plano. Neste momento eu não estava compreendendo que os sonhos de Deus tinham que ser realizados, só conseguia enxergar a traição que meus irmãos estavam fazendo comigo, não estava entendendo que eu era a parte essência do plano de Deus para a salvação de uma nação e de minha própria família.
Lembre-se você faz parte de um plano maior, um plano que sua mente as vezes não é capaz de captura você faz parte de um plano eterno.
Afortunadamente para nós todos, a natureza não é fixa, mas plástica. Todo ser humano acha-se em estado de vir ser, de passar do que era ao que há de ser. E isso é verdade quanto ao cristão, como também quanto a todas as demais pessoas.
O novo nascimento não produz o produto acabado. A nova coisa nascida de Deus acha-se tão longe de estar completa como o bebê recém-nascido uma hora atrás. Esse novo ser humano, no momento em que nasce, é colocado nas mãos de poderosas forças modeladoras que em grande medida determinarão se ele será um cidadão correto ou um criminoso. A única esperança para ele é poder escolher mais tarde as forças que o modelarão, e, pelo exercício do seu poder de escolha, colocar-se nas mãos certas. Nesse sentido ele se modela a si próprio, e finalmente é responsável pelo resultado.
Não é outra forma com o cristão. Ele pode amoldar-se se colocando primeiro nas mãos do supremo Artista, Deus, e depois se sujeitando às santas influências e aos poderes formadores que façam dele um homem de Deus ou pode confiar-se estultamente a mãos indignas e tornar-se por fim um vaso mal feito e destituído de arte, de pouco uso para a humanidade e pobre exemplo da habilidade do Oleiro celestial.
A quem objete que não podemos modelar-nos a nós mesmos, que somente Deus pode amoldar-nos, oferecemos esta explicação: Um jovem resolve querer os benefícios de um saudável bronzeado. Agora, ele se bronzeia, ou o sol o bronzeia? Naturalmente a resposta é que ele se bronzeia expondo-se ao sol. Tem apenas que pôr-se em contato com os raios do sol, e o sol cuidará do restante.
Assim nos amoldamos expondo as nossas vidas às influências modeladoras, boas ou más, ao nosso redor. Façamos este pensamento descer do teórico para o prático, e identifiquemos alguns dos poderes que nos modelam.
AMIGOS.Somos todos poderosamente influenciados por nossos companheiros. Mesmo as personalidades mais fortes são modeladas pela companhia que mantêm. Poderão gabar-se de que, com suas personalidades dominantes, estão modelando outros e não são influenciados pelas vidas dos seus amigos; mas não podemos escapar do poder das amizades.
LITERATURA. O que lemos com satisfação influi bastante na decisão do que seremos finalmente. Dedicar a mente ao fascínio de um livro é ser barro na mão do oleiro. Em nosso sistema protestante, ninguém pode decidir o que leremos, mas o que lemos nos modelará para o bem ou para o mal.
MÚSICA. Há em torno da música um sutil encanto a que nenhuma pessoa normal pode resistir. Age condicionando e preparando a mente para a recepção de idéias, morais e imorais, idéias que, por sua vez, preparam a vontade para agir reta ou pecaminosamente. A noção de que a música e as canções servem apenas para divertir e que os seus efeitos são de somenos importância, é erro mortal. Na realidade exercem poderosa influência criadora sobre a plástica alma humana. E os seus efeitos duradouros transparecerão durante o nosso crescimento na graça ou no pecado.
PRAZERES. A constituição humana é estruturada de forma que requer certa medida de prazer; é constituída para o prazer como harpa o é para a música e, sem ele fica incompleta e frustrada. O pecado não está em aceitar o prazer, mas em derivá-lo de objetos errôneos. A mãe cuidando do seu bebê com ardor repassado de gozo, ou morrendo de alegria quando se lhe diz que o seu filho recém-nascido é normal e viverá, apresenta em terno quadro do prazer altruísta. O homem à mesa de baralho, fascinado pelas emoções e riscos do jogo, é exemplo do prazer depravado e desmoralizador. O cristão deve examinar bem os seus prazeres, pois eles o enobrecerão ou o envilecerão, e isto por uma misteriosa lei da alma da qual não há fuga.
AMBIÇÕES. Os grandes santos do mundo foram todos ambiciosos. Eram impelidos para diante por uma compulsão interna que acabava sendo demasiada para eles. Paulo afirmou que a sua ambição era o desejo de conhecer a Cristo e penetrar no mais completo sentido da sua morte e ressurreição, e se empenhou em avançar em direção a esse alvo com tudo que tinha. Por essa ambição foi impulsionado para cima, rumo ao ponto culminante da perfeição espiritual. Contudo, as ambições carnais e egoísticas, produzem justamente o efeito oposto. Cada um deve observar com atenção as suas ambições, pois estas o modelarão como o artista modela o dócil barro.
PENSAMENTOS. Nós, cristãos, precisamos levar em conta o tremendo poder que jaz no simples e comum pensamento. Deixamos que nos defraudassem quanto a um precioso tesouro com tagarelices irresponsáveis de ocultistas misteriosos e de mestres de religião charlatães que exageram as possibilidades da mente humana ou que absolutamente não o compreendem. Fugimos deles, e fugimos para tão longe que nos esquecemos de que continua sendo verdade que uma pessoa será finalmente o que a fizerem ser os seus pensamentos ativos. Dificilmente será exagero dizer que nenhum cristão jamais caiu em pecado sem antes ter-se deixado ficar a incubá-lo com crescente desejo. E toda alma piedosa sabe quantas meditações espirituais foram feitas para o sucesso total da sua vida interior. “Como (o Homem) pensa em seu coração, assim ele é”
Naturalmente há muitas outras forças que modelam as nossas vidas, mas estas são as principais. Em resumo, o cristão sábio tirará vantagem de todos os competentes meios de graça e de todas as influências nobilitantes e purificadoras que Deus em sua providência colocar em seu caminho. Por outro lado, evitará todas as influências degradantes e fugirá das forças que contribuem para o mal. Cabe-lhe somente cooperar com Deus e acatar o bem. Deus mesmo fará o restante.
Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si. Gênesis 5.24
Eis a história de Noé. Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus. Gênesis 6.9
Quando lemos estes textos temos a idéia que Enoque assim como Noé eram pessoas que passeavam com Deus pelas redondezas do bairro onde viviam, isto em parte pode até ter acontecido, nunca iremos saber, mas em nossa língua portuguesa o verbo andar nos traz a idéia de algo que está em movimento, o que pode obscurecer um pouco a narrativa bíblica.
