Áudio disponível: O benefício da morte de Jesus Cristo - O perdão dos pecados.

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Estou disponibilizando o áudio e o esboço  de nossas reuniões, esta reunião ocorre as segunda-feiras, na Casa de Recuperação Missão Divina.
São momentos agradáveis onde compartilhamos a palavra de Deus e juntos aprendemos a superar nossas dificuldades.
Os áudios não são captados de uma forma "profissa" e nosso linguajar não é eclético, somos simples e conversamos de forma natural, falamos a linguagem da rua, de nosso dia-dia.
Mas a nossa mensagem é totalmente cristã - ela não é evangélica e não está ligada a alguma confissão evangélica - ela é bíblica!
Cremos que somente a verdade, registrada na bíblia, pode, através do poder de Deus, modificar e transformar o coração de um ser humano.
Nossa conversa é extensa com a duração de duas a três horas, pois com as dúvidas e os assuntos que vão surgindo, paramos esclarecemos e retornamos do ponto em que paramos.
Temos uma reunião por semana e cada interno fica em tratamento noves meses, "isto quando eles conseguem", se fizermos uma conta simples são trinta e seis reuniões - é pouco tempo para assuntos relevantes, por este motivo as conversas são longas e as vezes cansativas, mas para eles não! Para alguns deles isto é muito pouco e para mim também.
Ore por nós, para que com o passar do tempo, eu possa ser mais objetivo e claro em cada assunto.

Andrezinho rupereta


O Arminianismo é uma forma de teologia protestante que possui ao menos alguma semelhança com os ensinamentos de James Arminius (1560-1609). Em sua forma original, refere-se principalmente à doutrina que diz que a predestinação está condicionada à resposta que o homem (de forma livre) dá à graça de Deus - o ensino de Arminius era semelhante ao dos protestantes Jonh Wesley e dos evangélicos conservadores deste século, tal como o falecido H. Orton Wiley (veja Christian Theology, vol. 3. 1940-46). Na sua forma menos autêntica está associado ao Socinianismo, Unitarianis-mo, Latitudinarianismo, e outras teologias liberais, que levaram ao extremo certas ideias desenvolvidas por Arminius, principalmente sua tolerância e ênfase à liberdade humana. Lambertus Jacobus van Holl, referindo-se a estas ideias, fala sobre "o aumento do envolvimento do Arminianismo na teologia liberal" ("From Arminius to Arminia-nism in Dutch Theology", Marís Faith and Freedom, p. 27).

Os Antecedentes do Arminianismo
Arminius não originou o que se chama hoje de Arminianismo, mas foi apenas o seu principal expoente. Logo depois de ter se associado a tais ensinos, como a predestinação condicional, um grande número de eruditos ou seguia naquela direção ou ensinava aquela doutrina.
É bem sabido o fato de que o erudito Erasmo ensinou sobre a liberdade humana, em uma visão oposta à visão Agostiniana de Lutero, embora Erasmo fosse humanista e, portanto, bem diferente de Arminius, que viveu em uma época posterior.
Melancton parece ter gravitado na direção da predestinação condicional (veja Caspar Brandt, The Life of James Arminius, pp. 32-34).
Os Anabatistas, conhecidos mais tarde como Menonitas ensinaram que a condição para a salvação é universal, e que os homens dão o voto decisivo na sua condenação ou libertação. Embora Zwingli e Calvino tenham ensinado a predestinação incondicional, essa visão não era universalmente sustentada, e nem mesmo em sua própria terra, a Suíça. Em Zurique, o ilustre Bullinger questionou durante um certo tempo os ensinamentos de Calvino; e Jerome Bolsec e Charles Perrot, ambos de Genebra, também se opunham a essa visão. Na Holanda, algumas décadas antes do Sínodo de Dort (1618-19), a maioria dos ministros estava inclinada à predestinação condicional. Theodore Beza, genro e sucessor de Calvino na Academia de Genebra, onde muitos ministros foram treinados para as igrejas Reformadas, começou a esperar que muitos dos estudantes dos Países Baixos fossem condicionalistas - embora ele próprio fosse um supralapsariano, ou seja, aquele que crê que a decisão de eleger alguns e condenar outros foi feita antes da criação e queda de Adão. Na recém fundada universidade em Leyden, na Holanda, durante os seis anos em que Arminius ali estudou, a maioria dos professores era "Arminiana" (1775-1781). Nem a Confissão Belga nem o Catecismo de Heidelberg, os dois maiores credos das igrejas Reformadas, tinham ensinado a predestinação incondicional antes dos Cânones de Dort - a não ser no caso de alguma inferência. Arminius estava certo de que eles não haviam ensinado claramente aquela doutrina. Na Inglaterra, em 1595,foi negado o grau de Bacharel em Divindade de Cambridge a William Barrett, porque ele rejeitou as visões calvinistas de William Perkins, de Cambridge. Nesta época, o teólogo Peter Baro foi destituído da sua posição em Cambridge pela mesma razão (veja Cari Bangs, "Arminius and the Reformation", Church History, junho de 1961, p. 7).Mas, dentre todos, Arminius era indubitavelmente o mais capacitado, "De todos os agentes daquele movimento [o retrocesso do Calvinismo], embora tão fértil de poderosos, ninguém desempenhou papel mais notável, proeminente e exasperante do que Arminius" (John Guthrie, "Translator's Preface". The Life of James Arminius, by Caspar Brandt. P. XIV).

