Texto base:

Mas, com a voz do agradecimento, eu te oferecerei sacrifício; o que votei pagarei. Ao SENHOR pertence a salvação! Jonas 2.9
Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo. Mateus 24.13

Na vida cristã, o que importa, não é como começamos, e sim, como terminamos.
Andrezinho rupereta
Introdução:
No livro As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian de C.S.Lewis e nítido o que Lewis quis mostrar, ele deixa claro neste livro, que todos podemos passar por problemas sérios, mas não devemos perder a nossa fé, e não devemos perder a esperança nas promessas que nos foram feitas, ele também deixa claro que não é com nossa força que poderemos vencer as forças do mal, e devemos tomar o máximo de cuidado para não abandonarmos (o cuidado para não apostatarmos) a nossa fé.
Já faz muito tempo uns quatrocentos anos, que os teólogos Calvinistas e Arminianos discutem sobre o quesito de nossa segurança, quanto ao aspecto da salvação, podemos perdê-la ou não, uma vez salvo sempre salvo ou podemos perder esta salvação, em última instância de quem depende a segurança da salvação. Em ambos os lados temos ensinos importantes, um lado ira defender a Soberania de Deus, e outro lado defenderá a responsabilidade do homem, o grande problema, destas questões, é quando não encontramos o devido equilíbrio entre estas proposições.
Um dos maiores teólogo pentecostal Myer Pearlman escreveu:

"a ênfase demasiada à soberania e a graça Deus na salvação pode conduzir a uma vida descuidada, porque se a pessoa é ensinada a crer que conduta e atitude nada têm haver com sua salvação, pode tornar-se negligente. Por outro lado, ênfase demasiada sobre a livre vontade e responsabilidade do homem, como reação contra o calvinismo, pode trazer as pessoas sob o julgo do legalismo e despojá-las de toda a confiança de sua salvação. Os dois extremos que devem ser evitados são: ilegalidade e o legalismo". Conhecendo as doutrinas da Bíblia.

Durante muito tempo os Arminianos são acusados de que seu sistema teológico não confirma a segurança do cristão, deixando a idéia de que, a qualquer momento ele pode perdê-la, isto simplesmente é distorção dos fatos, veja o que o próprio Arminius escreveu sobre este assunto:

"em nenhuma época eu afirmei que crentes finalmente se afastam ou caem da fé ou da salvação". Works of Arminius. (As obras de Arminius; Volume 1; pag. 741)

"Em relação à certeza de salvação, minha opinião é, que é possível ao que crê em Jesus Cristo estar seguro e persuadido (certeza fortemente estabelecida), se seu coração não condená-lo, ele está agora na realidade certo, que é um filho de Deus, e se encontra na graça de Jesus Cristo."
Works of Arminius. (As obras de Arminius; Volume 1; pag. 667).
Tendo estes princípios em mente, que o sistema teológico dos Arminianos não ensina que um cristão nascido de novo pode perder a salvação, devemos analisar o que o sistema teológico dos Arminianos, quer dizer como uma possível perda de salvação. Vejamos o que a bíblia nos ensina.



  1. Jesus é a nossa segurança. 

    A segurança do cristão não se encontra nele, ela se encontra na pessoa de Jesus, por meio de sua morte e ressurreição. Foi um sacrifício perfeito, feito por uma pessoa perfeita, em um único ato eterno. Através da morte de Jesus, foi feita uma aliança eterna(MT. 26.26-28; Hb. 13.20-21; 1jo. 5.11 -13).
    Esta aliança firmada na eternidade é a aliança da graça que Deus disponibilizou a todos os povos e nações, fazendo com que todos, os que creram, no sacrifício feito por Jesus naquela cruz, se tornem seus filhos e seus sacerdotes reais (Jo. 1.12, 1PE. 2.9)
Deus nos assegura plena segurança de salvação, podemos afirmar que somos salvos e não somos capazes de perder esta salvação. A segurança de nossa salvação é o sacrifício que foi uma vez oferecido, e consumado, a obra foi completa, nada podemos fazer para acrescentar ou diminuir o poder desta salvação. (João 6.35-40)

Então Jesus declarou: "Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede. Mas, como eu lhes disse vocês me viram, mas ainda não crêem. Todo o que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei. Pois desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou. E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas ressuscite no último dia. Porque a vontade de meu Pai é que todo o que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia"

 
Esta é a promessa, não seremos rejeitamos; não nos perderemos; Jesus é capaz de nos guardar, Ele não nos lançará fora. Trazemos em nós o selo de garantia e domínio vejamos o que Paulo nos ensina a este respeito:
   
"... em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa" Efésios 1.13

O comentarista Willian Hendriksen nos ensina que o selo nestes textos de Paulo tinha três funções 1-garantir autenticidade, possessão (posse de algo) e proteção. A idéia principal contida neste texto é a que o selo traz garantia de salvação. A segurança da salvação esta garantida pela marca da promessa dita por Jesus, o Espírito Santo é a pessoa, que garante a certeza de nossa salvação, não é uma responsabilidade nossa, Ele começa em Deus e termina com Ele, somos participantes e cooperadores desta real transformação gerada em nosso coração, Deus disponibiliza todos os meios para desenvolvermos esta salvação, mas a capacidade ou poder, sempre começa em Deus, nunca em nós, não somos capazes de gerar a vida de Cristo em nós.
Podemos observar esta idéia no texto de Paulo aos Filipenses vejamos:

Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei ( katergazomai = a idéia contida nesta palavra usada por Paulo é trabalhar até o termino do serviço) a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua ( energeo= trabalhar efetiva e produtivamente, dar poder e energizar. A palavra descreve a energia e poder eficazes do próprio Deus em ação; Chave Lingüística do N.T Grego) em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. Filipenses 2.12-13.

Paulo mostra claramente que uma pessoa salva desenvolve sua salvação, o desenvolver a salvação é a realidade da transformação gerada através do novo nascimento, isto é o poder (Gr. Energeo) de Deus.

