Segunda Ministração do Pastor Jonh Piper o tema central do sermão é em busca de nossa alegria, que Deus lhe abençoe.







fonte: Editora Fiel.
Este mês estou iniciando a categoria sermão em audio, estarei selecionando alguns sermões que edificam nossa fé, e nos ajudam na nossa caminhada com Cristo.

Este mês estou iniciando com uma série de mensagens do Pastor Jonh Piper o tema central deste sermãos  expostos por Piper e "alegrai-vos no Senhor".



O tema deste sermão é " Devemos Procurar Nossa Própria Alegria " que Deus edifique  sua vida.




fonte: www.editorafiel.com.br
JESUS MUDOU MEU VIVER.



Deus os abençoe
Tradução: Eliel Vieira

Questão: Estava lendo um debate entre William Lane Craig e Bart Ehrman e não gostei do que li. Craig se recusou a responder se a Bíblia é ou não um livro inerrante quando foi perguntado sobre isso por um membro da platéia. Ele simplesmente deixou a questão de lado e respondeu que aquela não era a questão que eles estavam debatendo.


1 – O que existe fora do cânon que sustenta a morte Jesus, seu sepultamento, ressurreição física e ascensão aos céus?

2 – A mensagem de Jesus foi espalhada oralmente até que os evangelhos fossem escritos. Como sabemos que a mensagem não foi corrompida com lendas? Tal como Jesus sendo sepultado por José de Arimatéia.

3 – E sobre outros realizadores de milagres das tradições pagãs como “Honi, o desenhista de círculos”, “Hanina ben Dosa” e “Apolônio de Tiana”. O fato destes pagãos terem praticado atos milagrosos similares aos de Jesus não enfraquece a credibilidade de Jesus como um realizador de milagres?

4 – E sobre as aparentes discrepâncias nos diferentes relatos sobre Jesus? Por favor, me dê uma resposta diferente de “tratam-se apenas de detalhes secundários e estas discrepâncias não contradizem o cerne da questão”. Se pertencemos a uma universidadeque declara que a Bíblia é um livro inerrante, então não deveríamos ser capazes de prover respostas a estas questões? Eu cito o sr. Ehrman em seu debate com Craig na página 13:
“Em qual dia Jesus morreu e em qual horário? Ele morreu um dia antes do pão da Páscoa ser comido, como João explicitamente diz, ou ele morreu depois dele ser comido, como Marcos explicitamente diz? Ele morreu ao meio dia, como é dito em João, ou às 9 da manhã, como dito em Marcos? Jesus carregou sua cruz sozinho por todo o caminho ou Simão de Cirene a carregou? Isto depende de qual evangelho você lê. Os dois ladrões zombaram de Jesus a cruz ou apenas um deles zombou enquanto o outro o defendeu? Isto depende de qual evangelho você lê. O véu do templo se rasgou ao meio antes de Jesus morrer ou depois? Depende de qual evangelho você lê. Ou então pegue os relatos sobre a ressurreição. Quem foi à tumba no terceiro dia? Maria foi lá sozinha ou ela foi com outras mulheres? Se Maria foi lá com outras mulheres, quantas outras foram lá, quem eram elas e quais eram seus nomes? A pedra que lacrava o sepulcro rolou antes delas chegarem ou não? O que elas viram na tumba? Elas viram um homem, elas viram dois homens, ou elas viram um anjo? Depende do relato que você lê. O que elas disseram aos discípulos? Era para os discípulos permanecerem em Jerusalém e ver Jesus lá ou era para eles saírem e verem Jesus em Galiléia? As mulheres falaram com alguém ou não? Depende do relato que você lê. As mulheres falaram com alguém ou não? Depende do evangelho que você lê. Os discípulos nunca abandonaram Jerusalém ou eles a deixaram imediatamente rumo à Galiléia? Todas as respostas dependem de qual relato você lê”.
Bem, qualquer ajuda será bem vinda. Por favor, não me responda indicando livros ou websites como os que eu estou lendo destes debates: Evidência que Exige um Veredito (Arte Editorial) de McDowell e Em Defesa de Cristo (Editora Vida) de Strobell.

Posso receber uma resposta direta para cada uma destas questões do maior centro de apologética cristã do mundo?

Obrigado, Grant

Resposta do Dr. William Lane Craig:

Você quer saber se pode receber respostas diretas a suas questões? Pode apostar! Leia:

Primeiro, para constar, você foi muito tendencioso quando disse que eu “simplesmente deixei de lado” a questão da inerrância bíblica em meu debate com Bart Ehrman sobre se existem evidências históricas para a ressurreição de Jesus. Uma maneira mais simpática e, eu acho, mais correta de colocar isto seria dizer, “Craig se recusou a permitir que Ehrman descarrilhasseo debate para uma discussão sobre inerrância bíblica e manteve o debate nos trilhos”. Ou uma maneira mais correta ainda de se analisar a situação seria: “Ehrman tentou conduzir Craig a uma afirmação sobre a inerrância bíblica, assim ele poderia impugnar a objetividade de Craig e, por conseqüência, sua integridade como um historiador; mas Craig, sabendo que seu caso para a ressurreição de Jesus não pressupunha a inerrância bíblica, se recusou a morder a isca”.

Como eu expliquei em minha “Questão da Semana” sobre What Price Biblical Errancy [Qual é o preço da “Errância” Bíblica], Ehrman, quando era um cristão, tinha um sistema teológico muito falho no qual a inerrância bíblica ocupava o centro de suas crenças, então, assim que ele se convenceu de um único erro nas Escrituras, toda sua fé cristã entrou em colapso. Como resultado, a doutrina da inerrância bíblica soa absolutamente anormal ao seu pensamento. Mas o caso para a ressurreição de Jesus que eu propus no debate não pressupõe de forma alguma a inerrância dos documentos, desta forma, a doutrina da inerrância se torna irrelevante à medida que a convicção na ressurreição prossegue.

Agora, vamos às suas questões:

1 – O que existe fora do cânon que sustenta a morte Jesus, seu sepultamento, ressurreição física e ascensão aos céus?

Na verdade, existem muitas fontes extra-canônicas que sustentam a morte de Jesus, seu sepultamento e sua ressurreição, fontes que sobre as quais, eu suponho, você nunca pensou. Você está imaginando fontes extra-canônicas posteriores como Josefo e Tácito. Mas as fontes extra-canônicas realmente interessantes são as mais antigas, ou seja, as fontes utilizadas pelos escritores no Novo Testamento. Agora, antes que você proteste você precisa refletir e perceber que estas fontes não estão, elas mesmas, no cânon, mas elas encontram-se mais próximas aos eventos do que os livros canônicos. Estas fontes são, portanto, o centro do estudo histórico sobre Jesus atualmente, não as fontes extra-canônicas posteriores. Sinceramente, se você está focado em quais fontes posteriores existem sobre Jesus, você realmente está “comendo mosca”.
Quais são estas fontes? A história da Paixão usada por Marcos, a fórmula citada por Paulo em I Co 15: 3-5, a fonte especial de Mateus chamada M, a fonte especial de Lucas chamada L, e assim por diante. Algumas destas fontes são incrivelmente antigas (o que ajuda a responder a sua segunda questão). A história da paixão pré-Marcos provavelmente data dos anos 30 e está baseada em testemunhos oculares, e a fórmula pré-Paulina em I Co 15:3-5 foi datada para algum período dentro de poucos anos ou até mesmo meses após a morte de Jesus. Eu acho que você consegue perceber porque estas fontes são as que realmente importam, não alguns relatos posteriores como o de Josefo.

Agora, estas fontes em conjunto provêm testemunhos abundantes e independentes para a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus. Referências posteriores a Jesus pelo historiador romano Tácito, o historiador judeu Josefo, o escritor sírio Mara bar Serapion, escritos rabínicos, e escritores extra-bíblicos que confirmam o que os documentos do Novo Testamento nos dizem sobre Jesus não nos dão nada absolutamente novo. Você pode encontrar estas fontes citadas e discutidas no livro de R. T. France The Evidence for Jesus [A Evidência de Jesus] ou no livro de Robert Van Voorst Jesus outside the New Testament [Jesus fora do Novo Testamento]. O que é chave para o historiador, entretanto, não serão estas fontes posteriores, mas os documentos do Novo Testamento e suas fontes.
O que me leva a perguntá-lo: por que você está mais interessado nas fontes extra-canônicas do que nos próprios documentos primários? Sua questão não revela o preconceito de que os documentos do Novo Testamento não são historicamente confiáveis? Mas, se existem fontes fora do Novo Testamento que falam sobre Jesus, ah, esta é um evidência real!

Você precisa ter em mente que originalmente não existia nenhum livro chamado “O Novo Testamento”. Existiam apenas estes documentos separados circulando no primeiro século, relatos como o evangelho de Lucas, o evangelho de João, os Atos dos Apóstolos, a carta de Paulo a Corinto, Grécia, etc. Apenas alguns séculos depois a Igreja reuniu oficialmente estes documentos sob uma capa única, que veio a ser conhecida como o Novo Testamento. A Igreja reuniu apenas as fontes antigas, próximas a Jesus e aos apóstolos e deixou de fora os relatos posteriores, secundários, como os evangelhos apócrifos forjados, que todos sabiam ser meras fraudes. Então, desta forma, as melhores fontes históricas são as que foram reunidas no Novo Testamento. Pessoas que insistem que as evidências podem ser encontradas apenas em escritos fora do Novo Testamento não compreendem o que elas estão buscando. Elas estão reclamando que nós ignoramos as fontes primárias sobre Jesus em favor de fontes posteriores, secundárias, e menos confiáveis, o que não confere com a metodologia histórica.

A verdadeira questão é: quão confiáveis são os documentos sobre a morte de Jesus que foram reunidos no Novo Testamento? Isto nos leva a sua segunda questão.

2 - A mensagem de Jesus foi espalhada oralmente até que os evangelhos fossem escritos. Como sabemos que a mensagem não foi corrompida por lendas? Tal como Jesus sendo sepultado por José de Arimatéia.

Em meu artigo Quem foi Jesus neste site, eu discuto cinco razões do porque nós podemos confiar na credibilidade dos evangelhos:

1. Não havia tempo suficiente para que influências legendárias eliminassem o cerne dos fatos históricos.
2. Os evangelhos não são análogos aos contos folclóricos ou às “lendas urbanas” contemporâneas à época.
3. A transmissão judaica de tradições sagradas era altamente desenvolvida e confiável.
4. Existiam restrições significantes na adulteração de tradições sobre Jesus, como a presença de testemunhas oculares e a supervisão dos apóstolos.
5. Os escritores dos evangelhos possuem um registro de confiabilidade histórica. Eu não vou repetir aqui o que eu disse lá.