A idéia contida nestes textos não corresponde a um andar (ação de irmos a algum lugar) antes esta ligada a um modo de vida veja o que diz a Nova Tradução Linguagem de Hoje:
Ele viveu sempre em comunhão com Deus e um dia desapareceu, pois Deus o levou. Gênesis 5.24
Em seu Comentário Matthew Henry diz algo a respeito deste texto veja:
Piedade é caminhar com Deus, o que demonstra a reconciliação com Deus, já que ambos não podem andar juntos se não estiverem de acordo. Inclui todas as partes de uma vida santa, reta e sóbria. Andar com Deus é ter Deus sempre diante de nós, para atuar como estando sempre debaixo de seus olhos. Você sempre se preocupar em agradar a Deus em todas as coisas e nada faz para ofendê-lo. É ser seguidor dele como filho amado. O Espírito Santo diz que Enoque andou com Deus, em vez de dizer que viveu Enoque (Deus). Esta foi a sua preocupação e trabalho duro, enquanto outros viviam para si mesmos e para mundo, ele viveu para Deus. Era a alegria da sua vida. ( Comentário Matthew Henry)
Então podemos entender que andar com Deus e termos uma vida semelhante à vida de Noé uma vida integra e justa entre os nossos contemporâneos, somos pessoas diferentes, somos chamados para caminharmos com Deus, este caminhar exige que eu tenha uma vida cheia do Espírito Santo, pois não existe outra forma de caminhar com Deus, se não for segundo o padrão por Ele estabelecido.
O padrão de Deus e sermos semelhantes ao seu Filho Jesus Cristo o apóstolo João escreveu algo a este respeito:
Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou. 1 João 2.4-6
Caminhar com Deus, não é algo que você pode adquiri na esquina ou algo que você mesmo pode produzir caminhar com Deus exige fé para sermos transformado por Ele, para o louvor de sua glória.
O diferencial na vida destes homens é que todos Eles andaram com Deus exercendo uma fé viva diante dele, fé esta que mudou seu modo de vida fazendo com que eles fossem diferentes em sua geração. Andar com Deus é algo sobrenatural. Andar com Deus e ter uma vida cheia de transformações geradas no poder do Espírito Santo, e sermos direcionados por Ele, e agirmos segundo sua vontade e estarmos atentos a sua voz.
Andar com Deus é estarmos de tal forma em uma comunhão tão profunda que ao soar a trombeta, estejamos prontos para escutarmos o chamado Dele, e sermos por Ele arrebatados para vivermos juntos por toda a eternidade.
Andemos com Deus sendo transformados por Ele, e que nossa vida seja um ponto de referência para uma geração corrompida pelo pecado.
As escrituras ensinam que o pecado de Adão afetou muito mais que a ele próprio (Rm 5.12-21; 1 Co 15.21-22).
Esta questão é chamada pecado original e postula três perguntas: até que ponto, por quais meios e em que base o pecado de Adão é transmitido ao restante da humanidade?
Qualquer teoria do pecado precisa responder as três perguntas e satisfazer os seguintes critérios bíblicos:
Solidariedade: Toda humanidade, em algum sentido, esta unida ou vinculada, como numa única entidade, a Adão (por causa dele, todas as pessoas estão fora da bem-aventurança do Éden; Rm 5.12-21; 1 Co 15.21-22).
Corrupção: Por estar a natureza humana tão deteriorada pela Queda, pessoa alguma tem capacidade de fazer o que é espiritualmente bom sem a ajuda graciosa de Deus. A esta condição chamamos corrupção total ou depravação da natureza. Não significa que as pessoas não possam fazer algum bem aparente, apenas que nada do que elas façam será suficiente para torná-las merecedoras da salvação. E este ensino não é exclusivamente calvinista. Até mesmo Armínio (mas não todos os seus seguidores) descreveu o "livre-arbítrio do homem em favor do verdadeiro Bem", na condição de "preso, destruído e perdido... não tem nenhuma capacidade a não ser aquela despertada pela graça divina". A intenção de Armínio, assim como depois a de Wesley, não era manter a liberdade humana a despeito da Queda, mas asseverar que a graça divina era maior até mesmo que a destruição provocada pela Queda.
Assim a corrupção é reconhecida na bíblia. Salmo 51.5 menciona Davi sendo concebido em pecado, ou seja: seu pecado remontava à concepção. Romanos 7.7-24 sugere que o pecado, embora morto, estava em Paulo desde o princípio. Mais categoricamente, Efésios 2.3 declara que todos somos "por natureza filhos da ira". "Natureza" (phusis) fala da realidade fundamental ou origem de uma coisa. Daí ser corrupto o "conteúdo" de todas as pessoas.
Posto que a Bíblia ensina estarem corrompidos os adultos e que cada um produz o seu igual (Jó 14.4; Mt 7.17-18; Lc 6.43), os seres humanos forçosamente produzem filhos corruptos. A natureza corrupta produzindo filhos corruptos é a melhor explicação da universalidade do pecado.
Fonte: Teologia Sistemática – Uma Perspectiva Pentecostal - editado por Stanley M.Horton.
A INFLUÊNCIA DE CALVINO NA CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER
A Confissão de Fé de Westminster foi elaborada no século XVII, quase um século após a morte de Calvino, por pastores e teólogos puritanos, reunidos com esse finalidade pelo Parlamento Inglês, na Assembléia de Westminster.
O alvo dos eruditos ali reunidos durante vários anos era um só: formular de forma sistemática a doutrina bíblica, partindo dos princípios de interpretação herdados da Reforma.
A Igreja Presbiteriana tem adotado essa Confissão como a expressão correta do ensino das Escrituras.Os seus autores foram profundamente influenciados por João Calvino. Essa influência se percebe claramente no ensino da Confissão sobre o Espírito Santo, e em especial, na relação do Espírito com a Palavra.
Assim, no seu capítulo sobre as Escrituras, a Confissão declara, nos melhores termos calvinistas, que a autoridade das Escrituras não depende do testemunho do homem ou da Igreja, mas de Deus (I, 4), que a nossa certeza da sua infalível verdade e autoridade divina provém do testemunho do Espírito Santo em nossos corações (1,5), que às Escrituras nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições de homens (I, 6).