Frank M.Boyd teólogo pentecostal escreve:

Esta passagem ("desenvolvei a vossa "salvação"") não ensina em absoluto, uma salvação pelas obras. O versículo seguinte o esclarece muito bem: "Porque é Deus quem efetua em vós tanto o querer como o realizar..." O sentido do texto como um todo "constitui um apelo aos homens justificados a diligentemente zelarem pelo progresso de sua santificação, a qual se consumará brevemente na "glória a ser revelada"". A consumação de nossa salvação, pois, está em nossa dependência de Deus (v.13), mas como Ele habita em nosso interior devemos agir com "temor e tremor" (v.12). O apostolo, com isso, ressalta que devemos ter permanentemente o cuidado de não ofender a Deus, buscando em tudo fazer o que é reto – uma forma de confirmar (não de obter) a nossa salvação. Comentário Bíblico Ed. CPAD




  1. Perseverando na fé.
Aquele, porém, que perseverar ( hupomeno) até o fim, esse será salvo. Mateus 24.13 Neste texto podemos notar pelo contexto que em meio às tribulações que virão (Guerras, falsos Cristos, fome, terremotos, ódio contra os cristãos, escândalos, traição, falsos profetas, iniqüidade em alta, amor em baixa) diante de tudo isto devemos estar firmes. No livro de Mateus esta expressão, "aquele, porém, que perseverar até o fim", também e repetida em (MT. 10.22; v.tb Mc.13.13), a idéia central do que Jesus nos quer transmitir é fique firme.
No Antigo Testamento a palavra hebraica usada é (qzx chazaq) ela transmite a idéia de fortalecer, prevalecer, endurecer, ser forte, tornar-se forte, ser corajoso, ser firme, ficar firme, ser resoluto, ser persistente. Dic.Strong
Vejamos alguns exemplos:

 
Deuteronômio 31.6 Sede fortes (qzx chazaq) e corajosos, não temais, nem vos atemorizeis diante deles, porque o SENHOR, vosso Deus, é quem vai convosco; não vos deixará, nem vos desamparará.

 
Êxodo 9.35 E assim Faraó, de coração endurecido (qzx chazaq), não deixou ir os filhos de Israel, como o SENHOR tinha dito a Moisés.

 
1 Crônicas 28.6-7 E me disse: Teu filho Salomão é quem edificará a minha casa e os meus átrios, porque o escolhi para filho e eu lhe serei por pai.Estabelecerei o seu reino para sempre, se perseverar ele(qzx chazaq) em cumprir os meus mandamentos e os meus juízos, como até ao dia de hoje.

 
No Novo Testamento a palavra usada é (hupomeno) ela transmite a idéia de 1) ficar 1a) retardar 2) ficar, i.e., permanecer, não retirar-se ou fugir 2a) preservar: sob desgraças e provações, manter-se firme na fé em Cristo 2b) sofrer, agüentar bravamente e calmamente: maltratos.Dic.Strong
Vejamos alguns exemplos:

Romanos 12.12 regozijai-vos na esperança, sede pacientes
(
hupomeno) na tribulação, na oração, perseverantes;

 
1 Coríntios 13.7 (O Amor) tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta
(
 hupomeno).

 
2 Timóteo 2.10 Por esta razão, tudo suporto
(
hupomeno) por causa dos eleitos, para que também eles obtenham a salvação que está em Cristo Jesus, com eterna glória.

 
2 Timóteo 2.12 se perseveramos
(
hupomeno), também com ele reinaremos; se o negamos, ele, por sua vez, nos negará;

Fica claro que tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento, a idéia central é a de termos uma firme convicção. A nossa fé (confiança) na verdade revelada no evangelho, nos faz perseverar em tempos de crise e tribulações, o exemplo disto são nossos irmãos que vivem nas igrejas perseguidas.

Neste processo de perseverança o grande problema é quando confundimos o processo de Santificação com processo de Salvação, alguns cristãos se encontram em plena agonia, por causa dos seus pecados corriqueiros, confundindo estes processos. A diferença destas duas premissas esta em que a salvação é um ato definitivo (eterno), e santificação é um processo continuo (aqui, e agora), da realidade existente em nós, isto não quer dizer que seremos perfeitos nesta vida, mas a salvação indica o caminho de nossa perfeição nesta vida (1jo. 3.9; Rm. 6.10 – 13). Por que fomos salvos existem mudanças significativas em nossa vida.

Devemos perseverar na vontade revelada por Deus em sua palavra, um exemplo clássico disto é o momento de oração de Jesus no Getsêmani em busca da vontade do Pai (Mt. 26.36-45) ,muitas vezes a vontade de Deus nos custa, a vida, o emprego, o vexame, a humilhação, a dor, um relacionamento, não foi diferente com o filho de Deus, a vontade de Deus custou a sua vida, e Ele se entregou a vontade do pai a ponto de morrer por ela.
Perseverar é dizer, eu continuo firme, crendo em Ti, independente da minha atual condição.

Podemos observar alguns exemplos clássicos de pessoas que perseveraram:

Policarpo foi um exemplo clássico na historia da igreja, ao ser preso e apresentado diante de Herodes foi lhe pedido para que "renegai a Cristo" em troca será liberto, ele com paciência disse:
- Tenho-o servido durante oitenta e sete anos, e nunca Ele me fez mal. Como posso eu agora blasfemar contra meu rei e Salvador... Se julgais que hei de jurar pela alma de Cesar como dizeis e fingis não saber quem eu sou, ouvi minha confissão livre "sou cristão, e se deseja conhecer a doutrina do cristianismo, concedei-me um dia para falar-vos e escutai-me. Policarpo foi condenado a morte. Levado para a arena romana, para divertir o povo e ali ser morto.