Completando estas considerações gerais, estudiosos enunciaram certos “critérios de autencidade” para ajudar a detectar informações historicamente confiáveis sobre Jesus até mesmo em um documento que possa não ser em geral confiável. O que estes critérios realmente se importam são declarações sobre o efeito de certos tipos de evidência sobre a probabilidade de várias afirmações ou eventos narrados nas fontes. Para algum afirmação ou evento S, evidência de certo tipo E, e nosso conhecimento prévio B, os critérios vão estabelecer – se todas as variáveis tiverem valores equivalentes – que, Pr (S/E&B) > Pr (S/B). Em outras palavras, sendo todos os valores iguais, a probabilidade de algum evento ou afirmação é maior dado, por exemplo, sua atestação independente e antiga do que se sem esta atestação.

Quais são os fatores que podem servir a favor de E aumentando a probabilidade de algum evento ou afirmação S? A seguir alguns dos mais importantes:

1. Congruência Histórica: S se enquadra com o conhecimento dos fatos históricos concernentes ao contexto no qual S supostamente ocorreu.
2. Atestação antiga e independente: S aparece em fontes múltiplas e próximas ao tempo no qual S supostamente aconteceu e que não dependem umas das outras nem de uma fonte comum.
3. Embaraço: S é incômodo ou contra-produtivo às pessoas que servem como fontes informativas de S.
4. Dissimilaridade: S provavelmente não se trata de pensamentos e tradições judaicas antecedentes e/ou pensamentos e tradições cristãs subseqüentes.
5. Semitismo: Vestígios de S são encontrados nas narrativas aramaicas ou hebraicas.
6. Coerência: S é consistente com fatos já estabelecidos sobre Jesus.

Observe que estes critérios não pressupõem a confiabilidade geral dos evangelhos. Eles se focam mais em um evento particular e dão evidência para pensar que este elemento específico da vida de Jesus é histórico, a despeito da confiabilidade geral do documento no qual este evento particular é relatado. Estes mesmos critérios são assim aplicados aos relatos de Jesus encontrados nos evangelhos apócrifos, ou escritos rabinos, ou até mesmo no Corão. Claro, se os evangelhos puderem ser demonstrados como documentos confiáveis, melhor ainda! Mas os critérios não dependem de nenhuma pressuposição deste tipo. Eles servem para encontrar vestígios do miolo histórico até mesmo no meio do lixo histórico. Assim, nós não precisamos nos inquietar em defender a confiabilidade geral dos evangelhos ou cada afirmação atribuída a Jesus nos evangelhos (muito menos sua inerrância!).

Agora, especificamente sobre o sepultamento de Jesus por José de Arimatéia, este é um dos fatos mais estabelecidos sobre Jesus. O espaço não me permite percorrer todos os detalhes da evidência sobre o sepultamento. Mas permita-me mencionar alguns pontos:

Primeiro, o sepultamento de Jesus é atestado multiplamente por fontes antigas e independentes. O relato do sepultamento de Jesus em uma tumba por José de Arimatéia faz parte da fonte de Marcos em relação à história da Paixão. Além disso, a fórmula citada por Paulo em I Co 15:3-5 se refere ao sepultamento de Jesus:
… que Jesus morreu pelos nossos pecados de acordo com as Escrituras,
e que ele foi sepultado,
e que ele foi ressuscitado ao terceiro dia de acordo com as Escrituras,
e que ele apareceu a Cefas, então aos Doze.
Mas, podemos pensar, este sepultamento mencionado na fórmula paulina se trata do mesmo sepultamento por José de Arimatéia? A resposta a esta questão se torna clara ao compararmos a fórmula paulina às narrativas dos evangelhos e os sermões presentes nos Atos dos Apóstolos.
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Esta notável correspondência entre tradições independentes é uma prova convincente de que a fórmula paulina é um sumário em forma de tópicos dos eventos básicos sobre a paixão e ressurreição de Jesus, incluindo seu sepultamento na tumba. Nós, assim, temos evidências de duas das fontes independentes e antigas do Novo Testamento para o sepultamento de Jesus em uma tumba.

Mas isto não é tudo! Mais testemunhos independentes sobre o sepultamento de Jesus por José também são encontrados nas fontes por trás de Mateus e Lucas e o evangelho de João, para não mencionar o evangelho extra-bíblico de Pedro. As diferenças entre o relato de Marcos os relatos de Mateus e Lucas sugerem que os estes relatos posteriores (Mateus e Lucas) tiveram outras fontes além da fonte de Marcos. Estas diferenças existentes não são explicadas plausivelmente como os relatos de Mateus e Lucas sendo meras alterações do relato de Marcos, em razão de sua natureza irregular e variável, a inexplicável omissão de eventos como o interrogatório de Pilatos no centurião, e concordâncias em histórias presentes em Mateus e Lucas em contraste com Marcos. Além disso, Nós temos outro testemunho independente para o sepultamento no evangelho de João. Finalmente, nós temos o muito antigo sermão apostólico no livro de Atos, que muito provavelmente não foi uma criação de Lucas, mas uma antiga pregação dos apóstolos. Este sermão também faz menção ao sepultamento de Jesus em uma tumba. Assim, nós temos um número notável de fontes independentes para o sepultamento de Jesus, algumas destas fontes extraordinariamente antigas e próximas aos acontecimentos.
Segundo, como um membro do Sinédrio Judaico que condenou Jesus, José de Arimatéia dificilmente é uma invenção cristã. José é descrito como um homem rico, um membro do Sinédrio Judaico. O Sinédrio era uma espécie de alta corte judaica constituída de setenta dos líderes do judaísmo, que presidiam em Jerusalém. Existia uma hostilidade compreensível na igreja primitiva em relação aos membros do Sinédrio. Aos olhos dos cristãos, eles arquitetaram a condenação judicial de Jesus. Os sermões de Atos, por exemplo, chegam a dizer que os líderes judaicos crucificaram Jesus (Atos 2.23, 36; 4.10)! Dado este status que os membros do Sinédrio tinham – todos eles, de acordo com Marcos, votaram a favor da condenação de Jesus –, José é a última pessoa que alguém esperaria que cuidasse de Jesus. Assim, nas palavras do estudioso do Novo Testamento Raymond Brown, o sepultamento de Jesus por José é “muito provável”, uma vez que é “quase inexplicável” porque os cristãos inventariam uma história sobre um membro do Sinédrio fazendo um bem a Jesus.
Por estas e outras razões, a maioria dos críticos do Novo Testamento concorda que Jesus foi sepultado por José de Arimatéia em uma tumba. Uma vez que até Ehrman afirma isto, juntamente com a maioria dos estudiosos, por que você não?

3 – E sobre outros realizadores de milagres das tradições pagãs como “Honi, o desenhista de círculos”, “Hanina ben Dosa” e “Apolônio de Tiana”. O fato destes pagãos terem praticado atos milagrosos similares aos de Jesus não enfraquece a credibilidade de Jesus como um realizador de milagres?

Antes de qualquer coisa, estes personagens não são pagãos. Honi e Hanina ben Dosa eram santos judaicos que também tinham a fama de realizar milagres. Longe de enfraquecer a historicidade dos relatos dos evangelhos, a existência de tais figuras suporta a credibilidade dos relatos do ministério de Jesus como um realizador de milagres, uma vez que fica evidente que tais atividades estavam “em casa” no contexto judaico do primeiro século e não foram atribuídas a Jesus como resultado de alguma influência dos chamados “homens divinos” da mitologia pagã.

As histórias dos milagres de Jesus são tão amplamente representadas em todos os estratos das tradições dos evangelhos que seria uma ilusão considerá-las não fundamentadas na vida de Jesus. Assim, o consenso dos estudiosos do Novo Testamento é que Jesus praticou um ministério de realização de milagres – entretanto alguém pode querer interpretar ou explicar estes atos. No fim de seu longo e detalhado estudo dos milagres de Jesus, John Meier conclui,
A atestação geral da figura de Jesus como curador de enfermidades físicas e doenças é, portanto, mais forte do que a atestação de sua atividade como exorcista… Em resumo, o afirmação de que Jesus atuou e foi visto como um exorcista e curador durante seu ministério junto às pessoas possui tanta corroboração histórica quanto qualquer outra afirmação que nós possamos fazer sobre o Jesus da história (MEIER, A Marginal Jew, 2: 969-70, grifo meu).
Os milagres de Jesus, como seus exorcismos, eram realizados para demonstrar a vinda iminente do Reino de Deus. Desta forma, eles funcionaram de forma fundamentalmente diferente do que as maravilhas realizadas pelos mágicos helênicos ou santos judaicos. Além disso, os milagres de Jesus diferem dos de Honi e Hanina uma vez que Jesus nunca orou para que um milagre fosse realizado; ele pode primeiro ter expressado agradecimento ao Pai, mas então ele efetivava os milagres por si mesmo. E ele os realiza em seu próprio nome, não no de Deus. Além disso, nem Honi nem Hanina exerceu um ministério profético, fez reivindicações messiânicas, ou trouxe qualquer ensinamento junto com seus milagres. Assim, Jesus é mais do que apenas outro santo carismático judeu.
Quanto a Apolônio de Tiana, trata-se de uma figura construída em parte por Philostratus séculos depois como um deliberado contra-ponto à cristandade. A Igreja havia alcançado um papel de bastante influência naquela época, então Philostratus construiu Apolônio como uma alternativa pagã a Jesus. De que forma isto prejudica a confiabilidade histórica dos relatos dos evangelhos sobre os milagres de Jesus?

4 – E sobre as aparentes contradições nos diferentes relatos sobre Jesus?