A Confissão reafirma, com Calvino, que é necessária a íntima revelação do Espírito de Deus para a compreensão salvadora das coisas reveladas na Palavra (I, 6), e que, finalmente, o Juiz supremo pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser examinadas é o Espírito Santo falando nas Escrituras (I, 8).
Fonte: Calvino - O Teólogo do Espírito Santo - Augustus Nicodemos Lopes
Em primeiro lugar, o ensino de Calvino sobre o testemunho interno do Espírito vem lembrar à Igreja que, nestes tempos difíceis, ela deve buscar de Deus a íntima iluminação do Espírito para compreender e aplicar as Escrituras à sua vida e missão. Corremos o risco de pensar que Calvino, em sua luta contra os excessos dos "Entusiastas", caiu no extremo do academicismo frio. Balke nos relata o que de fato ocorreu:
"Calvino, o teólogo do Espírito Santo, queria guardar-se contra o fanatismo, sem porém impedir a liberdade do Espírito."
Como Calvino, devemos nos guardar dos excessos de hoje, ao mesmo tempo em que, submetendo-nos à liberdade do Espírito, procuramos a Sua iluminação.
Todavia, para isso, é necessário arrependimento e saneamento da vida das igrejas focais, dos conselhos, concílios, organizações e instituições eclesiásticas que compõem a IPB. É preciso nos voltarmos a Deus em oração, suplicando a iluminação do Espírito, como bem orienta a Carta Pastoral da Igreja Presbiteriana do Brasil sobre o Espírito Santo:
Ao mesmo tempo em que orienta a Igreja a guardar-se de uma interpretação das Escrituras que parte dos princípios hermenêuticos equivocados da experiência neopentecostal, a Igreja também adverte contra uma interpretação intelectualizada e árida das Escrituras, que se esquece da necessidade da iluminação do Espírito para sua compreensão e de que Deus promete ensinar àqueles que procuram andar em santidade e retidão (Sal. 119:18, 33-34; Luc. 24:44-45).
Em segundo lugar, Calvino nos desafia a examinar todas as manifestações espirituais pelo crivo da Palavra de Deus, quanto à natureza, ao propósito, e ao modo dessas manifestações. Essa prática está pressupondo corretamente o ensino bíblico de que o Espírito Santo não Se contradiz. As Escrituras foram inspiradas por Ele. Embora o Espírito aja de formas distintas em épocas distintas, jamais o faz em contradição ao que nos revelou na Palavra. Deveríamos estar abertos para o fato de que o Espírito tem enfatizado aspectos diferentes da Palavra em épocas diferentes - porém, jamais indo além dela ou contra ela.
Em terceiro lugar, o ensino de Calvino nos alerta contra os que pretendem ter total controle sobre o Espírito, que pretendem dispensar o batismo do Espírito pela imposição de mãos, que "ensinam" aos crentes imaturos e incautos a falar em línguas. Alerta-nos a rejeitar todo ensino, movimento, culto, liturgia, onde a Palavra de Deus não receba a devida proeminência. Se o Espírito fala pela Palavra, a Palavra deve ser o centro.
Muitos presbiterianos consideram-se calvinistas e reformados, mas quantos realmente percebem as implicações do ensino calvinista reformado sobre a obra do Espírito para as práticas neopentecostais que são aceitas em muitas das nossas igrejas? Calvino foi, de fato, um homem do Espírito Santo, que guiado por Ele, tornou-se o principal instrumento de Deus para a Reforma do século XVI, movimento que, na realidade, foi um dos maiores avivamentos espirituais ocorridos na Igreja Cristã, após o período apostólico.
Todos nós queremos um avivamento espiritual, da mesma magnitude. Calvino, que viveu e ministrou em meio àquela tremenda manifestação de poder divino, não teve receio de ofender o Espírito por inquirir, de forma profunda e meticulosa, sobre a genuinidade dos fenômenos que sempre acompanham os grandes movimentos espirituais da história.
Se por um lado não devemos ter medo do que o Espírito possa fazer, por outro, devemos temer a obra espúria dos espíritos enganadores, corno também o nosso próprio coração enganoso.
E por fim, vale a pena mencionarmos que "a era do Espírito Santo", como é conhecida em muitos meios neopentecostais, iniciou-se, não em 1906, com a reunião na rua Azuza, nos Estados Unidos, mas desde o dia de Pentecoste. As evidências bíblicas são numerosas. Em seu sermão no dia de Pentecoste, o apóstolo .
Os demais apóstolos ensinaram, semelhantemente, que os últimos dias, a dispensação anterior ao dia do julgamento final, já havia chegado (1 Cor. 7:29; 1 João 2:18). Enfatizo esse ponto pois alguns poderiam argumentar que estamos vivendo hoje na "era do Espírito", e que Calvino viveu antes dessa época.
Os que assim acreditam, afirmam que hoje o Espírito está agindo de uma forma muito mais intensa, e mesmo, diferente, da época da Reforma, e que, portanto, o que Calvino experimentou e ensinou está, num certo sentido, ultrapassado. Entretanto, as Escrituras nos ensinam que a Igreja já está vivendo os últimos dias, a dispensação do Espírito, desde o período apostólico. Calvino viveu e ensinou em plena época do Espírito, tanto quanto nós hoje vivemos e labutamos. O ensino de Calvino, por ser bíblico, pode nos servir de balizamento, indicando-nos o estreito caminho do equilíbrio, entre uma vida de piedade e uma mente firmada nas antigas doutrinas da graça.
Fonte: Calvino - O Teólogo do Espírito Santo - Augustus Nicodemos Lopes
Dou-vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei. Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros.
Evangelho de João 13.34-35
Eu hoje fiz a seguinte pergunta a mim mesmo; "André você ama as pessoas incondicionalmente?".
Ao pensar sobre o amor de Deus, percebi que seu amor por mim é incondicional, Ele não me recebe com algum tipo de condição, não, Ele simplesmente me ama, assim como sou.
Eu que sou o mais vil, dentre todos os pecadores, fui chamado de um mundo totalmente tenebroso, onde o que imperava era a minha vontade, subjugada pela influência do diabo e seus demônios (Ef. 2.1-3). Esta atitude me colocava como inimigo de Deus (Tg. 4.4).
Fui chamado de um mundo totalmente tenebroso, para nascer de novo em um reino totalmente diferente, onde o amor é o poder para vencer qualquer situação, o amor a Deus o Pai (Dt. 6.15; Mt.22.37-39; Rm.13.9; Tg.2.8).
