Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.
Lucas 9.23

A partir da cruz de Cristo, resulta uma inversão de todos os valores. Justamente o que é inferior no mundo, o que nada é, isto Deus escolheu. Para o judeu Saulo de Tarso, a cruz tinha sido uma grande pedra de tropeço. Afinal, Cristo crucificado é “escândalo para os judeus, loucura para os gentios” (1 Co 1.23). Porém, agora, para o apóstolo Paulo a “palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus” (1 Co 1.18). Para ele, Cristo tornou-se “poder de Deus e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia dos que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1 Co 1.24-25). Na cruz de Cristo, temos a redenção. Através de sua morte, temos a conciliação objetiva entre Deus e o homem. E na comunhão com Cristo entra somente quem participa de sua morte.

“Nenhum personagem histórico entendeu melhor e mais profundamente o poder da cruz que Martinho Lutero, o reformador do século XVI”, escreve Mark Shaw.[1] E Alister McGrath, um teólogo de Oxford, definiu a teologia da cruz de Lutero como “uma das compreensões mais poderosas e radicais da natureza da teologia cristã que a Igreja já conheceu”.[2]

Em abril de 1518, Martinho Lutero (1483-1546), em Heidelberg, contrapôs seus “Paradoxos” teológicos como “teologia da cruz” (theologia crucis) à “teologia da glória” (theologia gloriae), isto é, à teologia eclesial dominante. Este episódio de 1518 tem sido descrito por Shaw como um “sussurro silencioso e ignorado”; constitui-se, entretanto, um grande engano passar despercebido por ele. No “Debate de Heidelberg”, travou-se a discussão da indulgência. Lutero contrastou a teologia da cruz com a teologia oficial, diante de uma igreja que se tornara segura e saciada. Como exemplo dessa realidade, para financiar o seu projeto mais extravagante, a basílica de São Pedro em Roma (incluindo a Capela Sistina), Leão X (1475-1521), eleito papa em 1513, resgatou a prática de cobrar indulgências, o que, de alguma maneira, precipitou a Reforma Protestante. Em Heidelberg, distinguindo entre o cristianismo evangélico bíblico e as corrupções medievais, Lutero entendeu que a igreja medieval seguia o caminho da glória ao invés do caminho da cruz.

Para Lutero a cruz é a marca de toda a teologia. “No Cristo crucificado é que estão a verdadeira teologia e o verdadeiro conhecimento de Deus.”[3] Conhecer a Deus pela cruz é conhecer o nosso pecado e o amor redentor de Deus. Deus, na cruz, destrói todas as nossas idéias preconcebidas da glória divina. O perigo em potencial que a teologia da cruz vê na sua antítese é que a teologia da glória levará o homem a alguma forma de justiça pelas obras, à tendência de se fazer uma barganha com Deus com base em realizações pessoais. Por outro lado, a teologia da cruz repudia firmemente as realizações do próprio homem e deixa Deus fazer tudo para efetivar e preservar a sua salvação.

Na doutrina de Martinho Lutero, a graça da justificação pela fé está rigorosamente orientada pelo Cristo crucificado.

Quem reconheceria que aquele que é visivelmente humilhado, tentado, condenado e morto é, internamente e ao mesmo tempo, sobremodo enaltecido, consolado, aceito e vivificado, não fosse o Espírito ensiná-lo pela fé? E quem admitiria que aquele que é visivelmente enaltecido, honrado, fortificado e vivificado é internamente rejeitado, desprezado, enfraquecido e morto de maneira tão miserável, se a sabedoria do Espírito não lhe ensinasse isso?[4]

Quando a “sabedoria da cruz” não é entendida, também a Escritura permanece um livro trancado, pois a cruz de Cristo é a única chave para ela. A “sabedoria” humana se escandaliza com a Palavra de Deus e se irrita com a cruz de Cristo. Isto porque a nossa sabedoria está apaixonada por si própria, é como um doente que não quer que o médico o ajude. A nossa sabedoria é “sabedoria da carne”, que resiste à vontade de Deus. A cruz é o juízo daquilo que os homens se orgulham. A cruz é o juízo de toda glória humana, e a via crucis significa, por isso, desistir de toda glória humana. A cruz de Cristo contesta violentamente o senso natural.

Para Lutero, a cruz de Cristo e a cruz do cristão são vistas em conjunto; a cruz de Cristo e a cruz do cristão formam uma unidade. O teólogo da cruz não está posicionado como espectador em relação à cruz de Cristo, ma ele próprio é envolvido neste acontecimento. Por isso, ele não foge dos sofrimentos, tal qual o teólogo da glória, mas considera-os tesouro valioso. Para Lutero, o teólogo da glória “define que o tesouro de Cristo são relaxações e isenções de penas, sendo estas as piores coisas e as mais dignas de ódio. O teólogo da cruz, pelo contrário, [afirma que] o tesouro de Cristo são imposições e obrigações de penas, sendo estas as melhores coisas e as mais dignas de amor”.[5] Assim, para a teologia da cruz o sofrimento adquire significado todo especial. Os cristãos têm que se tornar iguais a seu Mestre em tudo e, por isto, têm de assumir a ignomínia de Cristo. Cristo nos precedeu no caminho que rejeita toda grandeza humana. A glória do cristão consiste nesta “fraqueza e baixeza”. E sua baixeza se revela no ato de levar o sofrimento. Visto que em meio à vida de Cristo está erigida a cruz, a vida do cristão é discipulado e sofrimento. Uma razão, diz Lutero, pela qual as pessoas querem uma teologia da glória em vez de uma teologia da cruz é que elas “odeiam a cruz e o sofrimento”. Mas, à luz da cruz, o sofrimento serve a um propósito importante, a saber, a autonegação. Ela nos esvazia de nossa autoconfiança, para que possamos ter confiança em Deus. Contudo, o sofrimento jamais deve tornar-se “boa obra”, e não encontra sua origem em idéias ascéticas. A cruz do cristão está em unidade com a cruz de Cristo, e com isto está excluída por si só toda a idéia de mérito da pessoa, que pudesse ser obtido pelo sofrimento.