 
O que poderíamos dizer de Atanásio aquele que lutou contra Ário e a sua heresia de que o Pai e o Filho são um, heresia esta que dizia ser Jesus um ser criado, fazendo de Jesus mais uma criatura de Deus. Atanásio foi exilado cinco vezes, foi dito que, em um determino tempo de sua luta pela verdade, parecia que Atanásio lutava contra o mundo, lutou perseverou e venceu aquela tremenda heresia, heresia esta que hoje grupos como as Testemunhas de Jeová abraçam. Independente de sua situação Atanásio lutou bravamente pela verdade ainda que nesta luta muitas vezes, se sentisse sozinho.

 
O que dizer de Martinho Lutero e sua luta contra o sistema herético em que se encontrava a igreja de sua época. Quando foi convocado para se retratar ele disse:

"Visto que vossa majestade e vós poderosos senhores me exigem uma resposta clara, simples e precisa, dar-vo-la-ei , e essa resposta e a seguinte; Não posso submeter a minha fé nem ao papa nem aos concílios, porque é claro como o dia que eles muitas vezes tem caído em erro, até na mais palpáveis contradições, com eles próprios. Se portanto, não me convencerdes pelo testemunho das escrituras , se não me persuadirdes pelos próprios textos citados, libertando assim minha consciência por meio da Palavra de Deus, eu não posso nem quero retrater-me, porque não é seguro para um cristão falar contra sua própria consciência, não posso proceder de outro modo ... Deus me ajude".

 
O que dizer dos Mártires de Guanabara, os calvinistas que por causa de sua fé foram condenados a morte, sendo este segundo os relatos históricos os primeiros mártires em solo brasileiro, eles deixaram antes de sua morte um legado para a comunidade cristã que hoje é conhecida como a Confissão de Guanabara, ela é a primeira confissão das Américas, confissão esta escrita antes de serem executados.

 
O que dizer do assassinato de Rachel Scott conhecido como o Massacre Columbine que foi baleada enquanto almoçava com seu amigo, Richard Castaldo, em um gramado perto da entrada oeste da escola. Ela foi morta por tiros na cabeça, tórax, braço, e perna. As primeiras noticias disseram que um dos atiradores depois de ter atirado na perna de Rachel, perguntou: "Você ainda acredita em Deus?" ela simplesmente respondeu "Você sabe que eu acredito" provocando um tiro fatal a queima roupa na cabeça



  1. A possibilidade de uma apostasia (abandono da fé).
Alguns textos que nos alertam sobre uma possível apostasia (MT. 24.21-13 O amor esfriaria;) (Lc. 9.62; Lc. 17.32; Olharam para trás;) (Jo. 15.6 se não permanecer nele será cortado; Rm. 11.17 -21; 1CO. 9.27) (1TM. 1.19 Naufragaram na fé;) (1TM 4.1 se o negarmos ele também nos negará). A palavra grega apostasia provém de aphistêmi (partir; ir embora) e transmite o conceito de modificar a posição em que a pessoa está de pé. Extraído de Teologia Sistemática - Uma Perspectiva Pentecostal.

Você sabia que:


A pesquisa com o título 'Uma questão de valor versus custo', mostrou que 58¨% dos jovens cristãos se afastaram da igreja ao ingressar na faculdade, evidenciou o despreparo que muitos deles têm para enfrentar os conflitos da vida acadêmica. "Não podemos pensar em preparar o jovem cristão apenas para resistir à universidade, porque um dia ela terminará, mas prepará-lo para a vida cristã, familiar, profissional e pessoal. O pesquisador se aprofundou no estudo, lembrou ainda que apesar da distância geográfica o comportamento e questionamento são comuns nos dois países. Seminário Palavra da Vida – Atibaia.

Um estudo realizado entre março de 2003 e dezembro de 2004 sobre o perfil das detentas da Penitenciária Feminina da Capital (São Paulo-SP) mostrou a religiosidade dessas mulheres antes do aprisionamento. Os pesquisadores Paulo Augusto Costivelli e Paulo Dalgalarrondo, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, aplicaram questionários com dados sociodemográficos, culturais, itens sobre saúde mental e perfil criminal e notaram que, das 358 mulheres que participaram da pesquisa, 257 (72%) tinham práticas religiosas antes de serem presas. Destas, 151 (42%) já eram evangélicas e 94 (26%) tinham outras religiões. Um terço delas tinha freqüência assídua a cultos e 49,2% das entrevistadas declararam que suas famílias são evangélicas.
ESTIMATIVA: 40 MILHÕES DE DESVIADOS EVANGÉLICOS NO BRASIL SEGUNDO PESQUISA DO IBGE ESSE NÚMERO ALARMANTE NOS LEVA A REVER NOSSOS PROPÓSITOS COMO IGREJA DO SENHOR JESUS. QUEM ESTÁ ERRADO? QUEM DEVERIA FAZER ALGUMA COISA? QUEM É O CULPADO? ESSAS E OUTRAS TANTAS QUESTÕES DE NADA ADIANTARÁ RESPOSTAS, SE O POVO DE DEUS NÃO SE CONVENCER DE QUE PRECISA VIVER O CRISTIANISMO DE FORMA CORRETA, OU SEJA, VIVER NA OBEDIÊNCIA À PALAVRA DE DEUS, LEVANDO A SÉRIO O COMPROMISSO TOTAL COM O REINO DO SENHOR.

Diante de tudo isto, podemos observar que a escritura nos avisa sobre uma possível apostasia ou uma rebelião contra Deus, os avisos registrados nas escrituras não somente uma hipótese. Deus não brincaria com algo tão serio permita-me lhe mostra uma pequena analogia:

"Vamos imaginar que estamos dirigindo nosso carro pela estrada, à noite. Em diferentes trechos passamos por sinais de advertência: Curva fechada! Ponte caída! Deslizamento! Estrada estreita e sinuosa! Declive forte! Obras na estrada! E nenhum destes perigos acaba surgindo. Iremos pensar que foi uma brincadeira de mau gosto, ou algum louco colocou aqueles sinais. De que maneira seriam advertências, se não correspondem à realidade?".Pequena analogia extraída da Teologia Sistemática – Uma Perspectiva Pentecostal -CPAD.