Mas às vezes quando tenho que cumprir este mandamento de amar, segundo o exemplo que Jesus me deixou, eu percebo que escolho amar segundo as minhas próprias conclusões, não amo incondicionalmente como Jesus me ensinou, amo às vezes com condição e interesse, por interesse digo os meus.
Isto é errado, é uma situação pecaminosa onde falta em mim o devido arrependimento, desobedeço à lei suprema do evangelho de meu Senhor.
Ameis uns aos outros assim como Eu vos amei.
Devo te seguir meu Senhor sem reservas. Devo amar qualquer pessoa, não importa sua nacionalidade, sua crença, sua cor, seja esta pessoa baixa ou alta, belo ou esquisita, rica ou pobre, ignorante ou alfabetizada, seja ela uma prostituta ou o mais importante empresário de meu País, devo amar sem reservas, pois o amor não se esgota, o amor não tem fim (1Co. 13.8).
Devo amar como Jesus me ama, incondicionalmente.
Às vezes ao ler este evangelho de João passo sem perceber a profundidade deste mandamento, não digo o mandamento em si, digo a profundidade de ver o Rei do Universo, aquele que segundo as escrituras é denominado o Rei dos reis (1TM. 6.15; Ap.17-14; Ap.19.16 ), aquele que nesta noite reunido com seus discípulos lava aos pés de cada um deles(Jo.13.3-5), este é o meu Rei, como posso relutar contra seu exemplo, como posso me justificar se aquele que se despojou de toda sua glória(Fp.2.7-8) foi capaz de amar e servir com amor incondicional a seu próximo, como posso eu ainda dizer que não sou capaz de amar como ele me ama.
... Como Eu vos amei.
Esta expressão "como Eu vos amei" não deixa espaço para qualquer tipo de justificação ou impossibilidade para não amarmos. Isto foi impactante na vida destes discípulos, ali estava o Rei, que tinha tomado a forma de servo, o Rei com uma toalha e uma bacia, sim o Rei mostrando como deveríamos amar. Que lição de humildade e amor. Os discípulos neste momento registram em suas memórias, um dos exemplos mais impactantes de amor, exemplo este que antecede aquele exemplo maior, a morte na cruz.
Nesta noite os discípulos, imagino, sentiram o que era ser amado de verdade, eles não viram somente o exemplo, eles foram tocados pelas mãos e pelo amor de Jesus.
A única resposta que tenho diante de tudo isto, e que devo me arrepender, e amar ao meu Senhor e Rei de todo meu coração, preciso morrer para mim mesmo, preciso morrer para qualquer tipo de pecado, até este, de não amar como Jesus me ama.
A única razão para cumprir este mandamento é que por meio dele o mundo entenderá que sou seu discípulo, e assim tocarei o coração daqueles que estão perdidos em seus delitos e pecados, amarei como Jesus me ama, e por meio do amor que recebo dele o mundo será tocado e vidas serão transformadas.
Já falamos da necessidade da revelação, da fé e da consagração para vivermos a vida cristã normal, mas nunca entenderemos claramente por que são necessárias, se não tivermos em mente o alvo que Deus tem em vista. Qual é o grande alvo divino, o propósito de Deus na criação e na redenção? Pode se resumir em duas frases, uma de cada seção de Romanos já mencionada. É: "a glória de Deus" (Rm 3.23), e "a glória dos filhos de Deus" (Rm 8.21).
Em Rm 3.23, lemos: "Todos pecaram e carecem da t glória deDeus". O propósito de Deus para o homem era a glória, mas o pecado frustrou esse propósito, fazendo com que o homem se desviasse deste alvo da glória de Deus. Quando pensamos no pecado, instintivamente pensamos no julgamento que ele acarreta; invariavelmente associamo-lo com a condenação e o Inferno. O pensamento do homem é sempre a respeito da punição que lhe sobrevirá se pecar, mas o pensamento de Deus gira em torno da glória que o homem perde se pecar. O resultado do pecado é que perdemos o direito à glória de Deus; o resultado da redenção é que somos qualificados de novo para a glória. O propósito de Deus na redenção e é glória, glória, glória.
Primogênito entre muitos irmãos
Esta consideração nos leva adiante, para o capítulo 8 de Romanos, onde o tema se desenvolve nos vv. 16 a 18, e de Nov nos vv. 29 e 30. Paulo diz: "Somos filhos de Deus. E, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofrermos, para que também com ele sejamos glorificados. Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não são para comparar com a glória por £ vir a ser revelada em nós" (Rm 8.16-18); e ainda, "Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou" (Rm 8.29,30).
Qual era o objetivo de Deus? Era que o Seu Filho Jesus Cristo pudesse ser o primogênito entre muitos irmãos que seriam todos transformados à Sua imagem. Como realizou Deus esse objetivo? "Aos que justificou, a esses também glorificou". Então, o propósito de Deus na criação e na redenção foi fazer de Cristo o primogênito entre muitos filhos glorificados.
Em João 1.14, aprendemos que o Senhor Jesus era "unigênito Filho de Deus: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a Sua glória, glória como do unigênito do Pai". Isto significa que Deus não tinha outro filho senão Este. Ele estava com o Pai desde toda a eternidade. Mas aprendemos que Deus não Se satisfazia em que Cristo permanecesse como o Filho Unigênito.
Desejava também que Ele Se tornasse o Seu primogênito. Como podia um filho unigênito vir a ser o primogênito? E tendo o pai, mais filhos; o primeiro filho que você tiver, ser seu unigênito, mas se tiver outros, este se torna o primogênito.
O propósito divino na criação e na redenção foi que Deus tivesse muitos filhos. Ele nos desejava, e não Se satisfazia sem nós. Há algum tempo, visitei o Sr. George Cutting, autor do famoso folheto "Segurança, Certeza e Gozo". Quando fui levado à presença deste velho crente, de noventa e três anos, ele tomou a minha mão nas suas, e, de maneira calma e ponderada, disse: "Irmão, sabe, eu não posso passar sem Ele, e, sabe, Ele não pode passar sem mim".
Embora estivesse com ele por mais de uma hora, a sua idade avançada e a sua fraqueza física tornaram impossível manter qualquer conversa, mas o que ficou gravado na minha memória, desta entrevista, foi a sua freqüente repetição destas duas frases:
"Irmão, sabe, eu não posso passar sem Ele, e, sabe, Ele não pode passar sem mim".