Os Ensinos de Arminius
A "Declaração de Sentimentos de Arminius" (veja The Writings of James Arminius, I, 193), apresentada por ele perante as autoridades governamentais em Hague, em 1608, transmite suas próprias ideias e dá 20 argumentos contra o supralapsarianismo da Universidade de Leyden Francis Gomarus. Os argumentos de Arminius, condensados, dizem que a doutrina é falsa porque ela transforma Deus em autor do pecado. E nesse tratado também que Arminius apresenta sua distinta doutrina dos decretos divinos. Enquanto os supralapsarianos ensinavam que o decreto de salvar e condenar alguns indivíduos precedia o decreto de criá-los, Arminius ensinava que o primeiro decreto era enviar Cristo para redimir os homens pecadores; o segundo era receber na graça aqueles que se arrependessem e cressem; o terceiro era ajudar todos os homens a se arrepender e crer (graça impeditiva); e o quarto era salvar e condenar os indivíduos de acordo com o conhecimento prévio de Deus, de uma forma em que eles responderiam livremente ao dom da graça. É importante também, para um melhor entendimento dos ensinos de Arminius, notar sua visão de liberdade humana. Em relação a isso ele não era um pelagiano, embora fosse acusado disto durante a sua vida. Ao contrário do antigo Pelágio, ele acreditava na queda da raça humana causada pelo pecado de Adão; e embora acreditasse que o "poder do arbítrio" estivesse retido no homem depois da queda, acreditava não ser possível para os homens caídos, sem a ajuda da graça impeditiva, exercer esta capacidade de liberdade em direção a qualquer coisa boa. Sobre o homem caído, natural, Arminius escreveu:
"Neste estado, o livre arbítrio do homem em relação ao bem verdadeiro não está apenas ferido, mutilado, débil, torto e enfraquecido; mas também preso, destruído, e perdido. E estas forças não estarão apenas debilitadas e inutilizadas a menos que sejam assistidas pela graça divina, e não terão mais qualquer poder exceto aquele que lhe for instilado por esta preciosa graça. Porque Cristo disse, 'Sem mim, nada podeis fazer'". (The Writings of Arminius, ed. por Nichols, I, 526).
Ele também escreveu:
"A mente, neste estado é escura, destituída do conhecimento da salvação, e de acordo com o apóstolo, incapaz das coisas que se relacionam ao Espírito de Deus. Porque 'o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus'" (1 Co 2.14; ibid.). Simultaneamente a esta escuridão do espírito e perversidade de coração, está a fraqueza absoluta de todos os poderes para realizar o que é verdadeiramente bom, e negligenciar a perpetração daquilo que é maligno" (ibid., pg 527). Como suporte, ele cita as palavras de Cristo: "Não pode a árvore... má dar frutos bons". (Mt. 7.18), e "como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus?" (Mt 12.34). Dentre outros fundamentos, ele também cita João 6.44. "Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, o não trouxer". Depois de citar João 8.36. "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres", ele diz. "Segue-se que a nossa vontade não é livre desde a primeira queda; ou seja, não é livre para o bem a menos que seja liberta pelo Filho através do seu Espírito" (ibid., pg 528). Sempre se supôs que Arminius sustentava a doutrina da santificação absoluta, ou perfeição cristã (veja este erro em Marís Faith and Freedom, pp. 66-79). Mas Arminius não ensinou esta doutrina. E verdade que às vezes ele parecia sugerir o ensino wesleyano. Sobre santificação, ele diz que esta é apenas para os crentes, e que é uma atitude aceita por fé (Works, II, 120), e que é a "purificação do pecado". Ele tirou algumas ideias a partir de uma compreensão wesleyana, através destas passagens, ao dizer. "Esta santificação não se completa em um único momento, mas o pecado... vai se enfraquecendo cada vez mais..." (ibid.). E também escreveu: "Quem pode negar, quando as Escrituras afirmam, que há em nós os remanescentes do pecado e do velho homem, enquanto vivermos nesta vida mortal?" (II, p. 263). Arminius tentou fazer uma teologia realmente bíblica. Ele sentiu que a filosofia estóica, ao invés da Bíblia, era a base da doutrina da predestinação incondicional de Agostinho; porque os estóicos ensinaram que existe uma lei de necessidade escrita dentro da própria natureza da existência, à qual tanto o homem quanto Deus estão sujeitos. Arminius também sentiu que os credos frequentemente se tornavam mais autoritários do que as Escrituras, e acreditava que tanto a Confissão Belga quanto o Catecismo de Heidelberg deveriam ser interpretados, ou talvez corrigidos através da Bíblia.
Arminius era também irónico, embora fosse um homem pacífico e amoroso, que clamava não por uma uniformidade rígida de crença, mas por tolerância. E irónico que durante seus últimos anos e logo após a sua morte, o povo holandês tenha se posicionado de forma tão apaixonada quanto à questão da predestinação, de tal forma que muitos chegaram a se perguntar se a questão poderia causar uma guerra civil.
Arminius seguiu interesses práticos ao invés de simplesmente especulativos. Ele escreveu: "Porque a teologia que pertence a este mundo é prática... A teologia teórica pertence ao outro mundo... Por esta razão, devemos revestir o objeto da nossa teologia de tal modo que ela nos incline à adoração a Deus, e nos persuada completamente e nos traga a esta prática" (Writings, I, 60). Durante séculos pensou-se que Arminius já teria sido um supralapsariano Calvinista, e que tivesse abraçado a doutrina da predestinação condicional. Supõe-se que esta mudança tenha se dado depois de lhe terem pedido que apoiasse o supralapsarianismo, contra o tipo de predestinação condicional que o humanista holandês Richard Coornhert estava defendendo, e contra o sublapsarianismo de certos ministros da cidade de Delft - o sublapsarianismo seria uma visão em que o decreto de Deus para salvar ou condenar alguns indivíduos teria sido tomada depois do pecado voluntário e queda de Adão. Peter Bertius afirmou que Arminius mudou do supralapsarianismo para predestinação condicional. Bertius fez esta afirmação em um discurso fúnebre na época da morte de Arminius, o que parece ter influenciado aqueles que escreveram sobre Arminius desde então.
Embora esta questão não tenha sido resolvida, Cari Bangs, a principal autoridade da atualidade nas questões sobre Arminius, deu um exemplo interessante em relação à teoria de que Arminius havia sido um con-dicionalista durante todos os anos, e não se casou anteriormente com o supralapsarianismo (veja Cari O. Bangs, Arminius and Reformed Theology, Univ. of Chicago Library, 1958). Bangs cita o fato de que a única evidência elementar contrária é a afirmação de Bertius, mas que Bertius não era tão próximo de Arminius quanto alguns pensaram. Bangs também diz que Beza queria que seus alunos holandeses fossem condicionalistas, e assim não se chocava com Arminius, mas ao invés disso recomen-dava-o amplamente na conclusão dos seus estudos. Quanto ao motivo pelo qual teria sido solicitado a Arminius apoiar o supralapsarianismo, Bangs sustenta que, (1) primeiro solicitaram a outra pessoa, Martin Lydius, que por sua vez pediu a Arminius; e que (2) talvez este pedido se destinasse a diminuí-lo, junto com seu condicionalismo, em campo aberto. Um fator que isto não explica, entretanto, é porque Arminius teria aceitado tal tarefa, se de fato já era um oponente do supralapsarianismo.