Aqui está sua resposta direta, Grant: não importa. Eu poderia aceitar que todas estas aparentes discrepâncias são insolúveis, e isto não afetaria meu argumento histórico em nada. Não acredita em mim? Então deixe Bart Ehrman dizer por si mesmo. Ele pensa que estas aparentes contradições citadas por ele prejudicam a credibilidade histórica dos fatos sobre os quais meu argumento está baseado? Não! Ele diz,
A ressurreição de Jesus se encontra no cerne da fé cristã. Infelizmente, esta é uma tradição sobre Jesus que os historiadores têm dificuldade de lidar. Como eu disse, existem algumas coisas que nós podemos dizer com certeza sobre Jesus após sua morte. Nós podemos dizer que relativa certeza, por exemplo, que ele foi sepultado…
Alguns estudiosos têm argumentado que é mais plausível que Jesus tenha, na verdade, sido depositado em uma tumba comum, o que aconteceu em algumas vezes, ou foi, como aconteceu a muitas outras pessoas crucificadas, simplesmente deixado para ser comido por animais (o que também geralmente acontecia a pessoas crucificadas durante o Império Romano). Mas os relatos são bastante unânimes em dizer (os relatos primitivos que temos são unânimes em dizer) que Jesus foi, na verdade, sepultado por seu seguidor, José de Arimatéia e, assim, é relativamente certo que foi isto o que aconteceu.
Nós também temos sólidas tradições que indicam que as mulheres encontraram esta tumba vazia três dias depois. Isto é atestado em todas as fontes dos evangelhos, antigas e posteriores, e assim este fato parece ser um ponto de partida histórico. Assim, eu acho que nós podemos dizer que após a morte de Jesus, com alguma (provavelmente com alguma) certeza, ele foi sepultado, possivelmente por seu seguidor, José de Arimatéia, e que três dias depois ele pareceu não estar em sua tumba (“From Jesus to Constantine: a History of Early Christianity” Lecture 4: “Oral and Written Traditions about Jesus” [The Teaching Company,2003]).
O mesmo acontece em dobro – bem, muitas vezes mais do que o dobro – em relação à crucificação de Jesus. Este evento é reconhecido como um dos mais sólidos e estabelecidos fatos sobre a história de Jesus, negado apenas por malucos e por mulçumanos. Mesmo assim, as primeras cinco discrepâncias de Ehrman estão todas relacionadas com os relatos da crucificação, não com as narrativas do sepultamento e da tumba vazia! Então você vai negar que Jesus de Nazaré foi crucificado pelas autoridades romanas durante a Páscoa judaica no ano 30 d.C. em razão destas diferenças nas narrativas? Se sim, Grant, você não apenas vai marginalizar a si mesmo intelectualmente, mas também vai mostrar que você não está buscando sinceramente a verdade.
Viu agora, Grant, porque eu me recusei a entrar em uma disputa sobre quantos anjos estavam junto à tumba? Uma vez que a historicidade da tumba vazia é posta, a disputa sobre a quantidade de anjos lá presentes simplesmente não importa.
Você diz que aqueles que pertencem à uma universidade compromissada com a inerrância bíblica devem ser aptos a explicar estas discrepâncias. Isto é tolo, Grant! Por que pensar que o treinador Holmquist deve ser capaz de explicar estas discrepâncias? Por que pensar que até mesmo alguém no departamento de Novo Testamento deve ser capaz de explicá-las? Talvez simplesmente não existam informações históricas disponíveis para resolver todas as discrepâncias. Parece a mim que você deve achar que a crença na inerrância bíblica é conseguida através de indução lógica, neste caso, você realmente precisa, de fato, ler minha “Questão da Semana” What Price Bíblical Inerrancy?
Eu acho que o que você realmente quer dizer é que aqueles afiliados em tal universidade devem ter o interesse em explicar estas discrepâncias e, portanto, não devem “fugir” delas, como você me acusou de ter agido. Sim, eu concordaria com você que nós que acreditamos na inerrância devem ter o interesse em explicar tais discrepâncias. Mas existe tempo e lugar para tudo. Um debate sobre a historicidade da ressurreição de Jesus, onde o tempo é limitado e os fatos centrais sobre o caso são aceitos pela maioria dos estudiosos da área, não é lugar para se divertir discutindo tal questão. Esta questão da inerrância pode ser levantada e é levantada em tempos apropriados.
Então, vamos observar estas discrepâncias por alguns instantes:

Data e hora da crucificação: Todas as fontes concordam que Jesus foi crucificado na sexta-feira. O que está se discutido é se a Páscoa era celebrada na quinta-feira ou na sexta-feira. Os evangelhos sinóticos parecem sugerir que a Última Ceia de Jesus com seus discípulos na quinta-feira à noite era a refeição da Páscoa. João concorda que Jesus compartilhou a Última Ceia com seus discípulos na quinta-feira à noite antes da traição de Judas e de sua prisão. Mas João diz que os líderes judeus queriam eliminar Jesus antes que as festividades pascais começassem na sexta-feira à noite. Então, a Páscoa começava na quinta ou na sexta? A disputa se concentra toda nesta questão! (espero que isto coloque a questão em sua perspectiva correta a você).
Uma possibilidade é que João tenha movido a Páscoa para sexta para que a morte de Jesus se coincidisse com sacrifício pascal do cordeiro no Templo. Mas, talvez não: uma vez que existiam diferentes calendários em uso na Palestina do primeiro século, os sacrifícios podem ter sido realizados em mais de um dia. Os fariseus e as pessoas da Galiléia contavam os dias como começando no nascer do sol e terminando no próximo nascer do sol. Mas os saduceus e as pessoas da Judéia contavam os dias como começando no pôr-do-sol e terminando no próximo pôr-do-sol.
Em nossa era moderna, nós adotamos o que eu acho ser a convenção mais estranha sobre a contagem dos dias: começando no meio da noite à meia-noite e terminando na próxima madrugada. Bem, esta diferença na contagem dos dias desorienta completamente a datação de certos eventos, como você pode ver no comparativo abaixo:
data da pascoa
O cordeiro da Páscoa era sacrificado no 14º dia do mês de Nisan. De acordo com a contagem galiléia, o 14º dia de Nisan começa às 6:00 da manhã, no dia que chamamos quinta-feira. Mas para os habitantes da Judéia, o 14º dia de Nisan começa 12 horas depois, às 6:00 da noite na nossa quinta-feira. Então, enquanto os galileus, seguidores das tradições judaicas, sacrificam o cordeiro da Páscoa na tarde do 14º dia de Nisan, em qual dia eles o fazem? Quinta-feria. E quando os habitantes da Judéia ofereceram seu cordeiro em sacrifício na tarde do 14º dia de Nisan, que dia era? Sexta-feira! Quando a noite caía eles comiam o cordeiro, por sua contagem, no 15º dia de Nisan. Assim, a fim de atender à demanda de galileus-fariseus e habitantes da judéia-saduceus na Páscoa, o sacerdócio do Templo tinha que realizar os sacrifícios da Páscoa tanto na quinta-feira como na sexta-feira. Jesus, como era galileu e como sabia de sua iminente prisão, escolheu celebrar a Páscoa na noite de quinta-feira, ao passo que os sacerdotes e escribas responsáveis pela prisão de Jesus celebraram a Páscoa pelo calendário da Judéia, como João diz. Embora não tenhamos nenhuma evidência de que os sacrifícios da Páscoa eram realizados em ambos os dias, tal solução é muito plausível. A população em Jerusalém se aglomerava em torno de 125 mil pessoas durante as festividades. Seria logisticamente impossível para os sacerdotes do templo sacrificar cordeiros suficientes para tantas pessoas entre as 15:00 hs e 18:00 hs em uma tarde. Os sacrifícios deveriam ser realizados em mais de um dia, o que torna perfeitamente possível que Jesus e seus discípulos tenham celebrado a Páscoa na quinta-feira à noite, antes da prisão de Jesus.
 O mesmo pode ser dito sobre o tempo da crucificação de Jesus: Marcos diz que a crucificação aconteceu à terceira hora, isto é, 9:00 da manhã, mas João diz que Jesus foi condenado “na sexta hora”, ou seja, por volta das 9:00. Novamente, talvez João mudou o tempo para depois. Mas, talvez não: nos evangelhos sinóticos e nos Atos dos Apóstolos as únicas horas do dia que são mencionadas (com apenas uma exceção) são a terceira, a sexta e a nona hora. Em uma época em que não se existia relógios, obviamente, números arredondados ou quartos de dia eram usados para identificar um tempo. A terceira hora poderia se referir a qualquer tempo entre 9:00 da manhã e o meio-dia.

Jesus carregou sua cruz por todo o caminho? – Não, Simão de Cirene provavelmente foi um personagem histórico, cujo papel João simplesmente escolheu omitir em sua narrativa. Simão provavelmente se impressionou com a ação dos soldados quando Jesus estava tão fraco para carregar a cruz por todo o percurso do Gólgota.

Os ladrões zombaram de Jesus? – Marcos simplesmente diz que aqueles que estavam crucificados com Jesus zombaram dele. Nenhum detalhe é dado. Mas Lucas nos diz como um destes bandidos expressou fé em Jesus. Você pode desconsiderar a história contada por Lucas como uma mera alteração piedosa da narrativa da crucificação. Mas como podemos saber que Lucas não está trabalhando ali com uma fonte independente que se lembra do arrependimento de um dos ladrões, ao passo que Marcos deixou isto passar batido? Não vejo motivos para acreditar que temos uma contradição aqui.

Quando véu do Templo se rasgou? – Esta suposta discrepância é puramente imaginária, uma vez que Marcos e Lucas mencionam este fato relativo à cortina do templo sem a intenção de especificar o tempo exato em que ocorreu. Lucas ficaria impressionado se ele lesse as acusações modernas de que ele contradisse Marcos ao reunir os sinais sobrenaturais que ocorreram durante o momento da morte de Jesus.

Quem foi à tumba? – Um grupo de mulheres, incluindo Maria Madalena que sempre é mencionada. João a prioriza em seu relato para conseguir um efeito dramático, mas ele sabe sobre as outras mulheres, como é evidente nas palavras de Maria, “Eles retiraram os Senhor da tumba e nós não sabemos onde o colocaram” (João 20.2, compare com 20.13). Nós não sabemos todos os nomes das outras mulheres presentes, mas entre elas estavam outra Maria, mãe de Tiago, José e Salomé. O fato de terem sido mulheres, além de homens, aparecerem nas narrativas como descobridoras da tumba vazia, é, a propósito, um dos fatos mais convincentes, que leva a maioria dos estudiosos a aceitar a historicidade da narrativa.

A pedra que lacrava o sepulcro não estava mais lacrando a tumba antes delas chegarem lá? O que elas viram? – Sim, a pedra não estava mais lacrando a sepultura quando elas chegaram lá; não há discrepância alguma aqui. Elas viram um ou dois anjos. O “homem jovem” citado por Marcos é claramente uma figura angélica, como pode ser evidenciado por seu traje branco, sua mensagem reveladora e a reação de medo e tremor das mulheres a ele. Além disso, os antigos intérpretes de Marcos (Mateus e Lucas) entenderam que o jovem homem era um anjo.

