Certa vez encontrava-me em uma
reunião onde haveria uma campanha de cura, prosperidade e libertação, era um
pregador famoso, destes que fazem de Deus seu simples criado. Na reunião aonde
iria se tratar de nossa prosperidade, escutamos naquela noite os velhos
discursos de visualização (imaginar aquilo que eu desejo) e o poder da
confissão positiva (criar por meio da fé aquilo que eu desejei) etc., mas o que
me chamou a atenção naquela noite, foi a entrega dos envelopes para fazermos
uma oferta de sacrifício e levaríamos para nossas casas uma espécie de amuleto
com a frase “Jeová – Jire” para pendurarmos em nossa sala, como sinal que ali
haveria a provisão de Deus. Provisão de prosperidade vinculada a bens materiais.
Hoje noto a grande ênfase que
tais pregadores fazem de expressões como Jeová – Jire o Deus que provê, tirando
a mesma de seu contexto original e aplicando o conceito a uma vida onde Deus se
torna seu gênio da lâmpada. Por meio destes enganos tais lideres enganam e
iludem a muitos de uma forma descarada, eles esbanjam um estilo de vida luxuoso
e tentam nos iludir dizendo que tudo aquilo é possível por meio da fé.
A doutrina da providência de Deus
é respaldada pelas escrituras e a intenção dos teólogos é explicar como
Deus mantém este mundo. Mas o que os pregadores da teologia da prosperidade
querem dizer com a expressão “O Deus da provisão”, não tem nada haver com a
doutrina clássica da providência de Deus.
A expressão Jeová-Jire
encontra-se registrada em uma narrativa bíblica onde Deus prova seu servo
Abraão, pedindo para que ele sacrifique seu filho a Deus (Gn 22 1-3). Abraão
obedece a Deus e segue para o lugar indicado por Deus, no meio desta jornada
seu filho Isaque pergunta ao seu pai onde estava o cordeiro para o sacrifício
(Gn 22 6-7). Abraão diz ao seu filho que DEUS A DE PROVER um cordeiro para si
(Gn 22.8). Abraão então parte para sacrificar o seu filho diante de Deus, mas é
impedido, e ao ergue seus olhos, ele os vê um carneiro preso aos arbustos, ele
pega o carneiro e sacrifica no lugar de seu filho Isaque (Gn 22.9-13). Abraão
da um nome a este lugar onde tudo isto ocorreu – O Senhor Proverá... no monte do Senhor se proverá (Gn 22.14). Deus
então novamente reafirma a promessa feita a Abraão que todos os povos da Terra
serão abençoados por causa da promessa e principalmente deste ato (Gn
22.15-18).
Neste texto temos a mais linda
ilustração do que Deus faria para redimir os pecadores, sim temos ilustrado
neste texto a tipologia da morte substitutiva e expiatória de Jesus Cristo. O
texto é determinante quando diz que Deus
proverá para si um cordeiro, e Ele proveu, João Batista afirmou que Jesus
Cristo era o Cordeiro de Deus para tirar o pecado do mundo (Jo 1.29; veja tbm
Jo 3.16-17). Temos neste narrativa uma
ilustração sobre a obra da redenção algo belo demais para ser distorcido por
estes pregadores da teologia da prosperidade.
Neste maravilhoso texto temos,
Deus providenciando para si um sacrifico, temos um pai que não negou seu único
filho, temos a ilustração da substituição onde um inocente morre no lugar de
outra pessoa e por meio deste sacrifício todas as nações poderão ser abençoada. Amo as doutrinas da graça e tenho aversão à teologia da
prosperidade.
Como bem disse Paul Washer:
“Jeová-Jire não está falando
sobre provisões financeiras, carros ou qualquer outro tipo de prosperidade.
Antes esta expressão está sinalizando ou falando sobre o oferecimento de um
cordeiro. O Senhor providenciou um cordeiro que tinha de morrer sob a ira de
Deus”.
Sim estes falsos mestres estão
deturpando de uma forma descarada a verdadeira mensagem do evangelho. Eles não
são dignos de serem ouvidos.
Examinemos as escrituras e
deixemos que ela nos mostre o Cristo que morreu e ressuscitou e nos trouxe sua
eterna salvação.
Andrezinho rupereta.
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