O Arminianismo na Holanda
Em 1610, um ano depois da morte de Arminius, 42 ministros e dois educadores se encontraram em Hague, e prepararam e assinaram um documento que concordava de maneira geral com o que Arminius havia ensinado. Escrito por John Uytenbogaert, o amigo mais próximo de Arminius desde os tempos de estudante em Genebra, ele veio a se chamar Remonstrance, e os seus assinantes, Remonstrantes. Este documento, dirigido ao governo da Holanda, enumerava cinco doutrinas sustentadas por Uytenbogaert e seus associados, e era destinado a ganhar permissão oficial, para a promulgação daquelas doutrinas nas igrejas Reformadas da Holanda. A Remonstrance discute certos problemas e também ressalta cinco diferenças doutrinárias entre o Calvinismo e o que foi rapidamente chamado de Arminianismo. Na primeira parte do documento, os Remonstran-tes tratam da parte das confissões na igreja, e afirma que elas eram úteis, mas que poderiam ser mudadas a qualquer momento, e que apenas as Escrituras possuem uma autoridade imutável.
Uma afirmação interessante na primeira parte do documento, também é a sua visão de que as autoridades seculares têm o direito de entrar em disputas teológicas, a fim de preservar a paz e evitar cismas. Os Remonstrantes provavelmente imaginaram que as autoridades seculares seriam mais tolerantes e mais objetivas como árbitros de disputas teológicas, do que as autoridades eclesiásticas. Com exceção da questão relacionada à dúvida de que se daria ao estado o direito de dominar a igreja, este foi um passo dos Remonstrantes que, se fosse seguido nos anos seguintes na Holanda, poderia bem ter garantido ao Arminianismo um status oficial. Porém, uma corte eclesiástica foi convocada mais tarde (1618-19), e condenou o Arminianismo.
A segunda parte da Remonstrance rejeita os cinco artigos do Calvinismo e estabelece as cinco posições opostas dos Remonstrantes. A primeira das cinco, de forma resumida, é o que se deve chamar de predestinação condicional. o propósito de Deus de salvar aqueles que se arrependerem e crerem, e condenar aqueles que não o fizerem. O segundo ponto principal da posição dos Remonstrantes é que Cristo morreu "por todos os homens, e por cada um deles em particular", e não simplesmente por um segmento da raça humana que foi previamente destinada para a salvação (veja Philip Schaff, The Creeds ofChristendom, III, 545ss). O terceiro ponto está relacionado ao que pode ser chamado de graça impeditiva - o propósito de Deus de ajudar homens pecadores a se voltarem a Ele.
O quarto ponto é que esta graça pode ser resistida, e não, como os Calvinistas diziam, irresistivelmente recebida. O quinto e último ponto é que tendo se tornado "incorporados a Cristo pela verdadeira fé", Cristo "impede que eles caiam", desde que apenas continuem a crer. Mas embora os Remonstrantes sejam cuidadosos sobre esta questão, eles insinuam que se uma pessoa salva não continuar a cooperar com Cristo ela se tornará "destituída da graça (salvadora)".
Quando a Remonstrance foi publicada, o grupo Calvinista lançou a Contra-Remonstrance, na qual deram a sua resposta.