O que foi dito a elas? – Foi dito a elas para que fossem à Galiléia, onde elas veriam Jesus. Como a narrativa de Lucas não menciona nenhuma aparição na Galiléia, ele altera o relato de Marcos da mensagem do anjo para seus propósitos literários. A tradição das aparições na Galiléia é muito antiga e virtualmente aceitada universalmente.

As mulheres falaram com alguém? – Claro, elas contaram! Quando Marcos diz que elas não disseram nada para ninguém, ele obviamente quis dizer no momento em que elas correram rapidamente até os discípulos. Marcos pressupõe as aparições na Galiléia, então, obviamente, ele não quis dizer que as mulheres falharam em sua missão de transmitir a mensagem do anjo aos discípulos. A discrepância é puramente imaginária.

Os discípulos deixaram Jerusalém rumo a Galiléia? – Claro, como a resposta acima indica. Lucas apenas escolheu não narrar nenhuma das aparições na Galiléia porque seu propósito era mostrar como o Evangelho se estabeleceu na mais santa das cidades dos judeus, Jerusalém.
Assim, algumas destas supostas discrepâncias são fáceis de responder e elas são exatamente o que esperamos encontrar em relatos independentes sobre o mesmo evento. Outras discrepâncias são mais difíceis de responder, mas no fim das contas elas não trazem grandes conseqüências. Historiadores esperam encontrar inconsistências como estas até mesmo nas fontes históricas mais sólidas. Nenhum historiador simplesmente joga fora uma fonte porque ela possui alguma inconsistência. Além disso, as inconsistências sobre as quais Ehrman está falando não estão dentro de uma fonte sozinha; elas estão entre fontes independentes comparadas. Mas não é uma conclusão lógica dizer que porque duas fontes independentes comparadas apresentam inconsistências, ambas as fontes são falsas. Na pior das hipóteses, uma delas é falsa, caso as inconsistências não possam ser harmonizadas.

O problema em se focar em discrepâncias é que nós tendemos a perder a visão da floresta por causa de algumas árvores. O fato mais importante é que os evangelhos são incrivelmente harmoniosos no que eles relatam. As discrepâncias entre eles são em detalhes secundários. Todos os quatro evangelhos concordam que:
Jesus de Nazaré foi crucificado em Jerusalém pelas autoridades romanas durante as festividades da Páscoa, tendo sido preso e acusado de blasfêmia pelos líderes judaicos e então caluniado pelo crime de traição perante o governador Pilatos. Depois de várias horas ele morreu e foi sepultado na tarde da sexta-feira por José de Arimatéia em uma tumba, que foi selada com uma pedra. Algumas mulheres seguidoras de Jesus, incluindo Maria Madalena, observaram seu sepultamento, visitaram sua tumba no domingo pela manhã e a encontraram vazia. Então, Jesus apareceu vivo aos seus discípulos, incluindo Pedro, que então começaram a ser proclamadores da mensagem de Sua ressurreição.
Todos os evangelhos atestam estes fatos. Vários outros detalhes podem ser fornecidos ao se adicionar fatos que são atestados por três das quatro fontes. Portanto, não se engane por causa das pequenas discrepâncias. Caso contrário, você terá de ser cético também em relação a todas as outras narrativas históricas seculares que também contém inconsistências como estas, o que é absolutamente irracional.

fonte : www.apologia.com.br / http://www.reasonablefaith.org/

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Os evangelhos biblicos são documentos confiáveis? Cristo realmente existiu? Há alguma razão para se crer que a ressurreição de Jesus foi um evento histórico verdadeiro?

Neste documentário, Lee Strobel apresenta uma pesquisa detalhada sobre as evidências históricas da existência de Jesus, seu ministério, morte e ressurreição.

Este vídeo, baseado no livro Em Defesa de Cristo (Editora Vida), é indispensável toda pessoa que deseja conhecer melhor o que há de concreto em pesquisa histórica sobre este judeu palestino do século I.

fonte: Apologia.com.br


Algumas lições que aprendi com Davi.


Faz alguns dias que estive meditando em um episodio da vida do Rei Davi "um homem segundo o coração de Deus" esta frase por si só já traz um peso enorme. Mas gostaria de compartilhar com você algo que aprendi como a cantora Ludmila ela diz em uma de suas canções... "Em tempo de guerra nunca para de lutar". Nunca pare de lutar, vamos juntos olhar o relato bíblico e ver o que o rei Davi nos ensina com sua vida.


1- Nunca pare de Lutar. 2Sm. 11.1

...no tempo em que os reis costumam sair para a guerra, enviou Davi a Joabe... porém Davi ficou em Jerusalém.


Aqui está à primeira lição que aprendo com Davi, nunca pare de lutar, seja qual for sua guerra, ela pode ser a salvação de seu casamento, pode ser a luta na recuperação de um filho viciado em drogas, pode ser sua luta contra a pornografia, pode ser sua luta contra a maledicência, pode ser sua luta contra a sua natureza pecaminosa,pode ser a sua para não adultera, pode ser sua luta para não defraudar seu patrão, pode ser sua para se sentir melhor, as nossas lutas podem ser variadas, cada sabe contra quem luta e contra o que luta, a lição que Davi nos ensina é NÃO PARE DE LUTAR. Parece simples, mas não é, pois toda guerra precisa de estratégia, toda luta leva tempo, todo guerra cansa, às vezes a guerra pode levar anos, mas não pare de lutar.


2-Nunca fique distraído. 2Sm.11.2

Uma tarde levantou-se Davi do seu leito e andava passeando...


O tempo é de guerra, mas Davi estava dormindo e passeando em seu palácio, Davi estava relaxado, descansado, passeando. Sim em tempo de guerra não podemos ficar distraídos, vagueando em nossos pensamentos, Davi acomodou-se enquanto outros reis estavam guerreando, Davi tinha parado de guerrear, ele estava dormindo e passeando.


3-Nos momentos em que estamos mais calmos somos assaltados por nossas maiores tentações. 2Sm. 11.2

... Daí viu uma mulher que estava tomando banho; era ela mui formosa.


Davi esta em seu terraço passeando, quando de repente vê uma linda mulher tomando banho, Davi tem seu primeiro contato com Bate-Seba, seu olhos começam a observar aquela beleza, seu coração começa a ficar extasiado, ela e formosa, ela é bela, Davi deve ter imaginado que teria de ter-la, para ele nem que se fosse por um momento.

Aqui é onde devemos tomar o maior cuidado, pois em nossos momentos de distrações, são os momentos em que nos chega às maiores tentações, sim quando você para de guerrear, aquele seu inimigo continua lutando, ele não dará trégua enquanto não vê-lo derrotado, foi isto que aconteceu com Davi sua cobiça foi dando fruto, alimentando seus pensamentos, foi descendo ao seu coração até que ele "Davi mandou perguntar quem era", sejamos sinceros você acha que Davi realmente queria saber quem era esta mulher, nesta altura do campeonato, e lógico que não, Davi só queria dar asas a sua imaginação pecaminosa, Davi só queria neste momento uma transa sem compromisso. Pois se Davi quisesse realmente saber quem era está mulher ele teria dado ouvido a informação de seus servos "... É Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o heteu"2Sm.11.3.


Davi não deu a mínima para a informação, em outras palavras os servos estão dizendo, ...rei ela é mulher de Urias, meu rei isto que o senhor esta pensando e adultério e escândalo, seja sincero você acha que Davi estava ligando para isto, lembre-se Davi já tinha parado de guerrear, estava relaxado, distraído. Mesmo depois desta informação ele manda trazê-la... Enviou Davi mensageiros que a trouxessem... 2Sm.11.4.

A cobiça de Davi o deixou surdo, para escutar seus servos, a cobiça o deixou surdo para escutar seu Deus, estamos falando de Davi, sim aquela que compõe salmos, aquele que é um homem segundo o coração de Deus, estamos falando de um homem que em momento de guerra, parou de guerrear.


São nestes momentos em estamos mais relaxados e que somos mais vulneráveis, tenha em mente que se você não levar o pecado a morte, pode ter certeza assim como o sol existe para o dia, e lua existe para a noite que ele te destruirá. Não brinque com o pecado, não pare de lutar, seja qual for à guerra, você pode até perder algumas batalhas, mas não perca a guerra.


4-Quando paramos de Lutar caímos e conseqüências virão.

...ela veio, e ele se deitou com ela... 2Sm.11.4


Lute. Pois se você não lutar você cairá, seja qual for sua guerra, Davi não pecou quando passeou pelo terraço e olhou Bate-Seba. Davi foi vencido quando parou de guerrear, Davi sucumbiu aos seus desejos quando parou de guerrear contra sua cobiça, quando não mais deu valor a voz de Deus, quando não ligou para a lei de seu Deus.


As conseqüências virão... Estou grávida... 2Sm.11.5; Davi agora tem que assumir seu erro. Lembre-se que quando você para de guerrear de alguma forma você é atingido nesta sua batalha. Conseqüências virão com certeza, pode ser uma culpa, uma gravidez indesejada, pode ser a destruição de sua família, pode ser o coração partido e destruído de um cônjuge, de um filho, um escândalo por roubo, um assassinato, pode ser a perca de um bom emprego, tenha certeza que a conseqüência virá.


5-O que fazer encobrir ou confessar.

Manda-me Urias, o heteu. 2Sm.11.6


Davi escolhe o pior caminho, encobrir seu erro. Davi não olha para seu Deus, Davi olha para si mesmo procura por seus próprios meios resolver a situação:





  • Fazer com que Urias deite-se com sua esposa. "desce a tua casa". 2Sm.11.8









  • Embebedou a Urias (aqui a intenção de Davi e que Urias bêbado fosse para sua casa, e transa-se com sua esposa). "porém não desceu a sua casa." 2Sm.11.13




A grande diferença entre estes dois homens e que Davi não estava guerreando a guerra de Deus e sim sua própria guerra, Urias guerreava a guerra de Deus.


Davi em sua guerra... ”Fizeram-no saber a Davi, dizendo: Urias não desceu a sua casa. Então, disse Davi a Urias: Não vens tu de uma jornada? Por que não desceste a tua casa?” 2Sm.11.10


Urias em sua guerra..."Respondeu Urias a Davi: A arca, Israel e Judá ficam em tendas; Joabe, meu senhor, e os servos de meu senhor estão acampados ao ar livre; e hei de eu entrar na minha casa, para comer e beber e para me deitar com minha mulher? Tão certo como tu vives e como vive a tua alma, não farei tal coisa". 2Sm.11.11.