As escrituras não falham, devemos tomar o máximo de cuidado, lembre-se do conselho de Paulo "combati o bom combate, guardei a fé", "guarda o bom deposito"
(2TM 1.14; 2TM 4.7), não existe espaço para a dúvida ou você crê ou esta fora, pois a escritura afirma "sem fé é impossível agrada a Deus..."; "tudo o que não provém de fé é pecado" (Hb. 11.6; Rm. 14.23); "andamos por fé e não pelo que vemos" (2CO. 5.7), ser cristão e algo sobrenatural, quando nos falta à fé de nada vale nossa caminhada.
Podemos observar que no caminhar da vida cristã muitos foram alvejados e desistiram não só desistiram como também se colocaram contra Cristo podemos observar, por exemplo, Antony Flew filho de um grande pastor britânico ensinado nos princípios cristãos, ele é um dos maiores filósofos ateus de nosso século seus livros contra a teologia cristã são um ferrenho ataque contra a fé cristã. O que podemos dizer de Bart Ehrman veja o que ele mesmo diz em um debate "Eu acreditava absolutamente em tudo o que Bill apresentou aqui. Ele e eu freqüentamos a mesma escola cristã evangélica, Wheaton, onde estas questões são ensinadas. Antes disso eu freqüentei uma escola ainda mais conservadora, o Moody Bible Institute, onde "Bíblia" é nosso nome do meio. Lá aprendemos estas coisas ainda mais avidamente. Eu acreditava nelas com todo meu coração e alma. Preguei sobre estas conclusões e tentei convencer outras pessoas que elas eram verdadeiras... Após anos de estudo, eu finalmente cheguei à conclusão de que tudo no qual eu pensava anteriormente sobre a evidência histórica para a ressurreição estava absolutamente errado".
Extraído do debate: EXISTEM EVIDÊNCIAS HISTÓRICAS PARA A RESSURREIÇÃO DE JESUS?
http://www.apologia.com.br/?cat=10.
   
Hoje o Dr. Barth Ehrman é um dos maiores combatentes contra a ressurreição de Cristo.
O que diríamos dos pastores gays e lésbicas, dentro da Igreja Anglicana Americana, os maiores ataques que a igreja receberá não virá de fora, virá de seus púlpitos onde pastores e teólogos apostatas, tentarão desviar da verdade o maior numero possível de ouvintes "Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé... tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes"(1TM. 4.1-5; 2TM.3.1-5).
Existem pastores na Europa que não crê nas escrituras como palavra de Deus, existem teólogos que não acreditam que Adão e Eva são personagens reais e sim simplesmente um mito. Hoje para alguns pastores cada membro virou simplesmente uma fonte de lucro, exemplo disto é a teologia da prosperidade ensinada em vários púlpitos.
 
O apóstolo Pedro inspirado pelo espírito santo registrou nas escrituras que "Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme". 2pe. 2.1-3

Nossa geração passa pela mesma crise que passou a geração que seguiam a Jesus, eles desejavam o pão (aquilo que era material), mas não o que Jesus poderia fazer por eles (a vida eterna). Eles não desejavam Jesus. Muitos discípulos se escandalizaram com as referências feitas por Jesus como a única fonte de salvação, muitos que andavam com Ele, o abandonaram. (Jo. 6.24-66).

Os nossos tempos, são tempos difíceis, devemos ter como máxima indiscutível autoridade os escritos registrados nas escrituras, pois eles são o fôlego de Deus, a vida de Deus para nós "as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida... Toda a Escritura é inspirada por Deus (Jo.6.63; 2TM. 3.16) que nossa declaração seja com a de Pedro - Então, perguntou Jesus aos doze: Porventura, quereis também vós outros retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus. (Jo.6.67-68).

Conclusão:

Com o existente perigo de apostatarmos fiquemos com o conselho que o escritor aos Hebreus nos deixou:

Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários. Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés.

De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça? Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence à vingança; eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo...

Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão... Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa. Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará; todavia, o meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma. Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão. Hebreus 10.26-31; 36-39.


Persevere na vontade revelada por Deus em sua escritura, os tempos são difíceis, mas Aquele que fez as promessas não tardará em breve ele virá e nos arrebatara para com Ele vivermos por toda a eternidade, que Ele encontre em você um amor perseverante.
 
Pois por Ele e para Ele são todas as coisas glória a Ele eternamente, amém.
 
Sermão pregado na Igreja Assembléia de Deus de Cidade Náutica - pregado dia 27-06-10 culto matinal, fechamento do trimestre da Escola Dominical.
 
Que Deus os abençoe foi uma manhã maravilhosa...

Andrezinho Rupereta

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
Existe um Deus que nos entende, mesmo nos momentos mais dificeis
,ele passou por isto quando deu o seu filho para morrer por mim, veja este belo testemunho de Logan Henderson .



Traga os Livros
Charles Haddon Spurgeon


"Quando vieres, traga a capa que deixei em Troâde, em casa de Carpo, bem como os livros, especialmente os pergaminhos"   
2 Timóteo 4:13.



Paulo possuía uns poucos livros que tinham ficado para trás, talvez envolvidos na capa, e Timóteo devia cuidar em trazê-los. Até mesmo um apóstolo deve ler. Alguns dos nossos irmãos ultra calvinistas pensam que um ministro que lê livros e estuda sermões deve ser um espécime muito deplorável de pregador. Um homem que sobe ao púlpito, professa escolher o seu texto naquele momento e fala qualquer quantidade de absurdos é o ídolo de muitos. Se ele falar sem premeditação, ou pretender assim fazer, e nunca produzir o que eles chamam de uma porção de cérebros de homens mortos – oh! Isso que é um pregador!

Quão censurados eles são pelo apóstolo! Ele é inspirado e, todavia, deseja livros! Ele esteve pregando por pelo menos trinta anos e, todavia, deseja livros! Ele tinha visto o Senhor e, todavia, deseja livros! Ele tinha uma experiência mais ampla que a maioria dos homens e, todavia, deseja livros! Ele tinha sido levado ao terceiro céu, e ouvido coisas que é ilícito aos homens pronunciar e, todavia, deseja livros! Ele tinha escrito a maior parte do Novo Testamento e, todavia, deseja livros!