O Arminianismo é Declarado Ilegal na Holanda
A Holanda agora estava dividida. Em 1610 e 1612 foram feitas conferências para ajudar a superar a disputa, mas não foram bem sucedidas. Em 1614 o governo proibiu as discussões de púlpito destas doutrinas. Então em 1617, o Príncipe Maurice, que era a favor do Calvinismo, requereu um sínodo nacional para se reunir em Dort no ano seguinte. De acordo com as Memórias de Simon Episcopius, este príncipe foi arrolado pelos Calvinistas do lado da controvérsia contra o grande homem do Estado van Olden Barnevelt. Maurice estava enciumado e com medo dele, e viu na disputa religiosa uma oportunidade única de unir as províncias sob o seu controle. Decidiu-se fazer do encontro em Dort um sínodo nacional para a União Holandesa, composta de seis representantes de cada uma das sete províncias. Estes representantes deviam ser escolhidos pelos sínodos provinciais; e por causa de certas manobras, até mesmo das províncias da Holanda e de Utrecht, onde os Arminianos eram maioria, quase todos os representantes eram Calvinistas. Na verdade, ao todo havia apenas três Arminianos dentre 42 representantes oficiais; e somado aos oficiais, 33 representantes estrangeiros foram convidados como visitantes, todos eles Calvinistas. Além de tudo isso, os três membros Arminianos foram impedidos pelas regras de defender o Arminianismo, e deixaram as sessões antes de fazer o juramento "Calvinista" como representantes. Embora ao orador Arminiano era permitido em algumas ocasiões responder às acusações feitas contra eles, não havia debate aberto sobre os méritos das duas teologias. Este sínodo condenou o Arminianismo como heresia, e proibiu sua propagação nos Países Baixos - nos sete estados, ou seja, em sete dos 17 estados que compreendiam os Países Baixos, sendo os sete oficialmente chamados de República das Províncias Unidas, ou a República Holandesa. As sessões do sínodo foram concluídas em maio de 1619, tendo começado em novembro de 1618. Em julho de 1619, a sentença do sínodo foi aprovada pelo governo e os líderes Arminianos foram banidos ou presos. Era ilegal realizar encontros com Remonstrantes, apoiar ou acolher qualquer um de seus ministros. Espiões foram contratados para relatar aos líderes se qualquer um deles retornasse para visitar suas famílias, e cerca de 18.000 tornaram-se mártires, mortos por mercenários contratados pelo grupo Contra-Remonstrante. Apesar de todas estas tentativas para desistirem da sua fé, os Remonstrantes sempre se reuniram; e sobreviveram, mesmo sem prosperar. Em 1619 iniciaram uma organização chamada Irmandade Reformada Protestante (Remonstrant Reformed Brother-hood), liderada por John Uytenbogaert, Simon Episcopius (discípulo de Arminius), e Grevinchovius. Quando o príncipe Maurício morreu, em 1623, a interdição contra os Remonstrantes foi suspensa. Eles organizaram a Comunidade da Igreja Reformada Remons-trante, que ainda existe como a Irmandade Remonstrante. Em 1634 fundaram uma faculdade teológica em Amsterdã, tendo Episcopius como diretor e seu primeiro professor de teologia. A faculdade ainda existe como parte da Universidade de Leyden (veja G. O. McCulloh, ed., Man's Faith and Freedom, 1962, pp. 5-7).