Ao carregarmos nossa cruz, não fazemos com isso nada especial, mas simplesmente demonstramos que estamos em comunhão com Cristo. E também nem todo sofrimento pode reivindicar ser discipulado da cruz. Que significa isto: carregar a cruz de Cristo? “A cruz de Cristo outra coisa não é exceto o abandonar tudo e agarrar-se somente a Cristo pela fé do coração, ou seja: abandonar tudo e crer – isso é carregar a cruz de Cristo”.[6]

Assim, a cruz torna-se sinal da filiação divina. O padrão da cruz se torna o padrão de toda a jornada cristã. Lutero expressa este conceito ainda mais, nas seguintes palavras:

Por isso somos ensinados aqui a crer contra a esperança na esperança; esta sabedoria da cruz está hoje por demais oculta em mistério. Também para o céu não há outro caminho do que esta cruz de Cristo. Por isso é preciso precaver-se, para que a vida ativa com suas obras, e a vida contemplativa com suas especulações não nos seduzam. Ambas são extremamente atrativas e tranqüilas, e por isso também perigosas, até que sejam temperadas pela cruz e perturbadas pelas adversidades. A cruz, no entanto, é de todas as coisas a mais segura. Bem-aventurado quem entende.[7]

Em seu clímax, a vida sob a cruz se apresenta como “conformidade com Cristo”. Assim, conforme a teologia da cruz, a vida do cristão nada mais é do que “ser crucificado com Cristo”. O batismo não está apenas no começo da vida cristã, mas no ato do batismo temos o símbolo de toda a vida cristã: um constante morrer e ressuscitar com Cristo. “Ser crucificado com Cristo” realiza-se de dois modos: no interior da pessoa pela “mortificação” e no exterior pela inimizade do mundo. Porém, o conceito luterano do morrer do velho homem precisa ser traçado com base na doutrina da justificação. A mortificação não é obra meritória. Ela não é pré-requisito para a fé que alcança a graça, mas, inversamente, pressupõe a fé. Lutero, neste sentido, não se gloria na sua cruz, mas se gloria na graça de Deus. A teologia da cruz, em Lutero, se encontra na mais aguda oposição a qualquer moralismo.

De acordo com Lutero, ser crucificado com Cristo revela-se ainda no fato de um verdadeiro cristão ter de atrair necessariamente sobre si a inimizade do mundo. A inimizade do mundo é sinal para a autenticidade do discipulado. Pois o próprio evangelho é um escândalo para o mundo. A exemplo de Cristo, vestimos a “forma de servo”; renunciamos todo orgulho, fama e honra diante do mundo e de nós mesmos, e nos deixamos envolver na ignomínia de Cristo. Tornar-nos conformes com Cristo outra coisa não significa do que experimentar o fato da cruz também em nossa vida. Somos pessoas conformes com Cristo quando a cruz não permanece apenas um fato histórico, mas quando ela está erigida em meio à nossa vida. Isto, não obstante, é fruto da graça de Deus.

A cruz é, portanto, um paradoxo: Deus rejeita os orgulhosos, mas aos humildes concede a sua graça; ele rejeita os heróis, mas derrama o seu amor justificador aos fracassados. Assim, a humildade é a virtude básica da vida sob a cruz, do mesmo modo como a soberba é o verdadeiro e o maior pecado. Somente a fé pode perceber essa realidade verdadeira e paradoxal. A fé e a humildade estão intimamente relacionadas. A fé ensina a humildade, pois a fé é “negação de nós mesmos”, total renúncia e confiar na graça de Deus. Nesta negação de todos os direitos humanos, a fé se identifica com a humildade. Ostentar a própria humildade, como numa espiritualidade monástica, não é humildade.

(...) ninguém se considera humilde ou se gloria de sê-lo, a não ser o que é o mais orgulhoso. Somente Deus reconhece a humildade, e também somente ele a julga e revela, de sorte que a pessoa jamais tem menos consciência da humildade do que justamente quando é humilde.[8]

Por isso, a busca monástica por humildade não faz nenhum sentido. O caminho da humildade não vai de fora para dentro, mas de dentro para fora. Não podemos apresentar nossa humildade (“nulidade”) como mérito diante de Deus. Humildade é a renúncia consciente a todas as qualidades humanas com as quais poderíamos argumentar. Neste sentido, a humildade tem que preceder à fé, pertence ao alicerce crítico da fé. Justificação pela fé só poderá acontecer onde houver sido posto este alicerce. Neste sentido, humildade, tal como a fé, não é uma virtude. É a renúncia de toda virtude; é saber que não podemos subsistir perante Deus com nossa virtude. “Humildade nada mais é do que o auto-reconhecimento perfeito, que encerra a fé justificante.”[9] Este conceito luterano de humildade não se compara em nada ao sentido católico-sinergista. Todo sinergismo está excluído.