O apóstolo diz a Timóteo e assim diz para todo pregador: "Aplica-te à leitura" (1TM. 4.13). O homem que nunca lê nunca será lido; aquele que nunca cita numa será citado. Aquele que não usa os pensamentos dos cérebros de outros homens prova que ele mesmo não tem cérebro algum. Irmãos, o que é verdadeiro sobre os ministros é verdadeiro sobre todo o nosso povo.
Você deve ler. Renuncie o tanto que quiser de toda literatura aguada, mas estude o quanto puder obras teológicas sadias, especialmente os escritores Puritanos e as exposições da Bíblia.
Estamos totalmente persuadidos que a melhor forma de você gastar o seu descanso é lendo ou orando. Você pode ganhar muita instrução dos livros, a qual poderá usar mais tarde como verdadeira arma no serviço do seu Senhor e Mestre. Paulo exclama, "Traga os livros" – unamo-nos em clamor.

Esse excerto é de "Paul—his Cloak and His Books", um sermão pregado em 29 de Novembro de 1863, no Tabernáculo Metropolitano de Londres.

 
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto - Monergismo.com – "Ao Senhor pertence a salvação" (Jonas 2:9)

 
Andrezinho rupereta


AS VEZES PASSAMOS POR PROVAÇÕES, SITUAÇÕES ONDE SOMOS MACHUCADOS, FERIDAS SÃO FEITAS, MAS COM O PASSAR DO TEMPO SOMOS CURADOS, MAS LEMBRE-SE A CICATRIZ FICA, PARA VOCÊ LEMBRAR, COMO FOI DOLOROSO O PROCESSO, MAS DEUS ESTEVE COMIGO.

JESUS RESSUSCITOU MAS AS MARCAS ELE TROUXE CONSIGO, TOMÉ AS TOCOU ...

Então os outros discípulos disseram a Tomé: —Nós vimos o Senhor! Ele respondeu: —Se eu não vir o sinal dos pregos nas mãos dele, e não tocar ali com o meu dedo, e também se não puser a minha mão no lado dele, não vou crer! Uma semana depois, os discípulos de Jesus estavam outra vez reunidos ali com as portas trancadas, e Tomé estava com eles. Jesus chegou, ficou no meio deles e disse: —Que a paz esteja com vocês!  Em seguida disse a Tomé: —Veja as minhas mãos e ponha o seu dedo nelas. Estenda a mão e ponha no meu lado. Pare de duvidar e creia! Então Tomé exclamou: —Meu Senhor e meu Deus!Você creu porque me viu? —disse Jesus. —Felizes são os que não viram, mas assim mesmo creram! JOÃO 20.25-29.
ANDREZINHO RUPERETA

Seria Jesus um fundamentalista?

 

 Bertha Broadmind percebe Sócrates andando, de modo confuso, de um lado a outro durante o processo de matrícula na Escola de Teologia Havalarde. Sócrates parece meio perdido, então Bertha abre caminho em meio à multidão e o alcança.



Bertha: Já terminou de fazer a matrícula, Sócrates?