Fora da Holanda
Arminius e Arminianos em geral sempre mencionam o fato de que os patriarcas tanto do Latim quanto do Grego antes de Agostinho (354-420) eram condicionalistas. Já se havia dito que os Menonitas que prosperaram na Alemanha eram Arminianos. Os Moravianos, que se mudaram para os maiores estados de Count Zinzendorf na Alemanha, e que partiram dali como missionários para muitas partes do mundo, eram Arminianos. Sua crença de que qualquer um pode ser salvo, introduziu-os em um extensivo e comprometido trabalho missionário, em uma época em que poucos cristãos estavam dispostos a fazê-lo. Foi através do trabalho deles na América e na Inglaterra, que Peter Bõhler encontrou John Wesley em Londres, e ajudou-o a ter a experiência de receber um coração estranhamente aquecido. Na Inglaterra, havia alguns predestinacionis-tas antes do casamento de Arminius com aquela doutrina de disputas e publicações. Peter Baro. em Cambridge já foi mencionado. Seu sucessor (1608), John Playfere, lecionou e pu-blicou sobre o livre arbítrio e a possibilidade de redenção para todos os homens. Assim também fez o Arcebispo Laud no início do séc. XVII, embora ele tenha ido ao extremo do ensino Deiagiano. negando o pecado de Adão e Eva 'veja John Fletcher, Works, II, 276, 277).
Os Quakers, místicos e não doutrinários em seus interesses, embora "Arminianos sem Arminius", ainda assim ensinaram basicamente o mesmo que Arminius - que qualquer um pode ser salvo.
John Goodwin ensinou o Arminianismo na Inglaterra na metade do séc. XVII e influenciou diretamente Wesley nessa direção (veja a dissertação de Ph.D de William Strickland's sobre Goodwin. Univ. Vanderbilt, 1967). Jeremy Taylor e William Law também ensinaram o Arminianismo e da mesma forma ajudaram a formar o fundador do Metodismo. Muitos teólogos ingleses anteriores à época de John Wesley (1703-1791) ensinaram um Arminianismo que poderia ser classificado como uma aberração. As contaminações dos Pelagianos, Socinianos, Arianos, Universalistas e Latitudinarianos foram introduzidas na oposição Arminiana a Calvino. E por isto que John Wesley escreveu: "Dizer: 'Este homem é um Arminiano' tem, nos ouvintes, o mesmo efeito de dizer, 'Este é um cachorro louco'. Eles começam a tremer imediatamente..." (Veja a resposta à pergunta, "O que é um Arminiano?" na obra The Works ofJohn Wesley, X, 358). Quando Wesley iniciou a edição de um periódico em 1778, ele teve coragem suficiente para chamá-lo de A Revista Arminiana.
Na verdade, existiam e ainda existem tanto na Inglaterra como no País de Gales, dois braços do movimento Arminiano. Geoffrey Nuttall, em um artigo apresentado em 1960 na Holanda, no quatrocentésimo aniversário do nascimento de Arminius, disse: "O Arminianismo autoconfesso na Inglaterra deve ser encontrado, essencialmente, em um ou outro dentre dois movimentos contrastantes. Um destes dois movimentos leva ao Arianismo, Socinianismo, e Unitarianismo, e eventualmente diminui em número e influência. O outro permanece Trinitariano e Evangélico, e aumenta". ("The Influence of Arminianism in England", Man's Faith and Freedom, ed. por G. O. McCulloh,1962, p. 50). Nuttall, na verdade, faz o traçado do braço "não autêntico" nos registros das congregações locais no País de Gales e na Inglaterra, e sustenta -através de um estudo histórico em primeira-mão - a sua afirmação, de que a facção não autêntica decresce em números. Não era necessário tal estudo para provar que o outro braço do Arminianismo Wesleyano, o "Arminianismo sob fogo", tendia a aumentar em números e influência. Tão efetiva, de fato, é a influência do Arminianismo Wesleyano, que estudantes universitários na Inglaterra, anos atrás, encontraram-se escrevendo sobre o tema: "Desde Wesley Somos Todos Arminianos". O Metodismo é o nome do movimento em que o Arminianismo foi mais amplamente disseminado na América. Através do ensino de que qualquer um pode ser salvo, os missionários metodistas (tanto os leigos quanto aqueles que eram formalmente ordenados) espalhavam a doutrina da predestinação condicional, enquanto a fronteira da América avançava para o oeste. Assim, o metodismo se tornou a maior denominação protestante dos Estados Unidos, sendo somente superada pelos Batistas do Sul na década de 1950.
Além de ser promulgado na América através do Metodismo, o Arminianismo original foi ensinado neste país pela United Brethren, pelo Exército da Salvação, e por muitas denominações Wesleyanas, incluindo a igreja do Nazareno, dentre outros numerosos grupos