Por conseguinte, Lutero conta a cruz e o sofrimento entre os sinais particulares da igreja (nota ecclesiae). Faz parte da natureza da igreja encontrar-se ela no sofrimento; uma igreja da qual não se pode afirmar isso é uma igreja que se tornou infiel à sua destinação. A Igreja pode ser seduzida pela teologia da glória e se transformar em uma religião de boas obras e análises dos desempenhos dos fiéis. Lutero usou, portanto, a idéia de uma forma sofredora da igreja criticamente contra o papado e para julgamento da história da igreja. O Cristo morto e ressurreto está trabalhando em meio à fraqueza da Igreja, preparando-a para mostrar a sua força. De modo similar, o Cristo morto e ressurreto “julga a Igreja onde ela se tornou orgulhosa e triunfante, ou segura e presunçosa, e a chama para voltar ao pé da cruz, onde lembra da maneira misteriosa e secreta que Deus trabalha no mundo”. [10]

A teologia da cruz conhece a Deus no próprio lugar onde Ele se ocultou – na cruz, com os seus sofrimentos, todos eles considerados fraqueza e loucura pela teologia da glória. Deus é conhecido e compreendido não na força, mas na fraqueza, não numa demonstração impressionante de majestade e poder, mas na exibição de um amor que se dispõe a sofrer a fim de converter o homem para si: “Sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça” (Rm 3.24-25). No momento em que a proclamação eclesial deixa de ser uma pedra de tropeço para o povo, isto é sinal de que ela traiu o evangelho. No escândalo, porém, é que está o “poder do evangelho”. A adoração ou pregação que faz as pessoas sentirem-se bem consigo mesmas, ou satisfeitas com suas palavras e pensamentos arrogantes sobre Deus, é uma adoração da glória que condena nossa alma e nos separa de Deus. Quando a igreja perde sua cruz, “trocando-a pelo aplauso desta era ou a medida de sucesso deste mundo, acaba se deparando com um futuro pouco promissor”, escreve Shaw.[11]

A cruz de Cristo continua sendo ofensiva, como foi na época em que os primeiros cristãos começaram a falar dela como o caminho de Deus para a salvação. E nossa função, como a de João Batista, é apontar para Jesus Cristo crucificado – “Olhem o cordeiro de Deus!” E hoje, nesta era antropocêntrica e narcisista, a Igreja deve prosseguir dizendo ao homem: A si mesmo se negue, e dia a dia tome a sua cruz, e siga a Cristo.

01. ↑ SHAW, Mark. Uma Lição sobre a Verdade: A Teologia da Cruz de Martinho Lutero.
02. ↑ McGRATH, Alister. Luther´s Theology of the Cross. Oxford: Blackwell, 1985, p.1.
03. ↑ LUTERO, Martinho. Obras Selecionadas. Vol. 1. São Leopoldo e Porto Alegre: Sinodal, 1987, p. 50.
04. ↑ LUTERO, IV, 439, 19-24 apud EBELING, Gerhard. O Pensamento de Lutero. São Leopoldo: Sinodal, 1986, p. 83.
05. ↑ LUTERO, Martinho. Obras Selecionadas, Vol. 1, p. 55-198, extraído das Explicações sobre o valor das indulgências, de 1518, I, 614, 17ss.
06. ↑ Extratos da posição luterana por LOEWENICH, Walther Von. A Teologia da Cruz de Lutero. São Leopoldo: Sinodal, 1987, p. 119.
07. ↑ LUTERO, V, 84, 39ss, apud LOEWENICH, op. cit., p. 120.
08. ↑ LUTERO, VII, 560, 7ss, apud LOEWENICH, op. cit., p.133.
09. ↑ LOEWENICH, op. cit., p.131.
10. ↑ McGRATH, op. cit., p. 181.
11. ↑ SHAW, op. cit., p. 18.

copyright © - Tradutor:  GILSON SANTOS - www.editorafiel.com.br
Franklin Ferreira, Bacharel em teologia pela Escola Superior de Teologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e mestre em teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil. Coordena o projeto da Editora Fiel de publicar as obras de João Calvino. É professor, escritor e conferencista. Autor do livro Teologia Sistemática em co-autoria com Alan Myatt, publicado pela editora Vida Nova, e dos livros Agostinho de A a Z e Gigantes da Fé, pela Editora Vida.


ASSISTA TAMBÉM A SEGUNGA PARTE DA PALESTRA: http://rupereta.blogspot.com/2010/12/o-impacto-do-avivamentona-transformacao.html#more

Franklin Ferreira, Bacharel em teologia pela Escola Superior de Teologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie e mestre em teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil. Coordena o projeto da Editora Fiel de publicar as obras de João Calvino. É professor, escritor e conferencista. Autor do livro Teologia Sistemática em co-autoria com Alan Myatt, publicado pela editora Vida Nova, e dos livros Agostinho de A a Z e Gigantes da Fé, pela Editora Vida.


Hoje eu irei apresentar uma excelente ferramenta para quem  gosta de estudar a Palavra de Deus: A bíblia eletrônica e-sword. Trata-se de um software muito bom para quem precisa de uma bíblia para o seu computador. Tive conhecimento dela há algum tempo atrás e tenho utilizado-a bastante.

Ela tem excelentes recursos além da bíblia, como dicionário, comentário bíblico, e mapas.  Ela é constituída por módulos que tem várias funcionalidades entre elas a de comparar o capítulo de até 4 versões de bíblias diferentes ou, no caso de versículo, de todas as versões que tiverem instaladas. Tem um buscador para pesquisar por palavras. E outras coisas que só testando para ver. O melhor de tudo isso é que é freeware, é de graça.
A versão é para Windows, mas pode-se usar no Linux com o Wine. Eu utilizo os  dois sistemas, no Linux (uso o Biglinux) perde-se um pouco de qualidade nos mapas e na busca.



