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Author: rupereta servindo sempre


Afortunadamente para nós todos, a natureza não é fixa, mas plástica. Todo ser humano acha-se em estado de vir ser, de passar do que era ao que há de ser. E isso é verdade quanto ao cristão, como também quanto a todas as demais pessoas.
O novo nascimento não produz o produto acabado. A nova coisa nascida de Deus acha-se tão longe de estar completa como o bebê recém-nascido uma hora atrás. Esse novo ser humano, no momento em que nasce, é colocado nas mãos de poderosas forças modeladoras que em grande medida determinarão se ele será um cidadão correto ou um criminoso. A única esperança para ele é poder escolher mais tarde as forças que o modelarão, e, pelo exercício do seu poder de escolha, colocar-se nas mãos certas. Nesse sentido ele se modela a si próprio, e finalmente é responsável pelo resultado.
Não é outra forma com o cristão. Ele pode amoldar-se se colocando primeiro nas mãos do supremo Artista, Deus, e depois se sujeitando às santas influências e aos poderes formadores que façam dele um homem de Deus ou pode confiar-se estultamente a mãos indignas e tornar-se por fim um vaso mal feito e destituído de arte, de pouco uso para a humanidade e pobre exemplo da habilidade do Oleiro celestial.
A quem objete que não podemos modelar-nos a nós mesmos, que somente Deus pode amoldar-nos, oferecemos esta explicação: Um jovem resolve querer os benefícios de um saudável bronzeado. Agora, ele se bronzeia, ou o sol o bronzeia? Naturalmente a resposta é que ele se bronzeia expondo-se ao sol. Tem apenas que pôr-se em contato com os raios do sol, e o sol cuidará do restante.
Assim nos amoldamos expondo as nossas vidas às influências modeladoras, boas ou más, ao nosso redor. Façamos este pensamento descer do teórico para o prático, e identifiquemos alguns dos poderes que nos modelam.
AMIGOS. Somos todos poderosamente influenciados por nossos companheiros. Mesmo as personalidades mais fortes são modeladas pela companhia que mantêm. Poderão gabar-se de que, com suas personalidades dominantes, estão modelando outros e não são influenciados pelas vidas dos seus amigos; mas não podemos escapar do poder das amizades.
LITERATURA. O que lemos com satisfação influi bastante na decisão do que seremos finalmente. Dedicar a mente ao fascínio de um livro é ser barro na mão do oleiro. Em nosso sistema protestante, ninguém pode decidir o que leremos, mas o que lemos nos modelará para o bem ou para o mal.
MÚSICA. Há em torno da música um sutil encanto a que nenhuma pessoa normal pode resistir. Age condicionando e preparando a mente para a recepção de idéias, morais e imorais, idéias que, por sua vez, preparam a vontade para agir reta ou pecaminosamente. A noção de que a música e as canções servem apenas para divertir e que os seus efeitos são de somenos importância, é erro mortal. Na realidade exercem poderosa influência criadora sobre a plástica alma humana. E os seus efeitos duradouros transparecerão durante o nosso crescimento na graça ou no pecado.
PRAZERES. A constituição humana é estruturada de forma que requer certa medida de prazer; é constituída para o prazer como harpa o é para a música e, sem ele fica incompleta e frustrada. O pecado não está em aceitar o prazer, mas em derivá-lo de objetos errôneos. A mãe cuidando do seu bebê com ardor repassado de gozo, ou morrendo de alegria quando se lhe diz que o seu filho recém-nascido é normal e viverá, apresenta em terno quadro do prazer altruísta. O homem à mesa de baralho, fascinado pelas emoções e riscos do jogo, é exemplo do prazer depravado e desmoralizador. O cristão deve examinar bem os seus prazeres, pois eles o enobrecerão ou o envilecerão, e isto por uma misteriosa lei da alma da qual não há fuga.
AMBIÇÕES. Os grandes santos do mundo foram todos ambiciosos. Eram impelidos para diante por uma compulsão interna que acabava sendo demasiada para eles. Paulo afirmou que a sua ambição era o desejo de conhecer a Cristo e penetrar no mais completo sentido da sua morte e ressurreição, e se empenhou em avançar em direção a esse alvo com tudo que tinha. Por essa ambição foi impulsionado para cima, rumo ao ponto culminante da perfeição espiritual. Contudo, as ambições carnais e egoísticas, produzem justamente o efeito oposto. Cada um deve observar com atenção as suas ambições, pois estas o modelarão como o artista modela o dócil barro.
PENSAMENTOS. Nós, cristãos, precisamos levar em conta o tremendo poder que jaz no simples e comum pensamento. Deixamos que nos defraudassem quanto a um precioso tesouro com tagarelices irresponsáveis de ocultistas misteriosos e de mestres de religião charlatães que exageram as possibilidades da mente humana ou que absolutamente não o compreendem. Fugimos deles, e fugimos para tão longe que nos esquecemos de que continua sendo verdade que uma pessoa será finalmente o que a fizerem ser os seus pensamentos ativos. Dificilmente será exagero dizer que nenhum cristão jamais caiu em pecado sem antes ter-se deixado ficar a incubá-lo com crescente desejo. E toda alma piedosa sabe quantas meditações espirituais foram feitas para o sucesso total da sua vida interior. “Como (o Homem) pensa em seu coração, assim ele é”
Naturalmente há muitas outras forças que modelam as nossas vidas, mas estas são as principais. Em resumo, o cristão sábio tirará vantagem de todos os competentes meios de graça e de todas as influências nobilitantes e purificadoras que Deus em sua providência colocar em seu caminho. Por outro lado, evitará todas as influências degradantes e fugirá das forças que contribuem para o mal. Cabe-lhe somente cooperar com Deus e acatar o bem. Deus mesmo fará o restante.
Fonte: O poder de Deus / autor: A.W.Tozer.

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