A Situação Atual 
O Arminianismo e o Calvinismo não estão agora tão distantes do que eram durante, digamos, a primeira metade do século XX. Do lado do Arminianismo, mesmo dentro da sua descendência Wesleyana, isto é, "Arminianismo sob fogo", as tendências pelagianas se desenvolveram. John Miley, que lecionou no Methodism's Drew Theological Seminary durante os últimos anos do séc XIX, combateu a teoria representativa da "transmissão" do pecado original, uma teoria que tanto Arminius quanto Wesley abraçaram, ensinando o chamado ponto de vista genético, o pecado original seria recebido dos pais (veja a obra Systematic Theology, II, 506). Além disso, Miley ensinou que nenhuma culpa contra a raça humana resultou do pecado de Adão, enquanto que Arminius e Wesley ensinaram que a culpa, assim como a depravação, passaram a toda a raça humana, mas que a culpa foi removida pela expiação de Cristo como um "dom gratuito" (Rm 5.16,17) a favor de toda a humanidade (cf. Robert E. Chiles, Theolo-gical Transition in American Methodism 1790-1935,1965).
Além de Miley, que foi amplamente estudado pelos Wesleyanos, Olin Alfred Curtis, seu sucessor em Drew, também tinha uma tendência à doutrina pelagiana, sem enfatizar a graça e dando mais destaque ao livre arbítrio. Seu maior trabalho, The Christian Faith (1905; reimpresso pela Kregel em 1956), foi provavelmente o livro de teologia mais amplamente usado nos círculos Wesleyanos-Arminianos antes da publicação dos três volumes de H. Orton Wiley, Christian Theology (1940-46). Curtis é kantiano em sua obra quando diz, "As atitudes são morais... apenas quando expressam a concepção do dever do próprio homem..." (p. 61). Curtis é tão kantiano que não deixa que a graça de Deus chegue incondicionalmente às crianças que morrem, mas alega que estas aceitam a Cristo por si mesmas em um estado intermediário. Ele diz, "No estado intermediário todas estas crianças terão uma experiência pessoal completa com Deus, assim como certamente.as nossas crianças a têm nesta vida" (p. 404). Para Curtis, o homem é tão livre que "qualquer motivo na escala da consciência pode ser escolhido..." (p. 44). Também de tendência pelagiana eram E. S. Brightman e A. C. Knudson da Universidade de Boston, como mostra a obra de Brightman A Philosophy of Religion de (1940), assim como outros trabalhos de sua autoria. Knudson definiu liberdade como o poder da "escolha contrária" (The Principies of Christian Ethics, p. 82). Ele foi capaz de dizer que, longe da graça, os homens podem escolher contrariamente, porque, para ele, a Queda do homem (o episódio em que Adão e Eva pecaram) é "lendária" (p. 94). Tais homens como Miley e Curtis, Brightman e Knudson foram mentores de muitos na teologia arminiano-wesleyana, e os influenciaram em uma direção pelagiana. John Wesley basicamente concordava com o que Arminius ensinou sobre liberdade. Assim como Arminius, ele ensinava que o homem tem o voto decisivo em sua condenação ou salvação. Mas para Wesley, assim como para os primeiros "liberalistas", o homem não pode por si mesmo dar o voto de consentimento. Falando de si mesmo e de John Fletcher, Wesley afirma que eles "negam completamente o livre arbítrio natural" (veja a obra de Burtner e Chiles, Compend of Wesley's Theology, pp. 132-133). Wesley continua, "Ambos afirmamos prontamente que a vontade do homem caído é por natureza livre apenas para o mal" (ibid.). Acreditando que negar o pecado original visão um tanto extrema da queda de toda a raça humana. Ele ensinou que todo homem é "concebido em pecado", e que por esta razão em cada homem existe uma "mente carnal" e esta é a própria inimizade com Deus; ela não é, e não pode ser "sujeita à lei de Deus", o que contamina completamente a alma que habita dentro de cada um, "na sua carne". Assim, no seu estado natural, "não pode haver nada bom", mas toda a imaginação dos pensamentos do seu coração é maligna", somente maligna, e assim permanece "continuamente" (Standard Sermons, II, 223). Wesley também imagina que todo descendente de Adão está "... morto para Deus, totalmente morto no pecado; totalmente vazio em relação à vida de Deus; destituído da imagem de Deus" (Works, ed. por Emory, 401). Se o homem não está desprovido da imagem de Deus, esta imagem está, no mínimo, totalmente desfigurada. E por isto que os wesleyanos-arminianos