Davi está preocupado em encobrir seu erro, está preocupado consigo mesmo. Urias está preocupado com a Arca (presença de Deus), Israel, Judá (reino), Joabe (seu líder) seu senhor e seus amigos de batalha (companheiros), ele não esta pensando em si somente, Ele está em tempo de guerra.


Davi está tão determinado para encobrir seu erro, que não percebe em Urias, os valores que ele Davi tinha perdido quando parou de guerrear.


Então ele determina... Ponde Urias na frente da maior força da peleja; e deixai-o sozinho, para que seja ferido e morra. 2Sm.11.15.


Não tente encobrir seus erros, pois ao encobri-los você pode piorar ainda mais a sua situação que como a de Davi, pode já não ser tão confortável. Davi tem consciência de seu erro, se não tivesse, não tentaria manipular Urias para dormir com sua esposa, nesta sua guerra tenho plena certeza que você sabe onde está seu erro. Mas não tem a capacidade e a coragem de confessá-lo assim como Davi não teve, e estava preocupado somente com sua imagem. Davi fez mal uso de seu poder, adulterou, condenou um inocente à morte, destruiu uma família, por causa de um simples desejo não controlado.


Se você assim como Davi, você parou de guerrear e as conseqüências chegaram, é hora de assumir seus erros e confessar seus pecados, confesse sua debilidade, tenho certeza que vai ser bem melhor tentar resolver do jeito de Deus, do que resolver do seu próprio jeito.


Lembre-se do que Davi disse:


Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não atribui iniqüidade e em cujo espírito não há dolo. Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado. Sendo assim, todo homem piedoso te fará súplicas em tempo de poder encontrar-te. Com efeito, quando transbordarem muitas águas, não o atingirão. Tu és o meu esconderijo; tu me preservas da tribulação e me cercas de alegres cantos de livramento. Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho. Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem. Muito sofrimento terá de curtir o ímpio, mas o que confia no SENHOR, a misericórdia o assistirá. Alegrai-vos no SENHOR e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos que sois retos de coração. Salmos 32.


Depois de tudo o que aconteceu, Davi compreendeu que o melhor caminho era o de confessar seu erro, Davi errou, Davi cometeu coisas gravíssimas, mas o pior de todos os seus atos foi achar que conseguiria de alguma forma enganar seu Deus e escapar de seu juízo.


Se você parou de guerrear e por causa disto trouxe para sua vida problemas terríveis, lembre-se o pior problema e tentar resolver de sua maneira, deixando Deus de lado lembre-se... Bem aventurado e aquele cujo iniqüidade é perdoada é cujo pecado e coberto...

Andrezinho rupereta





















Preso em meu próprio cativeiro.

Ajo como um delinqüente sem que ninguém perceba, fico a espreita observando a minha vítima, fico esperando para leva - lá para o meu esconderijo e ali fazer todo tipo de maldade contra ela. Ajo com total discrição para que ninguém desconfie dos meus atos, para que ninguém desconfie quem sou realmente. Meu esconderijo era perfeito, ninguém desconfiava nem suspeitava, onde prendia as minhas vítimas, meu esconderijo era um lugar de difícil acesso, perfeito para os meus crimes, ali ninguém podia me deter, no meu esconderijo eu era totalmente soberano ninguém podia me tocar. Eu era totalmente livre em meu esconderijo, até que um dia percebi que tinha sido seguido, o interessante foi que a pessoa que me seguiu, não invadiu meu esconderijo, ela ficou do lado de fora, me esperando.

Ao sair do meu esconderijo nesta manhã, esta pessoa me chamou e começou a conversar comigo, nesta conversa franca eu pude percebe que neste esconderijo a própria vitima era eu. Eu não era totalmente livre como pensava, eu não passava de mais uma vitima, de alguém mais discreto do que eu mesmo, a sua discrição era tão perfeita que não percebia a sua ação em mim, sim meu esconderijo tinha sido invadido, e esta invasão tinha ocorrido há muito tempo e eu não me dava conta desta invasão. Sempre achei que meu esconderijo era perfeito para ali cometer meus atos perniciosos. Por um longo tempo, sem perceber, eu segui os passos de um antigo assassino em série.

Este assassino famoso é muito discreto, e por meio dele aprendi a cometer minhas barbarias, este meu influente assassino se chama pecado. Ele fica latente até que possa agir. Ele aguarda sem pressa para agir perfeitamente em minha mente, ele aguarda o momento oportuno para me influenciar, ele me inspira, ele me faz ser astuto de tal forma que me sinto livre para cometer toda espécie de atrocidades em minha mente e em meu coração. Ninguém percebe que sou um assassino em série, em minha mente. Ninguém percebe que a maior vítima sou eu mesmo. Nem eu mesmo conseguia perceber. Este meu esconderijo chamado mente e coração é um lugar passível para se cometer todos os tipos de atrocidades. Mas nesta manhã após ter esta conversa franca com a pessoa que me seguiu, fui esclarecido, que todas aquelas atrocidades poderiam ser paradas, e eu poderia ser realmente livre. Este pessoa que conversou comigo se apresentou pelo nome de Espírito Santo, ele me deixou umas dicas para não mais cometer atrocidades em meu esconderijo, ele me explicou que o problema não era o esconderijo o problema eram os atos cometidos neste esconderijo, ele me deu as seguintes dicas:

Olha o meu conselho para você é:

1- Lembre-se sempre estarei com você, por isto me respeite.

É preciso que o coração e a mente de vocês sejam completamente renovados...
E não façam com que o Espírito Santo de Deus fique triste. Pois o Espírito é a marca de propriedade de Deus colocada em vocês, a qual é a garantia de que chegará o dia em que Deus os libertará. Efésios 4.23; 30

2- Lembre-se se você não levar o pecado a morte, tenha plena certeza que ele se empenhará em levá-lo a morte.

Assim também vocês devem se considerar mortos para o pecado; mas, por estar unido com Cristo Jesus, devem se considerar vivos para Deus. Romanos 6.11

3- Lembre-se de quando você estiver no seu esconderijo, pense no Rei e no seu Reino, e leve todos seus desejos carnais a morte.

Pensem nas coisas lá do alto e não nas que são aqui da terra... Portanto, matem os desejos deste mundo que agem em vocês, isto é, a imoralidade sexual, a indecência, as paixões más, os maus desejos e a cobiça, porque a cobiça é um tipo de idolatria. Colossenses 3.2; 5.

4- Lembre-se leve todo seu pensamento a Cristo.

As armas que usamos na nossa luta não são do mundo; são armas poderosas de Deus, capazes de destruir fortalezas. E assim destruímos idéias falsas e também todo orgulho humano que não deixa que as pessoas conheçam a Deus. Dominamos todo pensamento humano e fazemos com que ele obedeça a Cristo. 2 Coríntios 10.4-5

5- Lembre-se encha sua mente de pensamentos que te façam bem.

Por último, meus irmãos, encham a mente de vocês com tudo o que é bom e merece elogios, isto é, tudo o que é verdadeiro, digno, correto, puro, agradável e decente. Filipenses 4.8

Leve sempre em consideração estes conselhos, pois eles podem lhe proteger, daqueles pecados que quase sempre nos assalta a mente e o coração, estas dicas podem nos ajudar a nos manter santificados.

Deus nos abençoe e nos guarde. Andrezinho Rupereta.


Diálogo com um Filósofo Ateu

Domício Pereira de Mattos



Meu caro filósofo Michel Onfray:

Apresento-me a você como teólogo, com mestrado no Union Theological Seminary de Nova York e experiência religiosa cristã, aos 89 anos e 6 meses, sem o menor arrependimento de ter vivido a fé cristã. Conheci-o e admirei-o através de sua entrevista em "Veja", publicação brasileira que chegou às minhas mãos ontem (22 de maio de 2005). Fiquei espantado, ao terminar a leitura, por concordar com algumas de suas afirmações... Pode, porventura, um cristão na provecta idade, próxima dos 90 anos, concordar, em algum ponto com o pensamento de um filósofo ateu de 46 anos?...

Pode.



1. Concordo com você quando diz: "...quando uma pessoa não se contenta apenas em acreditar estupidamente, mas começa a fazer perguntas sobre os textos sagrados, a doutrina, os ensinamentos da religião, não há como chegar às conclusões que eu proponho. Trata-se de não deixar a razão, com R maiúsculo, em segundo plano, atrás da fé." Claro, a fé não pode ser irracional. Inverto: não podemos deixar a fé, com F maiúsculo, em segundo plano atrás da razão. Fé e razão são irmãs gêmeas e juntas apontam para a Verdade.



2. Concordo com você quando afirma que existem mecanismos religiosos ilusórios e que "o encanto e a magia da religião desaparecem quando se vêem as engrenagens, a mecânica e as razões materiais por trás das crenças". Sim, inúmeras vezes mecanismos, engrenagens e razões materiais deturpam a crença. O cristianismo condena escribas e fariseus hipócritas (presentes em toda a as religiões). Fabricam as engrenagens, a mecânica e razões materiais para sustentar "crenças" que, de fato roubam a liberdade e a dignidade da pessoa humana e favorecem financeiramente os promotores dessa ação que ofende a moral. Todo o capítulo 23 do Evangelho de Mateus traz a palavra de Jesus Cristo contra esse tipo de religiosidade. A leitura desse capítulo do Evangelho é como se estivesse lendo o seu minuncioso discurso contra procedimentos religiosos...



3. Concordo com as contradições, apontadas por você, nos livros religiosos cristãos, judeus e muçulmanos, entre a pregação da paz e a violência que praticam; o mandamento "não matarás" e ao mesmo tempo autorizando a matar e até dizendo como fazê-lo. Suas palavras: "O que quero é mostrar que as religiões, que dizem querer promover a paz, o amor ao próximo, a fraternidade, a amizade entre os povos e as nações, produzem na maior parte do tempo o contrário. Se devem a eles (os que crêem em Deus) tantas barbaridades terrenas, extremamente humanas, como prova da inanidade das doutrinas"... Em face dessas contradições e inanidade até justifico o seu ateísmo. Apenas afirmo que tais contradições surgem no conceito que se tenha de Deus. Em face de alguns desses conceitos, eu também sou ateu.