O inconveniente é que o default dela está em inglês,  já vem pré instalada a versão King James e a concordância Strong. Porém algumas pessoas já desenvolveram alguns módulos em português e espanhol das bíblias nas versões ARA,  ARC, NVI, NTLH e VIVA. Estarei disponibilizando as versões de bíblias, dicionários e  comentários que eu tenho em português  e espanhol nos links que colocarei no final. Vale a pena baixar!!

Primeiramente deve-se baixar a bíblia e instalar.  Ela é um arquivo auto-executável. Baixar também o plugin  para tradução do software  para o português.

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E instale o e-sword em seu computador. Explicando melhor os arquivos:

Setup903.exe é executável da bíblia. instale-a primeiro

Setup803.exe disponibilizei esta versão nela existe vários aplicativos que não tem na nove baixe e transforme os aplicativo para o mod.9
 
Localize.exe é o plugin para traduzir o aplicativo para português.

Os demais arquivos: Versões da Bíblia (.bblx); Comentários (.cmtx) e Dicionários (.dctx) não são executáveis, faça download como estão e copiem para a pasta onde a bíblia foi instalada a bíblia, o padrão é C:/Arquivos de programas/e-Sword. 




O Livro Perigoso

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Três homens morrem na mesma hora e vão para o céu, chegando na porta do céu Jesus veio recebê-los e disse:
- Irei fazer a mesma pergunta a cada um de vocês e a sua resposta, determinará seu destino eterno.
Então Jesus pergunta ao primeiro homem:
- POR QUE DEVO DEIXA VOCÊ ENTRAR NO MEU CÉU?
Então aquele homem sorriu e disse:
- Por eu creio e tenho fé.
Então Jesus disse:
-Você quer entrar no meu céu baseado em algo em você mesmo?
E o homem disse:
- Sim.
Então Jesus disse:
- Ninguém entra no meu céu baseado em algo nele mesmo. Então Cristo enviou aquele homem para o inferno.
Então Jesus olhou para o segundo homem e disse:
- POR QUE EU DEVERIA DEIXAR VOCÊ ENTRAR EM MEU CÉU?
O homem então disse:
- Eu não somente acreditei no Senhor como também lhe obedeci.
Então Jesus disse:
Você gostaria de entrar no meu céu baseado em seu próprio esforço, gostaria de lhe explicar ninguém entra no meu céu baseado naquilo que fez; então Jesus envia aquele homem para o inferno.
Então Jesus olhou para o terceiro homem e disse:
- POR QUE EU DEVERIA DEIXAR VOCÊ ENTRA EM MEU CÉU?
Então aquele homem baixou a cabeça e disse:
- Eu não consigo pensar em uma razão, a não ser que o Senhor prometeu, que se eu coloca-se minha confiança no Senhor, o Senhor me daria a sua retidão, por causa daquilo que o Senhor fez na cruz por mim, que o Senhor me salvaria; o Senhor me prometeu.
Então Jesus disse para este homem:
- Você quer entrar no meu seu por causa de algo que eu fiz?
E o homem disse:
- É a única coisa que eu tenho!
Jesus então diz:
- Isto é tudo que você precisa. Então deu bem vindo a ele, e deixou entrar no céu.
Como escreveu o autor de um antigo hino diz:
“Minha esperança descansa sobre na mais do que o sangue de Cristo e sua retidão”

Não brinque com sua alma.

Ilustração usada por Don Klister em um sermão pregado na Conferência Fiel 2010 “O Caminho de Deus”.

Andrezinho Rupereta.





Toca o telefone... 
 
 - Alô. 
 
 - Alô, poderia falar com o responsável pela linha? 
 
 - Pois não, pode ser comigo mesmo. 
 
 - Quem fala, por favor? 
 
 - Edson. 
 
 - Sr. Edson, aqui é da OI, estamos ligando para oferecer a promoçãoOI linha adicional, onde o Sr. tem direito... 

 - Desculpe interromper, mas quem está falando? 
 
 - Aqui é Rosicleide Judite, da OI, e estamos ligando... 
 
 - Rosicleide, me desculpe, mas para nossa segurança, gostaria de conferir alguns dados antes de continuar a conversa, pode ser? 

 
 - Bem, pode.. 
 
 - De que telefone você fala? Meu bina não identificou. 
 
 - 10331. 
 

 - Você trabalha em que área, na OI?

 
 
 
- Telemarketing Pro Ativo. 
 
 - Você tem número de matrícula na OI? 
 
 - Senhor, desculpe, mas não creio que essa informação seja necessária. 
 
 - Então terei que desligar, pois não posso ter segurança que falo com uma funcionária da OI. São normas de nossa casa. 
 
 - Mas posso garantir.... 
 
 - Além do mais, sempre sou obrigado a fornecer meus dados a uma legião de atendentes sempre que tento falar com a OI. 
 

 - Ok.... Minha matrícula é 34591212. 
 - Só um momento enquanto verifico. 
 
 (Dois minutos depois) 
 
 - Só mais um momento. 
 

 (Cinco minutos depois) 


 
 - Senhor? 

 - Só mais um momento, por favor, nossos sistemas estão lentos hoje. 

 
 - Mas senhor... 
 
 - Pronto, Rosicleide, obrigado por ter aguardado. Qual o assunto? 
 
 - Aqui é da OI, estamos ligando para oferecer a promoção, onde o Sr. tem direito a uma linha adicional. O senhor está interessado, Sr. Edson? 
 

 - Rosicleide, vou ter que transferir você para a minha esposa, porque é ela que decide sobre alteração e aquisição de planos de telefones. 
 
 - Por favor, não desligue, pois essa ligação é muito importante para mim. 

 (coloco o telefone em frente ao aparelho de som, deixo a música Festa no Apê do Latino 
 tocando no Repeat (quem disse que um dia essa droga não iria servir para alguma coisa?), depois de tocar a porcaria toda da música, minha mulher atende: 
 
 - Obrigado por ter aguardado.... pode me dizer seu telefone pois meu bina não identificou.. 

