Esse é o nome do
sistema de pensamento teológico que encontrou sua expressão máxima no grande
reformador suíço João Calvino (1509-64). O calvinismo também foi chamado de
doutrina da Reforma. Sua maior ênfase está na predestinação e na soberania de
Deus. Não devemos esquecer que esse sistema, além de suas particularidades,
defende aquelas doutrinas comuns a toda a história do cristianismo como a
veracidade das Escrituras, da Trindade e da Divindade de Cristo, seus milagres
sobrenaturais, a ressurreição de seu corpo etc. Sem essas doutrinas básicas e
fundamentais, uma doutrina não pode ser adequadamente chamada de Calvinista ou
Reformada.
Embora Calvino tenha
dado à doutrina da Reforma sua mais detalhada formulação, já fazia muito tempo
que sua teologia vinha sendo defendida e ele seria o primeiro a negar que a
tivesse inovado. Calvino foi procurá-la nos patriarcas da igreja e,
naturalmente, na Bíblia Sagrada. Sua teologia, assim como o ponto de vista que
lhe era mais adverso, atualmente chamado de Arminianismo, foram intensamente
discutidos durante a Idade Média na Igreja Latina. Agostinho foi um proeminente
protagonista da posição mais tarde defendida por Calvino. Na verdade, o
calvinismo é, muitas vezes, chamado de agostiniano.
No Concílio de Trento,
em 1545, a Igreja Católica Romana, em parte como uma reação aos reformadores,
adotou oficialmente o ponto de vista do Arminianismo. A opinião de Martinho
Lutero sobre a soberania de Deus era muito semelhante à de Calvino. Seu tratado
"The Bondage of the Will fala de maneira muito forte contra a total
devassidão. Mais tarde, o pensamento luterano sobre esse assunto inclinou-se
mais distintamente para o ponto de vista arminiano de Melancoton. Nos dias que
se seguiram à Reforma, uma reação que surgiu e se estabeleceu na Holanda, com
Jacob Arminius (1560-1609), defendia uma ênfase maior no livre arbítrio. Suas
cinco teses foram condenadas pelo Sínodo de DORT (1618) que formulou os famosos
cinco pontos do Calvinismo, representados pelo acrônimo TULIP no idioma inglês,
que em português seriam: total imoralidade, eleição incondicional, expiação
limitada (atualmente chamada, muitas vezes, de expiação definitiva), graça
irresistível e perseverança dos santos (ou como às vezes se diz, perseverança
de Deus nos santos).
Os mais proeminentes
credos calvinistas encontram-se na "Confissão de Westminster", no
"Catecismo de Heidelberg", na "Confissão Belga" e na
"Confissão de Scotch" de 1560. A posição arminiana foi
especialmente adotada no Metodismo.
A Calvinista nas igrejas:
Presbiteriana, Reformada, Igreja Episcopal mais tradicional e em muitas igrejas
Batistas mais antigas. Devemos nos lembrar de que o Calvinismo não rejeita o
livre arbítrio. Ele declara que a soberania de Deus se estende a todas as
coisas e pessoas, mas que seu soberano controle, de forma inescrutável, não
nega a livre ação moral do homem e a sua consequente responsabilidade. Deve-se
observar, também, que o problema da soberania e da liberdade não teve origem no
calvinismo, ou mesmo no cristianismo. Platão lutou com esse problema e concluiu
com a crença em um criador limitado por seus recursos refratários. Teólogos
muçulmanos também enfrentaram esse problema e adotaram a posição do fatalismo.
Calvino não se propôs a resolver o problema, mas a colocá-lo sob o foco das
Escrituras e deixá-lo ali, sem ir além do que está escrito.
R. L. H.
FONTE: DICIONÁRIO
BÍLICO WYCLIFFE; EDITORA CPAD; EDIÇÃO 2010.
ANDREZINHO
RUPERETA.
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