Introdução: Doença e saúde na história da redenção.
Devemos perceber a princípio que a doença física veio como resultado da queda de Adão, e as doenças são simplesmente parte da execução da maldição após a queda que finalmente conduzirá à morte física. Contudo, Cristo redimiu-nos dessa maldição quando morreu na cruz:
“certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou nossas doenças [...] e pelas suas feridas fomos curados” Is. 53.4,5.
Essa passagem refere-se tanto à cura física como espiritual que Cristo alcançou para nós, pois Pedro a cita para referir-se à nossa salvação:
“ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça; por suas feridas vocês foram curados” 1Pe. 2.24.
Mas Mateus cita a mesma passagem de Isaías com referência às curas físicas que Jesus realizou:
“Ao anoitecer foram trazidos a ele muitos endemoninhados, e ele expulsou os espíritos com uma palavra e curou todos os doentes. E assim se cumpriu o que fora dito pelo profeta Isaías ‘Ele tomou sobre sinas nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças’” Mt.8.16,17.
Todos os cristãos provavelmente concordariam que na expiação Cristo alcançou para nós não somente a liberdade completa do pecado, mas também a completa liberdade das fraquezas e enfermidades físicas em sua obra de redenção. E todos os cristãos concordariam também que a posse completa e plena de todos os benefícios que Cristo ganhou para a nós não virão até que Cristo retorne: é somente “quando ele vier”(1co.15.23) que receberemos nosso corpo ressurreto perfeito. Assim acontece também com a cura física e com a redenção de nossas doenças físicas que vieram como resultado da maldição em Gênesis 3. A posse completa da redenção das enfermidades físicas não será nossa até que Cristo retorne a até que recebamos nosso corpo ressurreto[i]. Mas a questão que nos conforta com respeito ao dom de cura é se Deus pode de vez em quando conceder-nos uma antevisão ou uma amostra inicial da cura física que ele vai nos conceder plenamente no futuro. Os milagres de cura de Jesus certamente demonstram que às vezes Deus deseja conceder um antegosto parcial da saúde perfeita que será nossa eternamente. E o ministério de cura visto dos apóstolos e de outros na igreja primitiva também indica que ele era parte do ministério da era da aliança. Como tal, ele se encaixa no padrão mais amplo de bênçãos da nova aliança, muitas das quais ou todas fornecem amostras parciais das bênçãos do Reino, mas essas bênçãos “não são plenamente nossas”.
Os propósitos da cura.
Da mesma forma que com outros dons espirituais, a cura tem diversos propósitos. Certamente ela funciona como “sinal” para autenticar a mensagem do evangelho, a fim de mostrar que o Reino de Deus chegou. A cura também traz conforto e saúde aos que estão doentes e, por isso, demonstra o atributo de misericórdia de Deus para com os que sofrem. Terceiro, a cura equipa as pessoas para o serviço à medida que os impedimentos físicos para ministrar são removidos. Quarto, a cura provê oportunidade para Deus ser glorificado à medida que as pessoas vêem a evidência física de sua bondade, amor, poder, sabedoria e presença.
O que dizer do uso dos remédios?
Qual é a relação entre a oração e a cura, o uso de remédios e a capacidade dos médicos? Certamente devemos usar o remédio se ele estiver disponível, porque Deus também criou as substâncias na terra que podem ser usadas para fazer remédio com propriedades curativas. Assim, os remédios devem ser considerados parte da totalidade da criação que Deus considerou muito boa (Gn. 1.31). Devemos de bom grado usar remédios com ação de graças ao Senhor, pois “do Senhor é a terra e tudo o que nela existe” (Sl. 24.1). De fato, quando o remédio está disponível e recusamos usá-lo (em casos nos quais essa atitude [colocaria nós mesmos ou outros em perigo), então parece que estamos erroneamente pondo “à prova o Senhor”, o nosso Deus (cf.Lc. 4.12). Isso é semelhante ao caso de Satanás tentando Jesus para que saltasse do templo em vez de descer os degraus. Saltar, quando havia meios normais para descer do templo (degraus), seria pôr Deus “à prova”, exigindo assim que ele realizasse um milagre naquele exato momento. Recusar-se a usar um remédio eficaz, insistindo em que Deus realize um milagre em vez de buscar a cura servindo-se do remédio, é muito similar a isso.