 - 10331. 
 
 - Com quem estou falando, por favor. 
 
 - Rosicleide 

 - Rosicleide de que? 
 
 - Rosicleide Judite (já demonstrando certa irritação na voz). 
 
 - Qual sua identificação na empresa? 
 
- 34591212 (mais irritada agora!). 
 
 - Obrigada pelas suas informações, em que posso ajudá-la? 
 - Aqui é da OI, estamos ligando para oferecer a promoção, onde a Sra tem direito a uma 
 linha adicional. A senhora está interessada? 


 
 - Vou abrir um chamado e em alguns dias entraremos em contato para dar um parecer, 
 pode anotar o protocolo por favor.....alô, alô! 

 
 TUTUTUTUTU... 
 
 - Desligou.... nossa que moça impaciente!
 

 SE ESSA MODA PEGAR ... AGORA É A NOSSA VEZ GENTE!!!

Sobre Corromper a Palavra de Deus
John Wesley

'Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus'.
(II Corintios 2:17)-

[1.] A Primeira e grande marca de alguém que corrompe a Palavra de Deus, é introduzir nela as misturas humanas; tanto de erros [heresias] de outros, quanto de fantasias de sua própria imaginação. Fazer isto, é corrompê-la, no mais alto grau; é misturar com os oráculos de Deus, fantasias impuras, adequadas apenas para a boca do diabo! E ainda assim, isto foi feito, tão freqüentemente, que sempre raramente alguma opinião errônea [herética] foi, tanto inventada, quanto recebida, a não  ser que as Escrituras fossem citadas para defendê-la.

[2.] E quando a impostura foi muito audaciosa, e o texto citado para ela pareceu muito claramente, tanto para ser desfavorável ao propósito ou não ter nada com ele, então, o recurso tem usualmente tido um Segundo método para corrompê-lo, misturando-o com falsas interpretações. E isto é feito, algumas vezes, repetindo as palavras erradamente; e, algumas vezes por repeti-las corretamente, mas colocando um sentido errado sobre elas; um que é tanto exagerado e artificial, quando estranho à intenção do escritor, no lugar de onde elas foram tiradas; talvez, contrário à sua intenção, naquele mesmo lugar, assim como ao que ele diz, em alguma outra parte de seus escritos. E isto é facilmente efetuado: qualquer passagem é facilmente pervertida, sendo recitada simplesmente, sem qualquer dos versos precedentes e seguintes. Por esses meios, ele pode parecer ter freqüentemente um único sentido, quando está claro que, observando o que vem antes e o que se segue depois, que ele realmente tem uma direção contrária. Por necessidade de observar que as almas descuidadas estão sujeitas a serem sacudidas com todo vento de doutrina, quando quer que eles caiam nas mãos daqueles que têm suficiente maldade e astúcia, assim, para adulterar o que eles pregam, e para acrescentar, aqui e ali, um comentário plausível com o objetivo de fazê-la sucumbir mais facilmente.

[3.] A terceira espécie desses que corrompem a Palavra de Deus, embora em um grau menor, do que os anteriores, são daqueles que assim procedem, não acrescentando a ela, mas tirando dela; dos que tiram tanto o espírito, quanto a substância dela fora, enquanto eles planejam profetizar apenas as coisas agradáveis, e portanto, disfarçam e dissimulam o que eles pregam para reconciliá-la ao gosto dos ouvintes. E para que eles façam da melhor maneira, eles comumente permitem que aquelas partes que não darão margem a disfarce algum continuem. Eles lavam suas mãos daqueles textos resolutos que não se submeterão aos seus propósitos, ou  que, muito claramente, tocam nos vícios reinantes do lugar onde eles estão. Estes eles trocam por aqueles mais leves e tratáveis, que não estão tão aptos a causarem ofensa. Nenhuma palavra deve ser dita da tribulação e angústia denunciadas contra os pecadores em geral; muito menos do fogo inextinguível, que, se Deus for verdadeiro, aguarda diversas dessas ofensas particulares que têm caído dentro de sua própria observação. Mas eles seguramente podem ressoar contra aqueles que estão fora do seu alcance, e contra aqueles pecados que eles supõem nenhum dos que os ouvem são culpados. Ninguém os leva ao coração, para ouvirem aquelas práticas declaradas, com as quais ele não está preocupado em si mesmo. Mas, quando o golpe chega em casa, quando ele alcança seu próprio caso, então, ele se acha, se não convencido, insatisfeito, ou irado, e exasperado.Fo

Estes são os métodos daqueles corruptores da Palavra, que agem, à vista dos homens, e não de Deus. Eles testam os corações, e não irão receber o serviço no qual apenas os lábios estão preocupados. Mas suas palavras não têm intercurso com seus pensamentos. Nem é apropriado para eles que elas possam. Porque, se a real intenção deles aparecer, uma vez, deverá ser um fracasso. Eles se propõem, é verdade, fazer o bem, através do Evangelho de Cristo; mas isto para si mesmos, e não para os outros. Ao passo que eles que usam da sinceridade na pregação do Evangelho, no bem de outros, buscam seu próprio bem. E que eles são sinceros e falam como oficiais autorizados, aos olhos Dele cuja autorização eles carregam, aparece plenamente da contrariedade direta entre a prática deles, e aquela dos dissimuladores acima descritos
Fonte:  Trecho do Sermão de  John Wesley  -  Sobre  Corromper a  Palavra de Deus



O que Está Errado com o Calvinismo?