Ao ler a história do filho pródigo, muitas pessoas se impressionam com as tribulações que lhe sobrevieram, pensando no que ele passou de desagradável. Mas não é e essa a lição da parábola, cujo coração é: "Meu filho estava perdido e foi achado". A questão não é o que o filho sofre, mas o que o pai perde. É Ele o sofredor; é Ele quem perde. Uma ovelha se perde — de quem é a perda? Do pastor. Perde-se uma moeda — de quem é a perda? Da mulher. Perde-se um filho — de quem é a perda? Do pai. É esta a lição de Lucas capítulo 15.
O Senhor Jesus era o Filho Unigênito: não tinha irmãos. O Pai, porém, enviou o Filho, a fim de que o Unigênito pudesse também ser o Primogênito, e o Filho amado tivesse muitos irmãos.Nisto reside toda a história da Encarnação e da Cruz; e temos aqui, finalmente, o cumprimento do propósito de Deus: "Conduzindo « muitos filhos à glória" (Hb 2.10).
Lemos em Rm 8.29: "muitos irmãos", e em Hb 10.10: "muitos filhos". Do ponto de vista do Senhor Jesus Cristo, trata-se de "irmãos"; do ponto de vista de Deus Pai, trata-se de "filhos". Ambas as palavras, neste contexto, expressam a idéia de maturidade. Deus procura filhos adultos, e mais do que isso, não deseja que vivam num celeiro, numa garagem ou no campo: quer levá-los para o a Seu lar. Deseja que compartilhem da Sua glória. É esta a explicação de Rm 8.30: "Aos que justificou, a estes também glorificou". A filiação — a expressão plena do Seu Filho — é o propósito de Deus nos "muitos filhos". Como poderia Ele realizar isto? Justificando-os e depois, glorificando-os. Deus não Se deterá aquém daquele alvo.
Ele Se propõe a ter filhos com Ele na glória, filhos perfeitos e responsáveis. Providenciou para que todo o Céu fosse habitado com filhos glorificados. Foi este o Seu propósito na redenção.
O grão de trigo
Como foi efetuada a obra de Deus em tornar Seu Filho Unigênito em Primogênito? A explicação se acha em João 12.24:"Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, caindo em terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito fruto".
Este grão era o Senhor Jesus, o único que Deus tinha no universo; não tinha segundo grão. Deus colocou este único grão na terra,onde morreu, e, na ressurreição, o grão unigênito se transformou em grão primogênito, porque dele se derivaram muitos grãos.
Em relação à Sua divindade, o Senhor Jesus permanece único como "unigênito Filho de Deus". Todavia, há um sentido em que, da ressurreição em diante, e por toda a eternidade, é também o primogênito, e a Sua vida, a partir de então, se acha em muitos irmãos. Assim, nós, que somos nascidos do Espírito, somos feitos "co-participantes da natureza divina" (II Pe 1.4), não por nós mesmos, e, sim, em dependência de Deus e por virtude e de estarmos "em Cristo". Recebemos "o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso Espírito que somos filhos de Deus" (Rm 8.15, 16). Foi por meio da Encarnação e da Cruz que o Senhor Jesus o tornou possível. Nisto se satisfez o coração de Deus, o Pai, porque pela obediência do Filho até à morte, alcançou os Seus muitos filhos.
O primeiro e o vigésimo capítulos de João são muito preciososa este respeito. No princípio do seu Evangelho, João nos diz que Jesus era o "unigênito Filho do Pai". No fim do Evangelho, diz que o Senhor Jesus, depois de ter morrido e ressuscitado, disse a Maria Madalena: "Vai ter com meus irmãos, e dize-lhes que Eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus" (João 20.17). Até aqui, neste Evangelho, o Senhor falou muitas vezes de "o Pai" ou de "meu Pai". Agora, na ressurreição, acrescenta: "...e vosso Pai". É o Filho mais velho, o Primogênito, que fala. Pela Sua morte e ressurreição, muitos irmãos foram trazidos para a família de Deus, e, portanto, no mesmo versículo, Ele os chama: "Meus irmãos". "Ele não se envergonha de lhes chamar irmãos" (Hb.2.11).
Deus plantou grande número de árvores no Jardim no Éden,mas, "no meio do jardim" — isto é, num lugar de especial proeminência, plantou duas árvores: a árvore da vida, e a árvore do conhecimento do bem e do mal. Adão foi criado inocente: não tinha o conhecimento do bem, nem do mal. E Deus o colocou no Jardim, dizendo com efeito: "Ora, o Jardim está cheio de árvores repletas de frutos, e podes comer livremente do fruto de todas as árvores, mas, no meio do Jardim, há uma árvore chamada 'a árvore do conhecimento do bem e do mal' — não deves comer dela porque, no dia em que o fizeres, certamente morrerás. Mas, lembra-te, o nome da outra árvore, ao pé dessa, é 'árvore da Vida'."
Qual é, pois, o significado destas duas árvores? Adão, por assim dizer, foi criado moralmente neutro — nem pecador nem santo, mas inocente — e Deus colocou estas duas árvores no Jardim para que ele pudesse pôr em prática a faculdade de livre escolha de que era dotado. Podia escolher a árvore da vida, ou escolher a árvore do conhecimento do bem e do mal.
Ora, o conhecimento do bem e do mal, embora a Adão tivesse sido proibido, não é mau em si mesmo. Sem ele, Adão está limitado e não pode, por si mesmo, decidir em questões de ordem moral. O julgamento do que é certo e bom não lhe pertence, e, sim, a Deus, e o único recurso de Adão, quando tem que encarar qualquer problema, é remetê-lo a Deus. Assim, há no Jardim uma vida que depende totalmente de Deus. Estas duas árvores representam,portanto, dois princípios profundos; simbolizam dois planos devida, o divino e o humano. A "árvore da vida" é o próprio Deus, porque Deus é a vida, a mais elevada expressão da vida, bem como a fonte e o alvo da vida. O que representa o fruto? É nosso Senhor Jesus Cristo. Não podemos comer a árvore, mas podemos comer o seu fruto. Ninguém é capaz de receber Deus, como Deus, mas
podemos receber o Senhor Jesus Cristo. O fruto é a parte comestível, a parte da árvore que se pode receber. Podemos assim dizer, com a devida reverência, que o Senhor Jesus Cristo é realmente Deus, em forma recebível: Deus, em Cristo, pode ser recebido por nós.
Se Adão tomasse da árvore da vida, participaria da vida de Deus e assim se tornaria um "filho" de Deus, no sentido de ter em si mesmo vida derivada de Deus.