Sócrates: Acho que sim. Meu cartão de identificação já está com os meus cursos listados, portanto deduzi que seja quem for que providenciou para que eu estivesse aqui também o fez para os meus cursos. Ainda não tenho idéia de quem seja. Pelo jeito, só um deus poderia influenciar pessoas em um momento como este, assim o melhor que tenho a fazer é seguir a sua direção, seja quem for. E provável que eu tenha sido enviado para cá a fim de descobrir algo; ou, quem sabe, descobrir quem sou eu ou as duas coisas. De algum modo, essas duas questões parecem interligar-se de modo inexplicável.
Bertha: Deixe-me ver em que cursos você está matriculado, Sócrates. Hum... Ciências da Religião, Religiões Comparadas, Fundamentos da Desmistificação... Que bom! Faremos alguns cursos juntos.
Sócrates: O que, pelo amor de Deus, é "desmistificação"?
Bertha: E uma saída para o fundamentalismo. Os fundamentos da desmistificação pretendem desmitificar o fundamentalismo.
Sócrates: Mas o que é fundamentalismo?
Bertha: Fundamentalismo é basicamente uma estreiteza de visão que passa a considerar tudo a partir de categorias rígidas, limitadas e preconcebidas.
Sócrates: E uma daquelas máquinas pensantes que vocês têm os computadores? Então um computador é um fundamentalista?
Bertha: Oh, acho que preciso tornar a minha definição um pouco mais específica.
Sócrates: Quer dizer que um pensamento limitado transforma a pessoa em fundamentalista?
Bertha: Não sei se levo você a sério ou não. Não, o fundamentalismo não significa apenas ter um pensamento limitado, mas é um termo religioso. Um fundamentalista obriga a tudo e a todos a aceitarem suas categorias religiosas limitadas e insuficientes.
Sócrates: Que categorias são essas?
Bertha: A salvação e a condenação, principalmente. O discurso deles é que, se você não nascer de novo como eles, irá para o inferno.
Sócrates: A meu ver, esta idéia, independentemente do que signifique, é repulsiva para você. É isso mesmo?
Bertha: É claro que é. É a atitude mais anticristã.
Sócrates: O que é ser cristão? Pelo que percebo você é cristã?
Bertha: Estou tendo aulas de Estudos Religiosos aqui.
Sócrates: Não foi esta a minha pergunta!
Bertha: É possível até que eu seja ordenada como obreira.
Sócrates: Você ainda não respondeu à minha pergunta.
Bertha: Tudo bem. Só não posso acreditar que, se você não nascer de novo, irá para o inferno.
Sócrates: Acho que você não quer responder a minha pergunta. Bem, vamos tentar outra. Suponho que você tenha razões para acreditar e não acreditar, não tem?
Bertha: Claro.
Sócrates: Então?
Bertha: O que quer dizer com então? Ah, entendo. Você quer saber por que não acredito no fundamentalismo. Ora, porque é uma limitação maldita.
Sócrates: Achei que você disse que eles se consideravam os salvos e, por isso, a atitude deles era mesquinha demais. Assim, seriam "salvos egoístas" e não "condenados egoístas", não seriam?
Bertha: Hein?
Sócrates: Por favor, só me diga por que acredita que o fundamentalismo não é verdade?
Bertha: Oh, bem, porque, se fosse, a maioria do mundo estaria no inferno, e só uma elite reduzida e seleta estaria no céu.
Sócrates: Sim, mas como sabe isso?
Bertha: Ora, porque é a lógica, claro. Você não percebe?
Sócrates: Perceberia, se eu observasse. Vamos observar. Essa conclusão é fruto de que premissa?
Bertha: E tão simples Sócrates. Se só os nascidos de novo estão salvos e apenas alguns nasceram de novo, logo, somente alguns estão salvos. Você não parte sempre da lógica?
Sócrates: Partir dela? Eu a dei ao mundo.
Bertha: Oh, desculpe. Esqueci.
Sócrates: Certo, mas vamos observar o seu silogismo, se você não se importa. Certamente ele parece irrepreensível, mas eu gostaria de tangenciar o irrepreensível, se possível. O seu argumento realmente é reductio ad absurdurn, como se diz. Você nega a premissa fundamentalista de que só os nascidos de novo estão salvos porque ela logicamente impõe a conclusão absurda de que apenas alguns estão salvos. Não está certo?
Bertha: Sim.
Sócrates: Então, a minha pergunta é: como sabe que a conclusão é absurda?
Bertha: E você não acha que seja?
Sócrates: Não estamos considerando o que eu penso, mas o que você pensa. Eu não sei nada sobre essa coisa nova e estranha chamada fundamentalismo, mas você sabe. Você está me ensinando, lembra? Assim, por favor, faça isso por mim e continue me ensinando.
Bertha: O que quer saber?
Sócrates: O que já perguntei duas vezes e não foi respondido, ou seja: como sabe que a conclusão de que só alguns estão salvos é falsa?
Bertha: Não posso acreditar nisso, simplesmente; isso é tudo. E um absurdo.
Sócrates: Vocês não têm justificativa alguma para essa crença?
Bertha: Será que preciso justificar tudo em que acredito?
Sócrates: Se concorda que a vida sem questionamento não vale a pena ser vivida, então precisa realmente justificar. "Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês."
Bertha: Bem que eu vi! Você acabou de revelar o seu disfarce, "Sócrates". De onde tirou essa citação?
Sócrates: Sobre ávida sem questionamento? Ora, eu a inventei há milhares de anos, em minha canção do cisne, na Apologia. Eu sei que ainda está por aí porque acabei de ver uma cópia naquela estante lá. O que quer dizer com "acabou de revelar o seu disfarce"?
Bertha: Refiro-me à outra citação, sobre dar uma justificativa a tudo; é bíblico. Quando foi que leu a Bíblia?
Sócrates: Eu não a li. E o que eu disse não era citação; só falei porque pensava ser verdade.
Bertha: Significa que você disse exatamente a mesma coisa que o apóstolo Paulo?
Sócrates: Eu não sei quem é ele, mas não seria bastante surpreendente se a verdade fosse a mesma na forma de dizer de duas pessoas diferentes?
Bertha: Eu diria que você é quase tão inteligente quanto ele. Veja bem, se você já terminou tudo referente à matrícula, é melhor darmos isso por encerrado! Vejo você na aula.
Sócrates: Eu não entendo por que você não quer terminar a nossa investigação. Nós só começamos. E como ouvir uma canção pela metade; você não quer ficar e cantar a outra metade para mim, por mim, se não for por você? Eu ainda não tenho sequer uma idéia do que realmente seja essa coisa terrível chamada fundamentalismo.
Bertha: Certo, tudo bem. Onde estávamos?
Sócrates: O argumento era que o fundamentalismo deve ser falso porque diz que somente os nascidos de novo são salvos e se somente alguns são nascidos de novo, então apenas alguns serão salvos, caso o fundamentalismo esteja certo. Mas você achou esta conclusão absurda, sem dar nenhuma razão para isso. Agora, já que você não vai apresentar uma razão para isso, vou tentar outra abertura na câmara interna do entendimento que está ligada a esse argumento. A segunda premissa pode ser uma porta. Podemos discutir se você quiser. Como sabe que só alguns são nascidos de novo, independentemente do que isso signifique?
Bertha: As pesquisas todas dizem isso.
Sócrates: Essa coisa de nascer de novo, se dá por dentro ou por fora de nós?
Bertha: Por dentro de nós; isto é, no coração ou na alma.
Sócrates: E as pesquisas avaliam o coração ou a alma?
Bertha: Não.
Sócrates: Então como podem saber quantos realmente nasceram de novo?
Bertha: Eles não podem, eu acho. Mas ainda discordo da estreiteza dos fundamentalistas. Este é o princípio básico. Quem eles pensam que são para dizer que vão para o céu?
Sócrates: Esta parece ser uma pergunta extremamente importante, em qualquer caso, não parece? Como ir para o céu? Como ter uma eternidade feliz?
Bertha: Sim...
Sócrates: Por isso, devemos tentar encontrar a verdadeira resposta para isto, talvez antes de todas as outras.
Bertha: Agora você está começando a falar como um deles.
Sócrates: Se é isto que significa eles — isto é, as pessoas que fizeram aquela pergunta — então parece que elas são racionais; já os que não a fizeram são tolos e limitados.
Bertha: Não. Vamos fazer a pergunta. Eu sou tolerante; por isso, admitiria qualquer pergunta.