Jerry L. Walls

Um dos mais longos debates na história da teologia diz respeito à relação entre a predestinação e a liberdade humana. De um lado desta disputa o nome mais famoso é de João Calvino, e do outro o nome mais conhecido é provavelmente John Wesley. Embora Wesley estivesse preocupado com a evangelização e a renovação da igreja, a própria natureza de seu trabalho exigia que ele tomasse posições sobre certos assuntos polêmicos. Talvez o mais significativo desses envolvesse suas disputas com o Calvinismo; de fato, seu trabalho sobre estas questões representa uma de suas mais importantes contribuições para a teologia histórica.

Apresso-me a acrescentar que esta disputa está longe de ser meramente uma relíquia da história que os cristãos contemporâneos podem ignorar. Alguns anos atrás eu fui coautor de um livro sobre o Calvinismo com um colega e outro amigo acadêmico perguntou se não estávamos simplesmente batendo em um cavalo morto. A resposta é, decididamente, não! Quem está prestando atenção está bem ciente que o Calvinismo não só está vivo, está também florescendo. E o que pode vir a surpreender alguns é que ele está florescendo entre os crentes jovens de faculdades e até mesmo entre aqueles com idade para o ensino médio. Este ressurgimento do Calvinismo foi documentado em uma recente reportagem de capa na revista CHRISTIANITY TODAY, intitulada “Jovens, inquietos e reformados” (cf. http://www.christianitytoday.com/ct/2006/september/42.32.html).

Enquanto os debates sobre o Calvinismo são normalmente vigorosos e altamente enérgicos, muitas vezes os disputantes deixam escapar as verdadeiras questões que dividem os dois lados. Isto não é surpreendente, pois compreender as questões exige apreender algumas distinções sutis, particularmente no que diz respeito à forma como a liberdade humana é definida pelos lados opostos. Às vezes se pensa que as divergentes opiniões sobre a liberdade representam o mais profundo fosso entre calvinistas e wesleyanos. Este certamente não é o caso, mas se faz necessário ser claro sobre as diferentes explicações sobre a liberdade para verdadeiramente ver as questões mais profundas.

Antes de afirmar as diferenças, é importante ser claro sobre o importante fundamento que Wesley compartilhava com seus oponentes calvinistas. Em primeiro lugar, eles concordavam com a doutrina da depravação total, a doutrina que o pecado afetou todos os aspectos da vontade humana e nos incapacitou de obedecer a Deus e cumprir sua vontade. Além disso, Wesley e seus oponentes concordavam que nem todos finalmente serão salvos. Assim, a primeira grande questão entre os dois lados tinha a ver com a explicação de por que nem todos são salvos. A resposta calvinista é que Deus incondicionalmente escolhe salvar alguns da massa de pecadores caídos, e ignorar o restante, que são consequentemente condenados. Os eleitos que são escolhidos para salvação recebem o dom da graça irresistível; ou seja, Deus age em seus corações e vontades de tal modo que eles não podem senão responder favoravelmente ao convite do evangelho.

E, todavia, os calvinistas insistem, a resposta à graça, no entanto, é livre. Considere este trecho da “Confissão de Westminster” descrevendo a obra de Deus nas vidas dos eleitos. Essa obra tem o efeito de “iluminar os seus entendimentos espiritualmente a fim de compreenderem as coisas de Deus para a salvação, tirando-lhes os seus corações de pedra e dando-lhes corações de carne, renovando as suas vontades e determinando-as pela sua onipotência para aquilo que é bom e atraindo-os eficazmente a Jesus Cristo, mas de maneira que eles vêm mui livremente, sendo para isso dispostos pela sua graça” (X.1). Note particularmente a última linha, que diz que “eles vêm mui livremente, sendo para isso dispostos pela sua graça”. Esta linha é muito reveladora para nos ajudar a compreender a visão calvinista da liberdade.

A essência da visão – às vezes chamada de “determinismo suave” e às vezes de “compatibilismo” – é que a liberdade é compatível com o determinismo. Ou seja, uma escolha pode ser livre mesmo que ela seja completamente determinada por causas anteriores. Em particular, os calvinistas afirmam que Deus determina tudo o que acontece, inclusive nossas escolhas.

Às vezes se pensa que o Calvinismo ensina que Deus nos força a fazer coisas contra a nossa vontade ou nos compele contra os nossos desejos. Contudo, este é um grave equívoco sobre o Calvinismo. Olhe novamente para a passagem acima. Ela diz que Deus ilumina as mentes dos eleitos, que renova as suas vontades, muda seus corações, e assim por diante. Por conseguinte, Deus não faz os eleitos agirem contra as suas vontades; antes, ele muda as suas vontades de forma que quando eles vêm a Cristo, eles fazem de bom grado. Na verdade, eles não podiam fazer outra coisa – isso é que torna a graça irresistível – mas dado a forma como Deus os mudou internamente, eles não querem fazer o contrário. Eles fazem exatamente o que Deus determinou que fizessem, e eles fazem exatamente o que desejam fazer. Eles são ambos determinados e livres, no sentido que eles fazem o que querem fazer. Deus faz com que eles tenham as crenças e desejos que têm, e eles agem em conformidade com esses desejos.

Agora vamos nos voltar para Wesley para ver como ele explicava por que alguns não são salvos. Aqui está como ele afirmava a questão entre ele mesmo e seus oponentes calvinistas. “Você pode me levar, por um lado, a menos que eu me contradiga ou retraia meus princípios, a confessar uma medida de livre arbítrio em cada homem... e, por outro, posso levar você, e todos os outros defensores da eleição incondicional, a menos que você se contradiga ou retraia seus princípios, a confessar a reprovação incondicional”. Note: Wesley diz que seus princípios o levam a “confessar uma medida de livre arbítrio em cada homem”. E esta é a sua resposta à pergunta de por que alguns não são salvos.