Teríamos então a vida de Deus em união com o homem: uma raça de homens tendo em si a vida de Deus e vivendo em constante dependência de Deus para a manifestação dessa vida.
Se, por outro lado, Adão se voltasse na direção contrária e tomasse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, desenvolveria então a sua própria humanidade, de forma natural, e separadamente de Deus. Alcançando um elevado grau de façanhas e conhecimentos pelas suas conquistas e aquisições como ser auto-suficiente, teria em si mesmo o poder de formar opiniões independentemente de Deus, não teria, porém, a vidadivina em si mesmo. Era, portanto, essa a alternativa que estava perante ele. Escolhendo o caminho do Espírito, o caminho da obediência, poderia tornar-se um "filho" de Deus, dependendo de Deus para a manifestação da sua vida ou, seguindo o curso natural, ele podia, por assim dizer, dar o toque final em si mesmo, tornando-se um ser auto-dependente, julgando e agindo separadamente de Deus. A história da humanidade é o resultado da escolha que Adão fez.
A escolha de Adão, a razão da Cruz.
Adão escolheu a árvore do conhecimento do bem e do mal, tomando assim uma posição de independência. Ficou sendo o que até hoje é o homem (aos seus próprios olhos): homem "plenamente
desenvolvido" que pode comandar o conhecimento, decidir por si mesmo, prosseguir ou deter-se. Desde então, tinha "entendimento" (Gn 3.6). Mas, a conseqüência que daí resultou, envolvera cumplicidade com Satanás e o colocara sob o juízo de Deus. Foi por isso que o acesso à árvore da vida lhe teve de ser, daí em
diante, vedado.
Dois planos de vida foram colocados perante Adão: o da vida divina, em dependência de Deus, e o da vida humana, com os seus recursos "independentes". Foi pecaminosa a escolha que Adão fez, do último, porque assim se tornou aliado de Satanás para frustrar o eterno propósito de Deus. Escolheu o desenvolvimento da sua própria humanidade, querendo se tornar um homem melhor ou talvez perfeito, segundo o seu próprio padrão — porém, separado de Deus. O resultado, no entanto, foi a morte, porque ele não tinha em si mesmo a vida divina imprescindível para realizar em si o propósito de Deus, e acabou escolhendo ser um agente "independente", do Inimigo. Assim, em Adão, todos nos tornamos pecadores, dominados por Satanás, sujeitos à lei do pecado e da morte e merecendo a ira de Deus. Vemos, assim, a razão divina da morte e da ressurreição do Senhor Jesus. Vemos, também, a razão divina da verdadeira consagração — para nos considerarmos mortos para o pecado mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, e
para nos apresentarmos a Deus como vivos dentre os mortos.
Todos devemos ir à Cruz, porque o que está em nós, por natureza, é uma vida bem nossa, sujeita à lei do pecado. Adão escolheu uma vida própria ao invés da vida divina; assim, Deus teve que pôr termo a tudo quanto era de Adão. O nosso "velho homem" foi crucificado.
Deus incluiu-nos todos em Cristo e crucificou-O, como o último Adão, aniquilando assim tudo o que pertence a Adão.
Depois, Cristo ressuscitou em nova forma; ainda com um Corpo mas "no espírito"; não mais "na carne". "O último Adão, porém, é espírito vivificante" (I Co 15.45). O Senhor Jesus agora tem um Corpo ressurreto, espiritual, glorioso e, desde que não está mais na carne, pode agora ser recebido por todos. "Quem de mim se alimenta, por mim viverá", disse Jesus (João 6.57). Os judeus acharam revoltante a idéia de comer a Sua carne e beber o Seu sangue, mas, evidentemente, não podiam recebê-Lo então, porque Ele estava, literalmente, na carne. Agora que Ele está no Espírito,cada um de nós pode recebê-Lo, e é participando da Sua vida ressurreta que somos constituídos filhos de Deus. "A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus... os quais nasceram... de Deus" (João 1.12,13). Deus não está empenhado em reformar a nossa vida; o Seu pensamento não consiste em trazê-la a certo grau de aperfeiçoamento, porque a nossa vida situa-se num plano essencialmente errado. Naquele plano, Ele não pode agora levar o homem à glória. Tem que criar um novo homem, nascido de Deus, nascido de novo. A regeneração e a justificação caminham juntas.
Há vários planos de vida. A vida humana situa-se entre a vida dos animais inferiores e a vida de Deus. Não podemos lançar uma ponte sobre o golfo que nos distancia do plano inferior ou do plano superior, e a separação que há entre a nossa vida e a de Deus é infinitamente superior à que existe entre a nossa vida e a dos animais. Os seus filhos nasceram na sua família e recebem seu nome porque você lhes comunicou a sua própria vida. Quanto ao seu cão, talvez seja inteligente, bem comportado, um cão notável, mas nunca poderia ocupar a posição de ser seu filho. A questão não é: "Trata-se de um cão bom ou mau?" mas, simplesmente: "É um cão!" Não é por ser mau que fica desqualificado para ser filho: é simplesmente por ser cão. O mesmo princípio se aplica às relações entre o homem e Deus.
A questão não é você é mais ou menos bom ou mau, mas, simplesmente: "É homem!" Se a sua vida está num plano inferior ao da vida de Deus, então você não pode pertencer à família divina. A nossa única esperança, como homens, está em receber o Filho de Deus, e, quando o fazemos, a Sua vida em nós constituir-nos-á filhos de Deus.
O que nós hoje possuímos em Cristo é mais do que Adão perdeu. Adão era apenas um homem desenvolvido. Permaneceu naquele plano e nunca possuiu a vida de Deus. Mas nós, que recebemos o Filho de Deus, recebemos não só o perdão dos pecados, mas também recebemos a vida divina que estava
representada no Jardim pela árvore da vida. Pelo novo nascimento, recebemos algo que Adão nunca tivera e não chegara a alcançar.
Todos vêm de um só
Deus deseja filhos que sejam co-herdeiros com Cristo, na glória. Este é o Seu alvo, mas como pode Ele realizá-lo? Voltemos agora a Hb 2.10,11: "Porque convinha que aquele, por cuja causa e por quem todas as coisas existem, conduzindo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse por meio de sofrimento o Autor da salvação deles. Pois, tanto o que santifica, como os que são santificados, todos vêm de um só. Por isso é que ele não se envergonha de lhes chamar irmãos, dizendo: "A meus irmãos declararei o teu nome,cantar-lhe-ei louvores no meio da congregação".