concordam com Wesley, pensando que a "salvação começa com o que é denominado (e muito propriamente denominado) graça impeditiva; incluindo o primeiro desejo de agradar a Deus, o primeiro despontar de luz concernente à sua vontade, a primeira leve e passageira convicção de ter pecado contra Ele" (Ibid., VI, 509). Nas duas últimas décadas do "Arminianismo sob fogo", as tendências pelagianas diminuíram e o arminianismo-wesleyano despertou grande interesse. Isto se deu em parte por causa da ampla utilização da antiga obra Christian Theology de H. Orton Wiley, que é comprovadamente mais idealista do que Arminius e Wesley foram (por exemplo, I. 255-319), mas que é basicamente Arminiana em seu sentido original. Isto se deveu, em parte, a um avivamento do estudo dos pensamentos iniciais de Arminius e Wesley. A diminuição dos interesses puramente filosóficos e o ressurgimento do comprometimento bíblico, tiveram uma grande importância neste retorno às persuasões de Arminius e Wesley. Como prova deste retorno, veja a obra The Word and the Doctrine, um conjunto de volumes lançados em 1965 pela National Holiness Association, contendo 37 artigos proferidos em uma conferência nacional em 1964 sobre diferenças teológicas wesleyanas e arminianas. Ao mesmo tempo, podemos dizer que o Calvinismo tende a se tornar menos Calvinista. Nem todos os Calvinistas proeminentes da atualidade abraçaram o supralapsarianismo de Theodore Beza e Francis Gomarus que eram da época de Arminius, nem mesmo o sublapsarinismo do Sínodo de Dort. A maior parte dos eruditos também não ensina a predestinação incondicional, contida na Confissão de Westminster. A Igreja Cristã Reformada (Seminário Calvino) ainda o faz, juntamente com eruditos ilustres no Seminário Teológico de Westminster. Porém vários eruditos Calvinistas ligados, nos últimos anos, ao Seminário Teológico Fuller, por exemplo, escrevem como os evangélicos arminianos. A Christianity Today, que é sem dúvida a revista evangélica mais influente e divulgada voltada aos ministros de nossos dias, não tem nem um pouco da rigidez Calvinista. Muitos calvinistas hoje ensinam que qualquer um pode ser salvo; mas, de maneira geral, ainda ensinam a segurança incondicional dos crentes - a segurança eterna. Contudo, é interessante que Robert Shank (que é Batista), em sua obra Life in the Son (1960), tente minar até mesmo a doutrina da segurança eterna. Pode ser que no futuro ainda haja mais convergência entre as teologias Arminiana e Calvinista, visto que as vãs filosofias humanas diminuem a sua influência, e os evangélicos são cada vez mais ensinados pelas Sagradas Escrituras.
Bibliografia. James Arminius, The Wri-tings of James Arminius, trad. por James Nichols e W. R. Bagnall, Grand Rapids. Baker. 1-111.1956. Cari Bangs, Arminius and Reformed Theology, dissertação de Ph.D. Dept. of Photoduplication, da Biblioteca da Univ. de Chicago, 1958; "James Arminius and the Remonstrants", tese de B. D. não publicada, Seminário Teológico Nazareno, 1949. E. S. Brightman, APhilosophy ofReli-gion, Nova York. Prentice-Hall, 1940. Edward John Carnell, The Kingdom ofLove and the Pride of Life, Grand Rapids. Eerd-mans, 1961. Robert E. Chiles, Theological Transition in American Methodism 1790-1935,Nova York. Abingdon, 1965. George L. Curtiss, Arminianism inHistory, Nova York. Hunt e Eaton, 1894. Simon Episcopius, Memoirs of Simon Episcopius, ed. por Calder Frederick, Londres. Simpkin e Marshall, 1835. J. Kenneth Geiger, ed. The Word and the Doctrine, Kansas City. Beacon Hill Press, 1965. John Guthrie, The Life of James Arminius, Nashville. Stevenson e F. A. Owen, 1857. A. C. Knudson, The Principies of Christian Ethics, Nova York. Abingdon-Cokesbury, 1943, Gerald O. McCulloh, ed., Man's Faith and Freedom, Nova York. Abingdon, 1962. O. Glenn McKinley, Where Two Creeds Meet, Kansas City. Beacon Hill Press, 1959. John Miley, Systematic Theology, Nova York. Eaton e Mains, 1894. Robert Shank, Life in the Son. A Study in the Doctrine of Perseverance. Springfield. Mo.. Westcott Publishers,1960. Wm. Fairfield Warren, In the Footsteps ofArminius, Nova York. Phillips e Hunt, 1888. H. Orton Wiley, Christian Theology, Kansas City. Beacon Hill Press, 1940-46. Mildred Bangs Wynkoop, Foundations of Wesleyan-Arminian Theology, Kansas City. Beacon Hill Press, 1967.
J. K. G.