Na opinião de Wesley, Deus restaura aos pecadores caídos uma medida de liberdade que lhes permitem aceitar o evangelho e ser salvos, ou rejeitá-lo. Esta é uma parte essencial de sua famosa doutrina da “graça preveniente”, uma doutrina que é a contraparte em seu sistema teológico da doutrina da eleição incondicional no Calvinismo. A graça preveniente capacita todas as pessoas a responder ao evangelho e ser salvas, então ninguém é incondicionalmente eleito como no Calvinismo. Pelo contrário, a eleição é condicional a uma resposta positiva à graça preveniente de Deus. Aqueles que aceitam essa graça e perseveram nela serão salvos, enquanto que aqueles que persistem em rejeitá-la serão perdidos. Assim, a explicação de Wesley de por que alguns se perdem é profundamente diferente da resposta calvinista. Eles não se perdem porque não foram eleitos; antes, eles não são eleitos porque escolhem livremente permanecer perdidos.

A visão de Wesley da liberdade é muito diferente da visão calvinista. Para ele é uma contradição em termos dizer que uma escolha pode ser ambas determinada e livre. Uma escolha verdadeiramente livre é aquela em que a pessoa envolvida poderia ter escolhido de outra forma. Novamente, todas as pessoas são capacitadas ou habilitadas a aceitarem o evangelho e serem salvas, mas ninguém é determinada a agir assim.

É importante ressaltar o lugar que essa visão da liberdade tem na estrutura do pensamento de Wesley. Observe que é algo que ele deve afirmar, sob pena de inconsistência, se ele for permanecer fiel aos seus princípios. Assim, sua visão da liberdade é uma implicação de princípios mais profundos que ele possui. E os calvinistas, ele insiste, devem afirmar a reprovação incondicional, se forem consistentes.

Agora, é isso que para Wesley é simplesmente inconcebível e totalmente em desacordo com a descrição bíblica de Deus. E aqui começamos a abordar as mais profundas diferenças entre Wesley e o Calvinismo. Para trazer estas diferenças em foco, precisamos refletir sobre uma implicação fundamental da visão calvinista da liberdade, a saber: se a liberdade e o determinismo forem compatíveis, então Deus poderia salvar todas as pessoas mantendo suas liberdades intactas. É por isso que Wesley acha abominável o conceito calvinista da reprovação. De acordo com ele, Deus escolhe destinar à condenação pessoas que ele poderia facilmente salvar, sem anular as suas liberdades.

Se a questão for considerada apenas do ponto de vista do poder de Deus, Wesley concordaria que Deus poderia ter criado um mundo no qual ele determinasse todas as coisas. Mas se ele tivesse escolhido determinar todas as coisas, o mundo seria um lugar bem diferente do que é. Se Deus determinasse todas as coisas, o mundo não seria cheio de pecado e miséria. E, certamente, Deus não determinaria que ninguém se perdesse se ele pudesse salvá-los sem anular as suas liberdades.

Assim, agora fica claro que a diferença fundamental entre a teologia calvinista e a wesleyana é, em última análise, uma visão profundamente diferente do caráter de Deus. Não é uma questão do que Deus podia fazer (poder), mas do que ele queria fazer (caráter). Se ele pudesse salvar a todos sem destruir suas liberdades, ele certamente faria isso. Se ele pode mas não quer, ele não pode ser perfeitamente bom ou amoroso.

É por isso que a visão de Wesley da liberdade humana é uma implicação de princípios mais fundamentais que têm a ver com o amor e a bondade de Deus. Se há um grande mal no mundo, e alguns, talvez muitos, finalmente se perdem, isso deve ser explicado em termos de liberdade humana. Novamente, se Deus determinasse escolhas da maneira que ensinam os calvinistas, ele não determinaria o mal, e, em última análise, a condenação.

Uma implicação prática desta profunda diferença é a forma como entendemos e pregamos o evangelho. Particularmente, nós acreditamos e pregamos que Deus genuinamente ama todas as pessoas? Enquanto os wesleyanos podem sinceramente afirmar isso, é difícil para os calvinistas fazer a mesma coisa sem serem hipócritas. Pois não há sentido inteligível em que pode ser afirmado que Deus ama as pessoas que ele escolheu não salvar, pessoas que ele poderia salvar sem sobrepor suas liberdades (como os calvinistas a definem) mas que escolheu não salvar. É porque o próprio núcleo do evangelho está envolvido nesta controvérsia clássica que Wesley foi tão intensamente sensível a ela, e também por que os cristãos contemporâneos devem continuar dedicando-se a esta questão com sábia preocupação.

Fazer isso requer um esforço sério para adquirir uma clara compreensão, não apenas dos conceitos filosóficos e teológicos que tenho abordado neste ensaio, mas também uma profunda compreensão da narrativa bíblica. Textos-prova não irão estabelecer a questão para um dos lados. Somente um confronto honesto com a Escritura, junto com uma rigorosa clareza das afirmações das verdades teológicas desenvolvidas por cada lado é que permitirá uma avaliação precisa das duas tradições, mostrará como eles divergem e deixará claro o que está em jogo quando o fazem.

Jerry Walls, John Wesley Fellow e editor do Manual Oxford de Escatologia (Oxford University Press, 2007).

Tradução: Berilso de França
Fonte:http://www.arminianismo.com/
Não Estou Salvo!

por

Charles Haddon Spurgeon

“Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos” 
Jeremias 8.20
NÃO ESTOU SALVO! Caro leitor, esta é a sua triste condição? Mesmo sendo avisado do julgamento por vir e exortado a buscar a salvação,ainda assim, até agora você não está salvo? Você sabe qual é o caminho da salvação; tem lido sobre isso na Bíblia; ouve pregações a respeito e amigos lhe explicam o assunto. 