Mencionam-se aqui duas entidades: "muitos filhos" e "o Autor da salvação deles", ou, noutras palavras, "o que santifica" e "os que são santificados". Mas, diz-se que estas duas entidades "vêm de um só".
O Senhor Jesus, como homem, derivou a Sua vida de Deus e (noutro sentido, mas igualmente verdadeiro) derivamos a nossa vida de Deus. Ele foi "gerado... do Espírito Santo" (Mt "1.20), e nós fomos "nascidos do Espírito", "nascidos... de Deus"(João 3.5; 1.13). Assim, diz Deus, somos todos de Um. "De", no Grego, significa "para fora de". O Filho primogênito e os muitos filhos são todos, embora em sentidos diferentes, tirados "para fora de" a única Fonte da vida. Temos hoje a vida que Deus tem no Céu, porque Ele a transmitiu a nós aqui na terra. Este é o precioso "dom de Deus" (Rm 6.23).
É por essa razão que podemos viver uma vida de santidade, porque não se trata de a nossa vida ter sido modificada, e sim, de a vida de Deus ter sido implantada em nós.
Já notou que, nesta consideração do propósito eterno, toda a questão do pecado deixa, finalmente, de existir? O pecado entrou com Adão e mesmo quando ele for resolvido, como tem de sê-lo, apenas somos levados à posição em que Adão se encontrou.
Mas, relacionando-nos de novo com o propósito divino — restaurando nos o acesso à árvore da vida — a redenção nos deu muito mais do que Adão jamais teve. Fez-nos participantes da própria vida de Deus.
1- Visto que romanos 6 declara que o "nosso velho homem foi crucificado com Cristo", não devemos estar pensando agora sobre o lado da ressurreição visto que "já ressuscitamos com Cristo?
Nunca é seguro pegar um texto e basear sua atitude nele; Você precisa do equilíbrio da verdade. "Se já ressuscitastes com Cristo" - sim, lembre-se que o considerar-se "morto para o pecado" está indissoluvelmente ligado com o "vivo para Deus". Faça a árvore boa e o fruto será bom, mas se colocar o fruto na frente, você se extraviará. Deus tem abençoado você "com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo". Por que você não recebeu todas elas? Por não ter se apropriado delas. Ele está esperando que você reconheça sua necessidade e tome sua posição de "crucificado" e "sepultado" com Cristo, e então, você estará numa posição de "buscar as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado". A vida da velha criação nada produz de bom e Deus a sentenciou à morte. A sentença foi cumprida em nosso Substituto e, quando você concorda com esta sentença e considera aquela morte como sua, o Espírito Santo a torna verdadeira e revela a vida do Senhor Ressurreto em você.
Trará confusão imaginar que você pode um ponto de "morte" de uma vez para todas, e que dali em diante você apenas busca a vida de ressurreição. Na experiência do crente, os dois só podem ser reunidos simultaneamente. Caso contrário você poderá presumir que agora você tem seu corpo de ressurreição e não tem pecado e não pode voltar a ele. A verdade é que você precisa manter uma atitude persistente de "morte" para com o "velho homem", e uma dependência continua da vida do Novo Homem, que é a vida de Cristo em você.
Eu noto que os crentes ficam muito ansiosos para saltar para o lado ressurreto da Cruz, mas existe um perigo quando pensam que a vida de ressurreição é manifestada neles, quando na realidade grande parte da vida do velho ego é visível a todos! Não queremos "morte" por imitação nem "vida" por imitação. Se você realmente deseja a "vida de Jesus manifestada em seu corpo mortal, deve haver uma operação real da sua morte em você também.
"Sem cessar e por toda parte levamos em nosso corpo a morte de Jesus, a fim de que também a vida de Jesus se manifeste em nosso corpo". 2co. 4.10 ed.pastoral
Enquanto estiver no seu corpo mortal, você estará num processo de morte e vida, cada um equilibrando o outro.
Por outro lado, você não deve tomar a atitude de que "vai morrer", mas de que "morreu". Se você colocar no tempo futuro, o beneficio pleno da morte de Cristo não será realizado em você experimentalmente. À medida que o homem exterior perece assim o homem interior é renovado dia a dia.
É por isso que nós não perdemos a coragem. Pelo contrário: embora o nosso físico vá se desfazendo, o nosso homem interior vai se renovando a cada dia. 2co. 4.16 ed.pastoral
Existe sempre a morte do exterior e a renovação do interior.
Esta apropriação persistente da verdade de Romanos 6 destrói o poder do diabo em sua vida e circunstância. Sua experiência não destrói seu poder, mas a morte de Cristo sim. Confiar em nossa experiência nunca fará isso. Somos livrados não por nossa morte, mas pela morte de Cristo aplicada a nós pelo Espírito Santo. A obra consumada de Cristo não e apenas que "Ele levou nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro", mas também que "o nosso velho homem" (isto é, aquela parte do nosso ser que nos faz pecar) "foi crucificado com Ele". Quanto do nosso '"velho homem"? Noventa e nove partes? Não, não! A obra de Cristo foi completa e quando Ele morreu nosso "velho homem" foi crucificado totalmente. Portanto, quando você se apropria daquilo que é ensinado em Romanos 6, você se apropria de todos os benefícios da sua morte e o poder da sua vida ressurreta para aquele momento e para o próximo; você se apropria dele uma e outra vez. Isto é "andar em novidade de vida". Não significa uma luta constante para conservar esta atitude, mas quando você descansa na Palavra de Deus, crendo que aquilo que Ele diz de você em Romanos 6 é verdade, você entra no "descanso da fé" com respeito a ela, e a atitude se torna um habito de vida.
É sábio olhar tanto para dentro de nós?
Você não deve olhar para dentro de si mesmo! Você está em Cristo, olhando para você mesmo e você não olha para ser esmagado pelo que vê, mas para escolher ou recusar. Deus não vai mudar seu tom de voz para você, como se você fosse uma máquina. Ele colocará suas leis em sua mente e as escreverá em seu coração, mas você é a pessoa que agirá sobre elas e é possível tê-las em sua mente e coração e não agir sobre ela. A escolha de como falar, pensar e agir pertence a você e quando você escolhe, o Espírito Santo capacita você cumprir as leis de Deus. O que precisamos é de luz sobre nossos caminhos. Se o homem anda de dia ele não tropeça porque pode ver. Que Deus possa nos dar luz, para que não tenhamos engano próprio e possamos sustentar a verdade sobre nós e saber como escolher o bem e rejeitar o mal por sua graça.