Fonte: Dicionário Bíblico Wycliffe - Editora CPAD – Edição 2010.



Esse é o nome do sistema de pensamento teológico que encontrou sua expressão máxima no grande reformador suíço João Calvino (1509-64). O calvinismo também foi chamado de doutrina da Reforma. Sua maior ênfase está na predestinação e na soberania de Deus. Não devemos esquecer que esse sistema, além de suas particularidades, defende aquelas doutrinas comuns a toda a história do cristianismo como a veracidade das Escrituras, da Trindade e da Divindade de Cristo, seus milagres sobrenaturais, a ressurreição de seu corpo etc. Sem essas doutrinas básicas e fundamentais, uma doutrina não pode ser adequadamente chamada de Calvinista ou Reformada.

Embora Calvino tenha dado à doutrina da Reforma sua mais detalhada formulação, já fazia muito tempo que sua teologia vinha sendo defendida e ele seria o primeiro a negar que a tivesse inovado. Calvino foi procurá-la nos patriarcas da igreja e, naturalmente, na Bíblia Sagrada. Sua teologia, assim como o ponto de vista que lhe era mais adverso, atualmente chamado de Arminianismo, foram intensamente discutidos durante a Idade Média na Igreja Latina. Agostinho foi um proeminente protagonista da posição mais tarde defendida por Calvino. Na verdade, o calvinismo é, muitas vezes, chamado de agostiniano.

No Concílio de Trento, em 1545, a Igreja Católica Romana, em parte como uma reação aos reformadores, adotou oficialmente o ponto de vista do Arminianismo. A opinião de Martinho Lutero sobre a soberania de Deus era muito semelhante à de Calvino. Seu tratado "The Bondage of the Will fala de maneira muito forte contra a total devassidão. Mais tarde, o pensamento luterano sobre esse assunto inclinou-se mais distintamente para o ponto de vista arminiano de Melancoton. Nos dias que se seguiram à Reforma, uma reação que surgiu e se estabeleceu na Holanda, com Jacob Arminius (1560-1609), defendia uma ênfase maior no livre arbítrio. Suas cinco teses foram condenadas pelo Sínodo de DORT (1618) que formulou os famosos cinco pontos do Calvinismo, representados pelo acrônimo TULIP no idioma inglês, que em português seriam: total imoralidade, eleição incondicional, expiação limitada (atualmente chamada, muitas vezes, de expiação definitiva), graça irresistível e perseverança dos santos (ou como às vezes se diz, perseverança de Deus nos santos).

Os mais proeminentes credos calvinistas encontram-se na "Confissão de Westminster", no "Catecismo de Heidelberg", na "Confissão Belga" e na "Confissão de Scotch" de 1560. A posição arminiana foi especialmente adotada no Metodismo.

A Calvinista nas igrejas: Presbiteriana, Reformada, Igreja Episcopal mais tradicional e em muitas igrejas Batistas mais antigas. Devemos nos lembrar de que o Calvinismo não rejeita o livre arbítrio. Ele declara que a soberania de Deus se estende a todas as coisas e pessoas, mas que seu soberano controle, de forma inescrutável, não nega a livre ação moral do homem e a sua consequente responsabilidade. Deve-se observar, também, que o problema da soberania e da liberdade não teve origem no calvinismo, ou mesmo no cristianismo. Platão lutou com esse problema e concluiu com a crença em um criador limitado por seus recursos refratários. Teólogos muçulmanos também enfrentaram esse problema e adotaram a posição do fatalismo. Calvino não se propôs a resolver o problema, mas a colocá-lo sob o foco das Escrituras e deixá-lo ali, sem ir além do que está escrito.
R. L. H.

FONTE: DICIONÁRIO BÍLICO WYCLIFFE; EDITORA CPAD; EDIÇÃO 2010.
ANDREZINHO RUPERETA.
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