Sócrates: Que bom. Ora, como poderíamos encontrar a resposta a uma pergunta desse tipo? Você já esteve no céu?
Bertha: E óbvio que não.
Sócrates: Quer dizer que isso ainda não faz parte da sua experiência?
Bertha: Não.
Sócrates: Quando queremos descobrir a verdade sobre uma questão que não faz parte de nossa experiência, o que fazemos?
Bertha: Não sei o que você quer dizer.
Sócrates: Quando queremos descobrir o que se sente quando se é rico, o que fazemos?
Bertha: Perguntamos a alguém que é rico, é lógico.
Sócrates: E não a seus colegas estudantes daqui?
Bertha: Não.
Sócrates: E quando queremos descobrir como se faz um grande poema, o que fazemos?
Bertha: Perguntamos a um grande poeta.
Sócrates: E não a este New Yuck Times que tenho debaixo do braço?
Bertha: Não, porque isso não é poesia.
Sócrates: E quando queremos descobrir como viajar pelo Egito, a quem perguntamos?
Bertha: A um egípcio.
Sócrates: E não às pesquisas?
Bertha: Não, seria tolice. Por que está fazendo estas perguntas?
Sócrates: Para encontrar um princípio. Você entende isso?
Bertha: Imagino que você queira dizer que, quando queremos conhecer a verdade sobre algo que não faça parte de nossa experiência, perguntamos a um especialista, o único que realmente conhece por experiência.
Sócrates: Exatamente. Bem, então, quando você quiser saber como ir para céu, há alguém a quem perguntar?
Bertha: Não sei.
Sócrates: Que pena! Que tema você disse que estuda aqui?
Bertha: Cristianismo.
Sócrates: E o que é isso?
Bertha: Cristianismo é a nossa religião.
Sócrates: Por que é chamado "cristianismo"?
Bertha: Porque fundamenta-se em Jesus, que é também chamado "Cristo".
Sócrates: Este Jesus, você diria que ele foi um fundamentalista?
Bertha: Certamente não!
Sócrates: Ele é o seu especialista em céu e em como chegar lá?
Bertha: Se existe alguém que pode ser, esse alguém é ele.
Sócrates: Mais que as pesquisas, o Times ou os seus colegas estudantes?
Bertha: Com certeza.
Sócrates: Assim, se houvesse diferença de opinião sobre esse assunto, Jesus seria a autoridade mais confiável?
Bertha: Bem, sim...
Sócrates: Ora, qual a resposta de Jesus para a nossa pergunta de como chegar ao céu?
Bertha: Oh, mas essa é uma questão muito controversa. Há muitas escolas teológicas cujas opiniões são diferentes, denominações e igrejas diferentes e não há sequer uma simples resposta com a qual todos concordem. E uma questão de interpretação; por isso, acredito que deveríamos ser tão imparciais e tolerantes quanto possível: liberdade de interpretação, é nisso que insisto. O que Jesus quis dizer está longe de ser simples, e cada um precisa interpretá-lo a própria maneira.
Sócrates: Oh, então esse Jesus não era um homem comum, um homem do povo, que falava com pessoas simples e para elas?
Bertha: Sim, era o que ele mais fazia.
Sócrates: Então ele não era um bom professor?
Bertha: Sim, era também. Por que a pergunta?
Sócrates: Um bom professor é aquele que verdadeiramente sabe se comunicar, você não diria? Alguém que se faça entender?
Bertha: Sim.
Sócrates: Bem, aparentemente, esse tal Jesus não era um professor muito eficiente, já que os discípulos dele, da atualidade, discordam tanto sobre o elemento mais importante da sua doutrina: como ir para o céu.
Bertha: Como eu disse, é uma questão de interpretação.
Sócrates: Mas certamente há uma questão anterior: o que ele disse? Antes de interpretarmos um enunciado, devemos conhecê-lo. Diga-me, então: Jesus falou que havia muitas maneiras de chegar ao céu ou só uma? Falou que essa maneira era uma entre muitas ou a única?
Bertha: Ah! Bem, ele disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, a não ser por mim". Mas o que ele quis dizer com isto, eu acho que era...
Sócrates: Será que inicialmente podemos entender o que ele disse, antes de investigarmos o que ele pôde ter tido a intenção de dizer?
Bertha: Que vantagem teríamos se não entendêssemos? Por que repetir as suas palavras como papagaios, se não sabemos interpretá-las corretamente? E assim que os fundamentalistas fazem.
Sócrates: Diga-me, você acha que devíamos agir cientificamente por meio de nossas atitudes, diante de sua Escritura?
Bertha: Oh, com certeza, porque são os fundamentalistas que não agem com cientificidade, além de desconfiarem da ciência, principalmente quando aplicadas à Escritura. Por que temos de ouvir as coisas horríveis que dizem sobre a crítica superior...
Sócrates: Uma coisa de cada vez, por favor. Não estamos nem mesmo acima da baixa crítica ainda, apenas agrupando dados. Podemos abordar os dados mais à frente? Esse tal Jesus disse que o caminho para o céu era largo e fácil, e que muitos o encontrariam?
Bertha: Na verdade, ele disse o contrário. Mas isso não quer dizer que...
Sócrates: Desculpe-me por interrompê-la outra vez, mas podemos reunir os nossos dados primeiro, antes de interpretá-los? Talvez você esteja prestes a falar alguma verdade, mesmo uma verdade essencial; entretanto, a verdade também tem uma estrutura e uma ordem, não tem? Não deveríamos conhecer a coisa interpretada antes de conhecermos a interpretação?
Bertha: Exato.
Sócrates: Agora, Jesus falou da questão defendida pelos fundamentalistas, isto é, de nascer de novo?
Bertha: Sim.
Sócrates: O que exatamente ele disse sobre isso, no que se refere a entrar no céu?
Bertha: Bem, ele disse: "Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo".
Sócrates: Entendo, eu acho. Este "ver" aqui significa "entrar"?
Bertha: Acho que sim.
Sócrates: E "o Reino de Deus" é a mesma coisa que céu?