Vejo o inverno como uma estação que dá excelente exemplo do trabalho de transformação do Senhor na vida do cristão. Quando ele chega, é como se o mundo vegetal refletisse a imagem da purificação, mediante a qual Deus remove as imperfeições da vida de seus filhos.
Quando o frio tem início nas asas de uma tempestade de inverno, as árvores vão gradualmente perdendo as folhas. O verde logo é trocado por um de marrom funesto; e as folhas caem e morrem. Presencia-se a perda da bonita vestimenta do verão. Que sensação experimenta você, ao completar essa pobre árvore? Você sente como que uma revelação.
Debaixo de todas as lindas folhas estão toda espécie de irregularidade e defeitos. Eles eram invisíveis em razão das folhas que cobriam. Agora começam a ser revelados! A árvore já não é bonita na sua superfície aparente. Mas será que ela mudou? Não de todo. Tudo continua a ser exatamente como antes. Tudo prossegue sendo como sempre foi! É certo que as folhas já não estão lá para esconder o que é real. A beleza da sua vida exterior apenas ocultou que sempre estivera lá.
A mesma coisa acontece com você. O mesmo sucede com todos os cristãos. Nós podemos parecer bonitos... até que a vida desapareça! Então não haverá a menor dúvida: o cristão irá mostra-se com todos os defeitos. Se Deus não trabalhar para purificá-lo, você se mostrará despido de todas as suas virtudes! Contudo, dentro da árvore existe uma vida; e assim como a árvore, você não está se tornando pior; está simplesmente se vendo como realmente é! É preciso saber que no interior da árvore de inverno ainda há uma vida que produziu lindas folhas na última primavera.
Não, o cristão no mais profundo do seu ser não foi provido de sua virtude essencial. Ele não perdeu vantagens; apenas perdeu algo humano, o senso da própria bondade pessoal, e em seu lugar descobriu sua total desventura. Ele perdeu a comodidade pelo fato de seguir o Senhor. Essa comodidade nasceu mais em virtude da ignorância sobre si mesmo do que de qualquer outra razão.
Assim como acontece com a árvore, acontece com você.
O cristão, espoliado e exposto, aparece perante os próprios olhos como algo desnudo; e todos os que estão à sua volta lhe vêem por primeira vez os defeitos – defeitos que estavam privilegiadamente escondidos, ocultos pelas graças externas.
Algumas vezes tal revelação é tão devastadora para o orgulho do cristão, que ele simplesmente nunca se recupera, decidindo ser um cristão em outro nível; ou renunciando totalmente à idéia de seguir o Senhor.
Através do inverno longo e frio a árvore aparenta estar morta, como muitas da floresta. Mas ela sabe que isso não é verdade. N o momento parece que a destruição é total, mas a verdade repousa em algum lugar.
Essa árvore está submetendo-se a um processo que preserva sua vida e a fortalece. Afinal, o que o inverno faz com ela? Ele faz com que seu exterior se contraia. A vida que está no seu interior não vai mais ser usualmente consumida! Ela vai ficar concentrada no interior do seu tronco e na porção mais oculta de sua raiz, sendo empurrada até bem fundo.
O inverno preserva a árvore – não importa o quando ela pareça estar morta. É verdade que suas folhas caem, deixando-a deformada e exposta; no entanto, nunca esteve mais viva! Durante o inverno, a fonte e o princípio da vida ficam mais firmemente estabelecidos do que em qualquer outra estação.
Nas outras estações a árvore tem de utilizar toda a sua força de vida para adorna-se e embelezar-se. Mas ela faz isso despendendo muita vida, extraindo sua vitalidade das raízes e das partes mais profundas do seu tronco. É preciso que exista um inverno. Ele é muito necessário para que ela viva, sobreviva e floresça; e volte a florescer.
A virtude tem uma maneira interior de fazer com que o cristão pense profundamente, enquanto desaparece totalmente da superfície, deixando os defeitos externos e naturais notadamente visíveis!
Se temos olhos para ver, então nos damos conta de que isso é bonito.
A graça faz exatamente a mesma coisa em nossa vida. Deus levará as folhas. Algo fará com que elas caiam. A virtude externa entrará em colapso. Ele faz para fortalecer a principal das virtudes. A fonte da virtude deverá ser reconstruída. Alguma coisa bem lá no interior da alma ainda funciona. Em algum lugar dentro do espírito as funções que são consideradas as mais importantes (na estimativa de Deus) nunca descansam. O que ainda continua está muitíssimo bem escondido. É a humildade.
O que está acontecendo é o amor puro.
O que continua na parte mais interior é a renúncia e o desprezo pelo eu. O homem interior está fazendo progressos. A alma está aventurando-se para adiante, dentro do interior. Verdadeiramente, parece que as manobras de Deus estão concentradas nas partes externas do cristão, e nem por um momento se pode vislumbrar que não sejam agradáveis à vista. No entanto, não se desenvolveu na alma nenhum novo defeito! Somente faltas antigas vieram à tona! E por estarem expostas cicatrizam mais facilmente.
Se você ousar desafiar a peregrinação espiritual, lembre-se dos dias de calamidade, do período de seca, e do tempo que o homem chamará de inverno espiritual: A vida está lá!
Davi foi um grande compositor, um adorador, mas não foi capaz de refrear sua concupisciência, e foi capaz de matar um inocente para encobrir seu erro. Tendo em vista isto, se eu tiver uma noção errada de quem sou, terei uma noção errada de minha salvação e do que é o pecado existente em mim.
É importante esclarecer que este BLOG, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal. Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX). Além disso, cabe salientar que a proteção legal de nosso trabalho também se constata na análise mais acurada do inciso VI, do mesmo artigo em comento, quando sentencia que "é inviolável a liberdade de consciência e de crença". Tendo sido explicitada, faz-se necessário, ainda, esclarecer que as menções, aferições, ou até mesmo as aparentes críticas que, porventura, se façam a respeito de doutrinas das mais diversas crenças, situam-se e estão adstritas tão somente ao campo da "argumentação", ou seja, são abordagens que se limitam puramente às questões teológicas e doutrinárias. Assim sendo, não há que se falar em difamação, crime contra a honra de quem quer que seja, ressaltando-se, inclusive, que tais discussões não estão voltadas para a pessoa, mas para idéias e doutrinas.