Exemplo 1: Na Praça de São Pedro, no Vaticano, em fins de Setembro de 1935, o Papa Pio XI reza uma missa campal e abençoa, em nome de Deus, o exército italiano que partia para invadir a Etiópia, na África... Que deus é esse que abençoa exército que parte para a guerra, invadindo nação mais fraca, destruindo e matando gente inocente?!... Nesse deus eu não creio!



Exemplo 2: Na base americana de Canaveral, Flórida, numa madrugada, entre os dias 5 e 6 de Agosto de 1945, altas autoridades civis e militares se postam em torno de um avião; o capelão protestante lê a Bíblia, ora a Deus pedindo para abençoar o piloto e avião que, naquela madrugada partia para o Japão. Levava sob suas asas a bomba atômica que seria lançada sobre Hiroshima... Que deus é esse que abençoa avião e a bomba a ser lançada sobre uma cidade indefesa, destruindo-a, e matando oitenta mil inocentes e inutilizando outros oitenta mil para o resto da vida?!... Se deus é isso e autoriza essa prática de violência, então eu sou ateu: não creio nesse deus!...



Clamo com você contra essa contradição que afirma ser Deus Amor e ao mesmo tempo abençoador de assassinos... Só que você, por causa desses conceitos, se torna ateu; eu continuo a acreditar no Amor de Deus e a deplorar aquelas concepções estapafúrdias de um deus que manda matar!?... Desgraçadamente, nação dita cristã, em nome de princípios religiosos, invade a outra, mata inocentes, sacrifica seus soldados e o "mundo chamado cristão" fica torcendo pelo êxito de missão tão contraditória com aquilo que Deus verdadeiramente é...



4. Concordo com você quando diz: "...uma pessoa não se contenta apenas em acreditar estupidamente, mas começa a fazer perguntas (...) e dar à razão o poder e a nobreza que ela merece. Essa a missão, a tarefa e o trabalho do filósofo, pelo menos de todo o filósofo que se dá ao respeito", apenas acrescento: o filósofo não precisa ser ateu. Cito Sócrates: "Espero com paciência até que saibamos com certeza como nos devemos portar para com Deus e para com os homens" (*). Insisto, com o seu discípulo Platão, que, na mesma linha, prossegue; "Esperamos por alguém, seja um deus ou um homem inspirado para instruir-nos acerca dos nossos deveres e tirar as trevas dos nossos olhos" (*). E, ainda, Pitágoras: "Não é fácil conhecer os deveres a não ser que o próprio Deus os ensine, ou alguma pessoa que os tenha recebido de Deus ou os tenha conhecido por algum processo divino" (*). Pergunto: são eles(Sócrates, Platão, Pitágoras) "filósofos que não se dão ao respeito"?... (*) As citações com asterísticos estão na página 112, Volume I da Systematic Theology de Augustus Hopkins Strong.



5. Bem postas suas palavras sobre o Papa: "O fervor pela morte de João Paulo II tem a ver com o fato de ele ter sido o primeiro "papa catódico", o homem mais filmado do planeta." Não sou católico, entretanto, considero que Wojtyla foi um cristão sincero e como cristão presumo que sua luminosidade e florescência teve como cátodo invisível, que penetra corpos opacos e o fazem resplandecer, não os holofotes da tecnologia televisiva e sim a luz do Cristo, que se projeta naquele que sinceramente crê nele, a ponto de dar-lhe esta missão: "brilhe a tua luz diante dos homens" (Mateus 5.16). Se todo cristão projetasse essa luz o mundo seria maravilhoso!



6. Você insiste em um ponto controvertido: "A filosofia permite a cada um a apreensão do que é o mundo, do que pode ser a moral, a justiça, a regra do jogo para uma existência feliz entre os homens, sem que seja preciso recorrer a Deus, ao divino, ao sagrado, ao céu, às religiões. É preciso passar da era teológica à era da filosofia de massa". Quem aqui, não concorda com você são os filósofos acima citados e eu inverteria, outra vez, a sua proposição: É preciso passar das lucubrações filosóficas para a era da teologia de massa... Aliás, teologia é um campo da filosofia.



7. Finalmente, já estamos em campos de não concordância, porque eu penso como os críticos católicos, citados por "Veja", que alegam serem suas idéias uma repetição de antigos argumentos contra a existência de Deus e a religião. E você concorda, afirmando: "Não se pode fazer muito a respeito, a não ser dizer e realizar o que é verdade há muito tempo. E repetir que os cristãos têm pouca moral para me responder por dizer antigas verdades, quando eles mesmos propagandeiam erros ainda mais antigos". Volto a concordar, em parte, com você: cristãos não muito autênticos (católicos, ortodoxos, protestantes ou evangélicos) propagandeiam erros que nada têm a ver com a filosofia cristã de vida. Como também muitos filósofos, através dos tempos afirmaram coisas absurdas, estratosféricas que nada têm a ver com a realidade vivencial.



Concluo afirmando que o meu "diálogo" com a entrevista que você deu à "Veja" não tem absolutamente a intenção de convertê-lo do ateísmo ao teísmo. Respeito a sua vocação atéia-filosófica e volto a felicitá-lo pelas idéias colocadas na entrevista porque são, na verdade, um alerta aos religiosos, especialmente aos meus irmãos cristãos... Propagam muito a fé, mas vivem muito pouco o que ensinam. São eles os responsáveis pelo ateísmo e cepticismo que se alastram pelo mundo. Falam de Jesus Cristo, que é a Verdade, mas são incapazes de viverem o seu ensino, cujo fundamento é o AMOR... Brigam uns com os outros. Criam os guetos religiosos e se tornam, em cada um deles, os donos da verdade e nunca se lembram da oração de seu Mestre e Senhor: "Ó Pai, que todos os que crêem em mim sejam um, como tu és em mim e eu em ti, para que o mundo creia" (João 17:20-21). Faço de sua entrevista um libelo a fim de acordar a consciência cristã para a responsabilidade do testemunho da fé em Cristo, Senhor nosso.



Não dou provas da existência de Deus porque não as tenho e não as encontrei na teologia e nem na filosofia, entretanto jamais encontrei também provas da não existência do Ser Supremo, aquele que é desde toda a eternidade; chame-o como quiser; Javé, Alá, Adonai, Eloim, Energia Cósmica, Deus, Cristo ou Espírito Santo...



Crer em Deus é um sentimento, profundamente introspectivo e pessoal. Sinto Deus como o ar que respiro... Sem Deus em mim, eu não sou nada!