Bertha: Também imagino que sim.
Sócrates: Então Jesus e os fundamentalistas parecem dizer a mesma coisa com referência a esta pergunta mais importante. Você aparentemente não concorda com nenhuma delas. O que você diz, em vez disso?
Bertha: Eu digo que todo aquele que é sincero é aceito por Deus. O meu Deus não é um juiz, um discriminador.
Sócrates: E Jesus? O Deus no qual ele acredita é juiz? Ele faz discriminação entre salvos e condenados, de acordo com as doutrinas de Jesus?
Bertha: Bem, Jesus contou muitas parábolas sobre o Julgamento Final, sim, mas... mas não tem como Jesus ter sido um fundamentalista. Isso é certo!
Sócrates: Esta parece ser a sua premissa inquestionável e incontestável. Tudo bem, então, vamos resumir a questão toda. Parece que temos três proposições aqui, e uma delas, ao menos, deve ser falsa. Primeira, que Jesus não é um fundamentalista; segunda, que Jesus ensinou que é preciso nascer de novo para ir ao céu; e terceira, que o fundamentalismo é a doutrina que prega a necessidade de um novo nascimento para se poder ir ao céu. Você consegue perceber que uma dessas proposições deve ser falsa?
Bertha: Sim.
Sócrates: Agora, qual delas? Há três saídas deste trilema: a sua, a que parece ser a dos fundamentalistas e a minha.
Bertha: Quais são elas?
Sócrates: Eis a sua saída, se não estou enganado: você admite, primeiro, que Jesus possivelmente não pode ser um fundamentalista...
Bertha: Sim...
Sócrates: Em segundo lugar, você disse que o fundamentalismo ensina que é preciso nascer de novo para ir ao céu.
Bertha: Sim.
Sócrates: Assim, a sua conclusão deve ser a negação de que Jesus ensinou esta doutrina.
Bertha: Na verdade, você está certo. Eu realmente questiono a autenticidade do Quarto Evangelho.
Sócrates: Eu não vou perguntar o que significa isso neste exato momento. A segunda saída do trilema é a dos fundamentalista, se não estou enganado. Isto é, admitir, primeiro, que Jesus de fato ensinou a doutrina de que é preciso nascer de novo para ir ao céu; e, segundo, que essa doutrina é o fundamentalismo, daí a conclusão de que Jesus é um fundamentalista.
Bertha: Certo. Qual é a terceira saída, a sua?
Sócrates: Eu não tenho razão alguma para discordar, seja das minhas duas fontes, seja de você mesma, seja da sua Escritura, já que não tenho a pretensão de conhecer mais que você ou mais que eles. Então, aceito a minha primeira premissa que é sua, que Jesus não é um fundamentalista; a minha segunda premissa é a da sua Escritura, que diz que Jesus ensinou a doutrina do "novo nascimento"; portanto, concluo que a doutrina do "novo nascimento" não é a mesma do fundamentalismo. Desse modo, parece que não fomos bem-sucedidos em definir o termo que nos propusemos a definir.
Bertha: Eh!
Sócrates: Por favor, você gostaria, então, de começar novamente e fazer uma tentativa de definir o termo para mim?
Bertha: Não.
Sócrates: Não?
Bertha: Não, eu não estou disposta a ter uma dor de cabeça, e sinto que uma se aproxima. Vou para casa tomar uma aspirina, pois você deixou minha cabeça rodando como um pião.
Sócrates: Meu Deus, a mesma e velha história. Outra vez estou decepcionado de amor.
Bertha (Aguçando os ouvidos.): Amor?
Sócrates: O amor à sabedoria: a filosofia. Você deveria experimentá-la uma vez. Pode funcionar melhor que a aspirina. Mas prepare-se para decepções, pois acho que você não está. A coisa amada é muito ilusória. Entretanto, assim é o Deus, como sempre acreditei. Espero estar aqui para aprender mais sobre a busca desse Deus secreto.
Bertha: De algum modo, me sinto ofendida.
Sócrates: Eu estava tentando ajudar a nós dois.
Bertha: Bem, você não me ajudou. Minhas idéias estavam evoluindo muito bem até que você se aproximou e me confundiu. Você me faz regredir mais do que evoluir.
Sócrates: Ora, a regressão pode significar progresso.
Bertha: Como pode ser?
Sócrates: Quando estamos em um caminho errado. E não há tantos caminhos errados na mente quantos forem os caminhos errados para o corpo, no mundo?
Bertha: Mas para onde você se volta quando fica perplexo?
Sócrates: Se posso dar uma sugestão: não seria uma boa idéia se você voltasse a consultar o seu especialista?
Bertha: Jesus, você quer dizer?
Sócrates: Sim, estou interessado em saber mais sobre ele, se ele, de fato, é o especialista. Não seria possível que ele estivesse certo sobre o caminho do céu em vez das pesquisas, do Times ou de seus colegas de aula? É apenas uma suposição, você entende, mas parece racional, ao menos, considerá-la, não parece? Pelo menos se você é tão tolerante quanto afirma ser?
Bertha: Em outro momento, Sócrates.
Sócrates: Vou ter que aceitar seu adiamento, então, Bertha. Só espero que terminemos nosso jogo realmente sério algum tempo antes que eu seja afastado daqui, para o meu próprio bem, e algum tempo antes que você saia daqui, para o seu próprio bem.
Bertha: Sair daqui?

Sócrates: Para onde os nossos caminhos nos levam após a morte, eu não sei. Pensei que soubesse onde o meu me levaria, mas acabou que eu estava bem errado. Espero que isso não aconteça com você ou algo até pior. Antes de nos arriscarmos em um caminho desconhecido, seria prudente apenas consultar um mapa, e, se esse Jesus de quem você fala declara que oferece esse mapa, eu quero muito vê-lo. Poderia-me falar mais sobre ele, em breve?
Bertha: Talvez amanhã, Sócrates.

Autor: PETER KREEFT - 
Extraido do livro: Sócrates e Jesus, o debate - Ed.Vida.


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