Porém, apesar de tudo, você despreza e, portanto, não está salvo. Não haverá desculpas para você, quando o Senhor julgar os vivos e os mortos. O Espírito Santo tem abençoado, com maior ou menor intensidade, a Palavra que lhe é pregada; tem trazido, da presença divina, momentos de refrigério. Mesmo assim, você se encontra sem Cristo. Assim como as estações, essas oportunidades de esperança lhe chegaram e se foram - seu verão e sua colheita já passaram - e você ainda não está salvo.

Os anos se sucedem em direção à eternidade; logo chegará o último ano de sua vida. Sua juventude logo passará; sua varonilidade estará se escoando, e você ainda não está salvo. Pergunto-lhe: Você será salvo ainda? Há qualquer possibilidade disso? Mesmo as ocasiões mais propícias não lhe levaram a salvação. Seria o caso de outras oportunidades alterarem a sua condição? Vários meios já falharam com você; até mesmo o melhor dos métodos, usado com perseverança e com a maior afeição. O que mais poderá ser feito por você? 
  
A aflição e a prosperidade não mais lhe impressionam; lágrimas, orações e sermões se perderam em seu coração vazio. Não se esgotaram as probabilidades de você um dia ser salvo? Não é mais que provável que você  permanecerá como está, até que a morte feche para sempre as portas  da salvação? 
Você poderá rejeitar esta suposição; entretanto, ela é racional, pois quem não se lava em águas abundantes, quando as encontra, muito provavelmente permanecerá imundo até o fim. Se o tempo apropriado não chegou, por que haveria de chegar? É natural temer que ele nunca chegará e que, à semelhança de Félix, você nunca encontre ocasião apropriada, até que esteja no inferno. Oh! Considere o que é o inferno e a terrível possibilidade de ser em breve lançado nele!
Leitor, caso você morra sem ser salvo, não haverá palavras para descrever a sua perdição. Você deveria lamentar-se profundamente pela triste estado, falar a respeito dele com gemidos e ranger de dentes. Você
será punido com a destruição eterna, banido da glória do Senhor e da glória do seu poder. Esta voz amiga deseja alertá-lo e conduzi-lo à uma vida de seriedade. Oh! Seja sábio a tempo e, antes que passe a oportunidade, creia em Jesus, que é capaz de salvá-lo completamente.
Utilize o tempo presente para refletir. Se, em humilde fé em Cristo, houver arrependimento em sua vida, isto será o melhor a lhe acontecer.
Não permita que este ano passe e você continue sem perdão; nem que o repicar dos sinos do ano novo o encontrem sem o gozo verdadeiro. Creia em Jesus e viva - agora, agora, agora.
“Livra-te, salva a tua vida; não olhes para trás, nem pares em toda a campina; foge para o monte, para que não pereças” Gn. 19:17.

Leonard Ravenhill (1907-1994) foi um escritor e evangelista cristão britânico que focalizava em assuntos como oração e avivamento. É mais conhecido por desafiar a igreja moderna e seu mais notável livro é "Por que Tarda o Pleno Avivamento?"




Biografia
Nascido em Leeds, Yorkshire, na Inglaterra, Ravenhill foi educado na Cliff College, Inglaterra, aos pés do ministério de Samuel Chadwick. Foi um estudante de História da Igreja e um perito no campo do avivamento. Suas reuniões ao longo da guerra atraiu grandes multidões na Grã-Bretanha, e como resultado, muitos convertidos devotaram-se ao ministério cristão e aos campos de missões mundiais.
Em 1939, casou-se com uma enfermeira irlandesa chamada Martha. O casal teve três filhos: Paul, David e Philip. Paul e David são ministros do Evangelho, e Philip é professor.
Em 1959, Ravenhill e sua família se mudaram da Grã-Bretanha para os Estados Unidos. Nos anos 60, viajaram pelo país pregando o avivamento em reuniões evangelísticas.[1]
Nos anos 80, Ravenhill se mudou para uma casa perto de Lindale, Texas, a curta distância do Rancho do Ministério dos Últimos Dias. Ele regularmente ensinava no M.U.D. e foi um mentor para Keith Green. Também passou um tempo lecionando na Bethany College of Missions em Minnesota, e algum tempo também em Seguin, Texas.
Leonard Ravenhill foi amigo íntimo do pastor e escritor A.W. Tozer, e ele mesmo um escritor prolífico.[3]
Em seus ensinos e livros, Ravenhill pregou sobre as divergências que ele percebeu entre a Igreja do Novo Testamento e a Igreja de seu tempo, e clamava pela adesão aos princípios do avivamento bíblico. 
Morte
Tozer disse a respeito de Ravenhill:
A homens como este, a Igreja tem um débito muito grande a ser pago. O curioso é que ela raramente tenta pagá-lo enquanto está vivo. Ao invés disso, a próxima geração ergue seu sepulcro e escreve sua biografia — como se fosse instintivamente e envergonhadamente quitar uma obrigação que a geração anterior ignorou completamente.
Quando faleceu em Novembro de 1994, Ravenhill foi enterrado no mesmo cemitério que Keith Green. Em sua lápide está escrito:
  • Topo: "Carregado por Anjos"
  • Base: "AS COISAS PELAS QUAIS VOCÊ TEM VIVIDO VALEM A MORTE DE CRISTO?"


FONTE:
http://www.4christ.com.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leonard_Ravenhill

Andrezinho Rupereta
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