O Poder do Evangelho
GEORGE CAMPBELL MORGAN NASCEU EM TETBURY, Inglaterra, em 9 de dezembro de 1863. Em 1889, foi ordenado para o ministério da Igreja Congregacional, e depois de vários pastorados na Inglaterra, tornou-se ministro da capela de Westminster, em Londres, onde pregou até 1917, De 1917 a 1929. Engajou-se em pregar em conferências e cultos especiais na Grã-Bretanha e Estados Unidos. De 1929 a 1932, foi pastor na Igreja Presbiteriana do Tabernáculo, na Filadélfia.
Depois de voltar a Londres em 1933, assumiu por um segundo período o pastorado na capela de Westminster, onde em 1938 o Dr. Martyn Lloyd-Jones uniu-se a ele nas atividades pastorais. Permaneceu na capela de Westminster até a morte, em 1945. O Dr. Morgan é autor de mais de sessenta livros, sendo o mais conhecido 'The Crisis of the Christ (As Crises de Cristo). Foi um dos mais famosos pregadores do mundo de língua inglesa e reunia grandes congregações onde quer que pregasse. Seu método homilético era expositivo em vez de tópico, e ele assume elevada posição como pregador expositivo. De estatura alta e de maneiras e métodos singulares, o Dr. Morgan foi uma das personalidades mais marcantes do púlpito contemporâneo.
O Poder do Evangelho
Porque fito me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé." (Rm 1.16,17)
QUANDO o apóstolo Paulo escreveu esta carta, ele nunca " tinha visitado Roma. Ele almejava fazê-lo e esperava que seu desejo se cumprisse. Este desejo foi gerado por sua cidadania romana e por seu interesse na igreja cristã em Roma; e sobretudo porque ele ansiava que a igreja naquela cidade fosse um instrumento para a evangelização do mundo ocidental. Escrevendo aos santos na cidade imperial, ele declarou que não se envergonhava do Evangelho, e deu suas razões.
A declaração de que ele não tinha vergonha é em si interessante. É a única ocasião na qual encontramos Paulo sugerindo a possibilidade de estar envergonhado do Evangelho. Estou perfeitamente cônscio de que esta é uma declaração da qual ele não se envergonhava; mas por que fazer a declaração? Penso haver apenas uma resposta, e é sugerida pelas palavras que imediatamente precedem o texto: "E assim, quanto está em mim, estou pronto para também vos anunciar o evangelho, a vós que estais em Roma" (Rm 1.15). A declaração de que ele não se envergonhava do Evangelho, com a implicação da possibilidade de estar envergonhado, era o resultado da consciência que ele tinha da cidade de Roma — da sua dignidade imperial, da sua magnificência material, do seu desprezo orgulhoso por todos os estrangeiros, da imensidade de suas multidões, da profundidade da sua corrupção. Não havia dúvida em sua mente sobre o poder do Evangelho que ele pregava e, não obstante, detectamos o cicio da investigação quando ele escreveu: "Estou pronto para também vos anunciar o evangelho, a vós que estais em Roma. Porque não me envergonho do evangelho de Cristo ".
Sempre é mais fácil pregar num vilarejo do que numa cidade, ao povo afável e simples da zona rural do que aos metropolitanos satisfeitos. Não é bem assim, mas é o sentimento que tão invariavelmente assalta a alma do profeta de Deus. Em resposta à consciência da alma, ou talvez em resposta ao sentimento que tal consciência existisse na mente dos cristãos romanos, Paulo afirmou sua prontidão em também pregar o Evangelho em Roma. Declarando que ele não se envergonhava dele e dando como razão que este Evangelho era "o poder de Deus para salvação". A única justificação de um evangelho é que ele é poderoso. A mensagem que proclama a necessidade da possibilidade de renovação espiritual e moral deve ser testada pelos resultados que produz. A palavra destituída de poder não é a Palavra do Senhor. O evangelho que não produz os resultados que preconiza serem tão necessários e tão possíveis não é evangelho. Nosso Evangelho é o poder de Deus?
Permitam-me dizer imediatamente que o impulso particular de minha mensagem de hoje à noite me veio em resultado de uma longa carta que tenho em mãos, quatro páginas cuidadosamente escritas que não lerei por, mas que li repetidas vezes para proveito e exame de minha própria alma como pregador do Evangelho, e da qual proponho ler algumas frases. A carta foi escrita em 23 de setembro e refere-se a reuniões que tinham sido feitas em preparação ao trabalho de inverno:
"Você disse na terça-feira à noite que homens em todos os lugares buscam a realidade, e concordo totalmente. Muitas vezes ouvimos falar sobre a dinâmica do Cristianismo. Há moços e jovens — falo somente daqueles sobre cujas tentações sei alguma coisa — que têm de enfrentar tentações, e mesmo nesta semana tem clamado ao Senhor Jesus em busca de ajuda e procurado o melhor que sabem para vencer, sem sucesso.
Quando um jovem me pergunta de onde ele obtém poder para vencer, o que digo? Um chegou a comentar: 'Não é uma falta que nossa religião não proporcione poder real para vencer tais e tais tentações, tentações que não podem ser evitadas e que têm de ser enfrentadas?'. Os homens não querem somente uma idéia teórica ou idéias sobre a dinâmica do Cristianismo, eles querem saber como se apropriar dessa dinâmica na prática. Obreiros cristãos zelosos querem saber até onde e de que modo eles podem encorajar os espiritualmente doentes e cegos à esperança de ajuda espiritual depois que eles creram e tiveram os pecados perdoados. A experiência mostra que não deve ser questão de mera inferência, pois seria provável que a inferência prometesse mais do que geralmente é percebido. Oferecer esperanças que a experiência irá desapontar é desastroso. Ha realidade que os homens desejam ardentemente".
Acredito que a carta expressa a busca e o sentimento de muitas almas. Penso que meu amigo agarrou-se a uma palavra pela qual ele sabe que sou peculiarmente apaixonado: a palavra dinâmica. Confesso-me culpado; eu amo a palavra e a uso muito porque é uma palavra do Novo Testamento. É a mesma palavra do meu texto: O Evangelho é o poder (dunamis) de Deus para salvação. A carta de meu amigo é praticamente um desafio da declaração do meu texto. O texto diz que "o evangelho [...] é o poder de Deus para salvação". Meu amigo sugere que haja homens que ouvem a chamada de Jesus, são obedientes e, todavia, não experimentam esse poder. Não vou discutir os pontos da carta, mas antes considerar a declaração de Paulo, esperando e acreditando que nessa reflexão e noesforço de entender o significado do grande apóstolo nesta questão, sirva de ajuda para pessoas honestas cuja dificuldade foi enunciada pelo escritorda carta.
Direi ao escritor da carta e a todos os que se colocam ao lado dele que concordo não haver nada mais importante hoje em dia do que o pregador e mestre cristãos serem verdadeiros no uso dos termos. Mas todos os que fazem essa exigência têm de reconhecer a dificuldade extrema da realidade na terminologia, quando lidam com forças espirituais que nunca podem ser perfeitamente apreendidas. Sempre que temos de lidar com grandes forças, encontramo-nos em dificuldade semelhante. Não sou eletricista, mas proponho uma questão sobre se o termo "desenvolver eletricidade" é um termo preciso. Não digo que não é, mas pergunto: Alguém pode desenvolver a eletricidade? Afinal de contas, não é uma palavra que arriscamos até que tenhamos conhecimento mais completo? Hã alguém nesta casa, em Londres ou no mundo, que esteja preparado para nos contar a última novidade sobre eletricidade, não só no que concerne ao que pode ser feito por ela, mas também sobre o que é? No momento em que entramos no escopo das grandes forças que são intangíveis, imponderáveis, demonstradas
pelo que fazem, é que estamos pelo menos em perigo de sermos irreais em nossos termos. Estamos lidando agora com a mais maravilhosa de todas as forças. Ao final de nossa meditação, haverá indubitavelmente um sentimento de que alguns dos termos de que fizemos uso parecem carecer de realidade. Não é que a força lidava com o que é irreal, mas que está tão além de nossa explicação final, que 06 termos não podem revelar quais cobrem os fatos do caso, enquanto não tiver sido excluído tudo o que deva ser excluído.
Limitando-nos às palavras selecionadas, consideremos: primeiramente, a afirmação: "O evangelho [...] é o poder de Deus para salvação": em segundo lugar, a condição na qual o poder é apropriado: "De todo aquele que crê"; e, por último, a exposição da operação que o apóstolo Paulo acrescentou: "Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé".
Em primeiro lugar, então, detenhamo-nos na afirmação. Aqui não são necessárias muitas palavras. O apóstolo declara que "o evangelho [...] é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê". O poder, que é algo que produz resultados; algo que é mais que teoria; algo que é mais poderoso que uma lei; uma força espiritual e presente que produz resultados espirituais; um poder vigente que realiza coisas. O que há em si pode ser um mistério; como o poder que faz o trabalho não pode ser conhecido: mas o apóstolo declara que realiza certas coisas, e sabemos que o Evangelho é mais que teoria, mais que lei. que é poder, pelos resultados que produz. Além disso, ele faz a declaração superlativa de que é "o poder de Deus". Este é o modo de declarar sua suficiência pela realização de certas coisas. Em qualidade é irresistível, em quantidade é inesgotável. Não obstante, ele declara mais adiante que é "o poder de Deus para salvação". Isto imediatamente define e limita o poder do Evangelho. O Evangelho é o poder que opera só até a esse fim. O Evangelho é o poder que opera perfeitamente a esse fim.
A palavra salvação imediatamente indica a investigação quanto ao perigo a que está referido, pois saber o perigo é saber o âmbito da salvação. Aqui, para resumir brevemente, o perigo é duplo: contaminação da natureza e paralisia da vontade. Os homens descobrem que a natureza fica tão debilitada na presença da tentação que eles se entregam; e a vontade fica tão paralisada que mesmo quando eles têm vontade de não se entregar, ainda assim se entregam. Esta é a história do perigo. O apóstolo declara que o Evangelho é "o poder de Deus para salvação", ou seja, para purificação da natureza de sua contaminação e para capacitação da vontade, de forma que doravante o homem não só deseje fazer o bem, mas que o faça.
É perfeitamente claro, contudo, que o Evangelho só opera na vida humana pelo cumprimento de certas condições. O Evangelho não é o poder de Deus para todo homem. "O evangelho [...] é o poder de Deus para [...] todo aquele que crê". Neste ponto, o apóstolo reconheceu a possibilidade humana, isto é, a possibilidade comum a toda natureza humana, independente de raça ou privilégio. "Primeiro do judeu e também do grego".
As condições podem ser cumpridas por homens como homens, à parte de questões de raça, privilégio ou temperamento. O Evangelho pode ser crido pelo metropolitano ou pelo provinciano, pelo morador de Roma tão certo quanto pelos moradores de pequenos povoados pelos quais ele tinha passado, pelos instruídos ou pelos íletrados. A crença é a capacidade e possibilidade de vida humana em todos os lugares.
O que é esta capacidade? Temos de interpretar o uso do verbo crer por seu uso constante e consistente na revelação do Novo Testamento. Tem de haver convicção antes que haja crença. A crença sempre está fundamentada na razão. Corno as pessoas podem crer se não ouviram? A convicção não é necessariamente a convicção da verdade da reivindicação; não é necessariamente a convicção de que o Evangelho operará. Pode haver fé antes de eu estar seguro de que o Evangelho vai operar. Com efeito, milhares de pessoas têm profunda convicção de que o Evangelho operará, as quais todavia nunca creram. A convicção necessária é a que tem em vista a necessidade experimentada e a reivindicação que o Evangelho faz, e ela deve ser posta à prova. Jesus disse aos que em certa ocasião o criticavam; "Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina, conhecerá se ela é de Deus ou se eu falo de mim mesmo" (Jo 7.17). Com certeza era uma prova perfeitamente justa. Aquele que põe à prova o Evangelho obedecendo-o, descobrirá se sua reivindicação de poder é acurada.
Quando o homem se convence de que, na presença de sua necessidade e da reivindicação que o Evangelho faz, ele deve pô-lo à prova, ele chegou à verdadeira atitude de mente na qual é possível ele exercer a fé. A fé, então, é volitiva. Esta é a responsabilidade central da alma. A fé não é um sentimento que vem surrupiando através da alma. A fé não é uma inclinação ao Senhor Jesus Cristo. A fé não é uma convicção intelectual. A fé é o ato volitivo que decide, na presença de grande necessidade e de grande reivindicação, pôr à prova essa reivindicação pela obediência a ela.
A conduta é a expressão resultante; a conduta que está de acordo com as reivindicações feitas pelo Evangelho, imediata c progressivamente. Qualquer que seja a proclamação que 0 Evangelho faça à alma, esta deve pôr à prova o Evangelho obedecendo-o. Invariavelmente, quando a alma sob convicção de pecado vai a Cristo, tudo é enfocado num ponto; e quando o Evangelho é obedecido haverá outras chamadas feitas à alma por este Evangelho, quais sejam, a chamada da pureza e da justiça como também da misericórdia e do amor. A fé é o ato volitivo que põe à prova o Evangelho pela obediência às suas reivindicações. Esta é a condição da apropriação.
A situação é iluminada para a alma investigativa pela palavra explicativa: "Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé". Esta é a exposição do que ele já escreveu concernente ao Evangelho, tanto no que toca à natureza do poder que é residente em si, quanto no que Doca à lei pela qual o poder é apropriado por cada pessoa individualmente. A declaração de que no Evangelho há uma revelação da justiça de Deus não significa que o Evangelho revelou o fato de que Deus é justo. Essa revelação precedeu em tempo o Evangelho; encontra-se na Lei; encontra-se na história humana; encontra-se em todos os lugares no coração humano.
Fora desse conhecimento vem a agonia da alma que vai à procura de um evangelho. A declaração significa claramente que o Evangelho revela o fato de que Deus coloca a justiça à disposição dos homens que em si mesmos são injustos; que Ele torna possível ao injusto tornar-se justo. Esta é a exposição da salvação. A salvação é a justiça tornada possível. Se você me disser que a salvação é a libertação do inferno, eu lhe direi que você tem um entendimento totalmente inadequado do que é salvação. Se você me disser que a salvação é o perdão de pecados, eu afirmarei que você tem uma compreensão muito parcial do que é salvação.
A menos que haja mais na salvação que libertação da pena e perdão das transgressões cometidas, então assevero solenemente que a salvação não pode satisfazer meu coração e consciência. Este 6 0 significado da carta que recebi: mero perdão de pecados e libertação da pena não podem satisfazer o mais profundo da consciência humana. Bem no fundo em comum na consciência humana há uma resposta maravilhosa ao que é de Deus. O homem pode não obedecê-lo, mas ali nas profundezas da consciência humana há uma resposta à justiça, uma admissão de sua chamada, sua beleza, sua necessidade. A salvação é tornar possível essa justiça. A salvação é o poder para fazer o bem. Por mais enfraquecida que a vontade esteja, por mais contaminada que esteja a natureza, o Evangelho surge trazendo aos homens a mensagem de poder que os capacita a fazer o bem. No Evangelho está revelada a justiça de Deus; e como o apóstolo argumenta e deixa bastante claro à medida que prossegue com a grande carta, é uma justiça que é colocada à disposição do injusto de forma que o ele possa se tornar justo no coração, pensamento, vontade e ação. A menos que isso seja o Evangelho, não há Evangelho. Paulo afirma que era o Evangelho que ele ia pregar em Roma.
Assim chegamos a uma frase que está cheia de luz. Ele nos diz que esta justiça ali revelada, revelada no Evangelho, é "de fé em fé"; e nesta frase ele nos fala exatamente como os homens recebem este poder. Ele já nos disse que é para todo aquele que crê, então nos faz uma exposição dessa frase. Assim como nos fez uma exposição da "salvação" conforme a revelação da justiça de Deus à disposição dos homens, agora ele nos faz uma exposição da frase "todo aquele que crê" na frase "de fé em fé".
A frase é ao mesmo tempo simples e difícil. Não há o que duvidar quanto à estrutura. Tomando a frase como está e olhando-a gramaticalmente à parte de seu contexto, é evidente que a segunda "fé" é fé resultante. A fé secundariamente referida origina-se na primeira. "De fé em fé". É fato surpreendente o quanto quase todos os expositores têm sido bem-sucedidos em passar apressadamente por esta frase. O que o apóstolo quis dizer? Ele quis dizer que é uma fé inicial por parte do homem, que resulta numa fé ainda mais firme? É possível; mas há outra explicação. Acredito que o apóstolo Paulo quis dizer que no Evangelho está revelado uma justiça que está à disposição do pecador, pela fé de Deus para a fé do homem. A fé de Deus produz fé no homem. A fé de Deus. Deve tal frase ser usada acerca dEle? Sem dúvida, se a fé é certeza, confiança e atividade fundamentada na confiança. A fé de Deus é fé em si mesmo, em seu Filho e no homem. Com base na fé de Deus em si mesmo, com base na sua fé em seu Filho e com base na sua fé no homem, Ele coloca através do Filho uma justiça à disposição do homem apesar do pecado. Esta fé de Deus torna-se, quando é apreendida, a inspiração de uma fé responsiva no homem.
Inspirado pela fé de Deus, eu confio nEle. Eu ajo em consonância com a fé que Ele demonstrou na história humana, pelo envio de seu Filho e por toda a provisão da graça infinita.
Volto-me para antes desta epístola e observo uma vez mais o Senhor Jesus como Deus me foi revelado por Ele; e é o que Ele sempre fez ao lidar com pecadores. Ele sempre pôs confiança neles para inspirar-lhes a confiança nEle. ''Se tu podes fazer alguma coisa'", disse um homem a Jesus— se tu podes! — Tudo é possível ao que crê" (Mc 9-22,23), foi a resposta dEle. Era a declaração do Senhor acerca da confiança que Ele tinha na possibilidade do homem que estava diante do sentimento da própria apavorante fraqueza. Há muitas ilustrações mais notáveis e excelentes no Novo Testamento. Ele sempre lidou com os homens com base na confiança que tinha neles; em todo o seu potencial, a despeito do fracasso; sempre na condição de que eles poriam uma confiança responsiva nEle. Ilustração suprema deste fato é oferecida no cenáculo na noite anterior à crucificação, quando Ele lidava com os discípulos à vista da proximidade de sua partida.
Observe atentamente a conversa do Senhor com Pedro. Pedro, exigindo entendê-lo, em agonia diante das incertezas que se lhe abatiam, disse: 'Senhor, para onde vais? Jesus lhe respondeu: Para onde eu vou não podes, agora, seguir-me, mas, depois, me seguirás. Disse-lhe Pedro: Por que não posso seguir-te agora? Por ti darei a minha vida. Respondeu-lhe:
Jesus: [...] Na verdade, na verdade te digo que não cantará o galo, enquanto me não tiveres negado três vezes. Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. [...] Vou preparar-vos lugar. E, se eu for, [...] virei outra vez e vos levarei para mim mesmo" (Jo 13-36-38;14.1-3).
Tiremos desta conversa seu valor central. É a confiança de Cristo. Ele disse a Pedro com efeito: "Eu sei o pior que está em você, as forças que você ainda não conhece que dentro de vinte e quatro horas o farão negar me,amaldiçoando e praguejando; eu sei o pior; mas se você confiar em mim, realizarei o melhor em você. Eu conheço o que há de melhor em você. Eu tenho perfeita confiança em você, contanto que você tenha confiança em mim".
Permitam-me fazer uma declaração superlativa. O que quer que pensemos sobre o gênero humano, Cristo julgou digno de morrer por ele! Ele acreditou nisso, apesar do pecado, apesar do fracasso indescritível do mundo. Em todas as histórias da Bíblia, quando Ele confrontou os pecadores, Ele acreditou neles. Ele conhecia a incapacidade deles. Ele sabia que de si mesmos eles não podiam fazer nada; mas Ele também sabia que neles estava o mesmo material do qual Ele poderia fazer os santos brilharem e cintilarem em luz para sempre. Apesar do dano do pecado, havia neles algo com que Ele podia lidar. Se posso tomar emprestado um termo inadequado usado pelos antigos teólogos, Deus crê na "salvabilidade" de todos os homens. Deus põe a justiça à disposição do homem pela fé nEle, no seu Filho e no homem, à cuja disposição Ele a coloca. Se isso for imediatamente percebido, os homens respondem à fé de Deus pela fé nEle.
Saiamos do âmbito da argumentação para o âmbito da experiência.
Todos os verdadeiros obreiros cristãos — homens e mulheres que sabem o que é realmente entrar em contato estreito com pecadores, a cujas vidas prestam assistência espiritual — descobriram que o modo de tirar os homens do lamaçal do desalento é fazê-los perceber que eles acreditam neles. O modo de erguer de volta a mulher que caiu em degradação é mostrar-lhe que você sabe que ela é capaz do mais sublime e do mais nobre no poder do Evangelho de Jesus Cristo. "De fé em fé''. Pela fé é revelada a justiça de Deus no Evangelho. Pela confiança que Deus põe em si mesmo e pela confiança que Ele tem no potencial de cada vida humana, Ele colocou a justiça à disposição do homem por Cristo. Ninguém jamais se aproveitará disso exceto pela fé. Ninguém pode se apropriar da grande provisão, a não ser quando responde de fé em fé. Assim que esta fé de Deus no homem é respondida pela fé do homem em Deus, então é estabelecido contato entre a dinâmica que é residente dentro de si mesmo e posto à disposição dos homens pelo mistério da paixão divina e pela fraqueza e incapacidade da alma humana.
Este era o Evangelho do qual Paulo não se envergonhava. Tal é o Evangelho. A precisão da teoria só pode ser demonstrada mediante os resultados. Este é o tema total. Estou aqui hoje ã noite para afirmai mais uma vez, e faço-o não mais como teoria, faço-o como experiência, falo deste momento em diante não como defensor, mas como testemunha, quando declaro que "o evangelho [...] é o poder de Deus para salvação". Por mais duro e severo que pareça a afirmação no presente instante, sou constrangido e compelido a asseverar que se o Evangelho não opera, a falha está no homem e não no Evangelho. Se não for verdadeiro, a história cristã é mentira. Se for verdadeiro, então todos os milhares e dezenas de milhares de seres humanos que durante dois milênios declararam que o Evangelho foi feito neles, foram lamentavelmente enganados ou muito misteriosamente cometeram fraude ao longo dos séculos e milênios. Se não opera, então o homem que afirma estar livre do ataque do pecado é mentiroso e está pecando em segredo. Ou esta declaração é verdadeira ou o Evangelho é um engano terrível e permite aos homens esconderem pecados secretos. Peço que você repense. Se você imaginou que não há dinâmica no Evangelho, repense, examine novamente a própria vida e descubra se você entrou ou não em linha com as reivindicações do Evangelho c cumpriu suas condições.
Eu afirmo que não é o bastante que o homem odeie o pecado e clame por ajuda; ele tem de se por em linha com o poder que opera; ele tem de cumprir as condições formuladas. Não é o bastante submeter-se ao Senhor; o homem também tem de resistir ao Diabo. Não é o bastante resistir ao Diabo; o homem também tem de se submeter ao Senhor. Há homens que se submetem c clamam por ajuda, mas não lutam contra as tentações. Eles nunca se apropriarão do poder. Há homens que lutam estrenuamente contra as tentações, mas nunca se submetem, nunca oram, nunca buscam ajuda. Jamais encontrarão libertação. "O evangelho [...] é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê". É no Evangelho que está revelado o fato de que a justiça como poder está à disposição dos pecadores pela fé de Deus no homem, inspirando a fé do homem em Deus.
Quando o homem descobre o poder deste Evangelho, ele faz tanto quanto se submeter imediata e completamente à sua reivindicação. Se este fosse o tempo e a ocasião, que não são, eu poderia chamar testemunhas. Elas estão nesta casa; homens que conhecem estas mesmas] tentações delicadamente referidas nesta carta, tentações sutis e insidiosas; mas que também sabem que o Evangelho significou para eles o poder que os permite fazer as coisas que eles queriam fazer, mas não podiam até que creram neste Evangelho.
Gostaria que minha última observação neste discurso fosse um apelo a todo aquele que está face a face com este problema. Meu irmão, Deus acredita em você, apesar de todo o pior que há em você. Deus conhece o que há de pior em você, melhor que você mesmo. Não obstante, Ele acredita em você; e porque Ele acredita no seu potencial, Ele proveu justiça no e pelo Filho do seu amor, e pelo mistério da sua paixão. Quero que você responda à fé de Deus em você pondo sua fé nEle e demonstrando a fé que você tem fazendo a próxima coisa em obediência. Você também descobrir que o Evangelho c o poder de Deus; não teoria, não inferência, mas poder, o qual entrando em sua vida, realiza através dela a obra de Deus e o faz experimentar todos os atributos da santidade, da justiça e da beleza sublime e eterna.
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