Obviamente é errado confiar em médicos ou em remédios em vez de confiar no Senhor, o erro drasticamente cometido pelo Rei Asa: “No trigésimo nono ano de seu reinado, Asa foi atacado por uma doença nos pés. Embora a sua doença fosse grave, não buscou a ajuda do Senhor, mas só dos médicos. Então, no quadragésimo primeiro ano do seu reinado, Asa morreu e descansou com seus antepassados”(2Cr.16.12-13). Mas remédios são usados juntamente com a oração, então devemos esperar que Deus abençoe e que muitas vezes multiplique a eficácia dos remédios (cf.1Tm.5.23). Mesmo quando Isaías havia recebido do Senhor uma promessa de cura para o Rei Ezequias, ele disse aos servos de Ezequias para trazerem pasta de figos para aplicá-la (como uso medicinal) na úlcera do rei:
“Então disse Isaías: ‘Preparem um emplasto de figos’. Eles fizeram e o aplicaram na úlcera; e ele se recuperou” (2Rs.20.7).
Contudo, às vezes não há remédio apropriado disponível, ou o remédio não funciona. Certamente devemos lembrar que Deus pode curar em situações nas quais os médicos e os remédios não podem ( e é espantoso perceber a freqüência com que os médicos não conseguem curar, mesmo nos países onde a medicina está mais avançada). Além disso, pode haver muitas ocasiões em que uma doença não nos coloca a nós ou a outros num perigo imediato, mas decidimos pedir a Deus para curar nossa doença sem o uso de remédios simplesmente porque desejamos outra oportunidade de exercitar a nossa fé e de lhe dar glória, ou talvez porque desejamos evitar gastar tempo e dinheiro em recursos médicos, ou ainda desejamos evitar os efeitos colaterais que alguns remédios produzem. Em todos esses casos, trata-se unicamente de uma questão de escolha pessoal que não parece colocar Deus “à prova”. (Contudo, a decisão de não usar remédio nesses casos deve ser uma escolha pessoal, e não uma imposição sobre outros.)
O NT mostra métodos comuns usados na cura?
Os métodos usados por Jesus e seus discípulos de trazer cura variavam de caso para caso, mas mais muitas vezes incluíam a imposição de mãos. Sem dúvida Jesus poderia ter dado uma ordem com uma palavra poderosa e ter curado todas as pessoas doentes numa multidão instantaneamente, mas, em vez disso, “ele os curou,impondo as mãos sobre cada um deles”Vem e impõe a tua mão sobre ela, e ela viverá” (Mt. 9.18). (Lc. 4.40). A imposição de mãos parece ter sido o meio mais importante que Jesus usou para curar, porque, quando lhe vinham e lhe pediam cura, elas não pediam simplesmente que ele orasse, mas diziam, por exemplo: “
Outro símbolo físico do poder do Espírito Santo para curar era a unção com óleo. Os discípulos de Jesus “expulsaram muitos demônios e ungiam muitos doentes com óleo, e os curavam” (Mc. 6.13). E Tiago diz aos presbíteros da igreja para ungir o doente com óleo enquanto oravam: “Entre vocês há alguém que está doente? Que ele mande chamar os presbíteros da igreja, para que orem sobre ele e o unjam com óleo, em nome do Senhor. A oração feita com fé curará o doente; o Senhor o levantará. E se houver cometido pecados, ele será perdoado” (Tg.5.14-15).
O NT freqüentemente enfatiza o papel da fé no processo da cura – algumas vezes a fé da pessoa doente (Lc. 8.48; 17.19), outras vezes a fé dos que trazem o doente para ser curado. Em Tiago 5.15 são os presbíteros que oram, e Tiago diz que é “a oração feita com fé” que salva a pessoa doente – essa, então, deve ser a fé dos presbíteros orando, não a fé daqueles que está doente. Quando os quatros homens baixaram a cama do paralitico através de um buraco no telhado até onde Jesus estava pregando, lemos: “Vendo a fé que eles tinham...” (Mc. 2.5). Em outras ocasiões Jesus menciona a fé da mulher Cananéia com respeito à cura de sua filha (Mt. 15.28) ou do centurião na cura do seu servo (Mt.8.10-13).
Como então devemos orar por cura?
Como então devemos orar com respeito as nossas doenças físicas? Certamente é correto pedir a Deus por cura, pois Jesus nos diz para orar: “livra-nos do mal” (Mt.6.13), e o apóstolo João escreve a Gaio: “Amado, oro para que você tenha boa saúde e tudo lhe corra bem, assim como vai bem a sua alma” (3Jo.2). Além disso, Jesus muitas vezes curou a todos os que lhe eram trazidos, e nunca despediu pessoas dizendo-lhes que era bom que permanecessem doentes por longo tempo! Jesus revela o caráter de Deus Pai para nós, e seu exemplo de cura cheia de compaixão exibe claramente a vontade de Deus na doença e na cura dela. Além disso, sempre que tomamos qualquer espécie de remédio ou procuramos qualquer ajuda médica para a nossa enfermidade, por essas ações admitimos que pensamos ser vontade de Deus procurarmos ficar livre da doença. Se pensássemos que Deus quer que continuemos doentes, nunca buscaríamos ajuda médica para cura! Assim, quando oramos parece correto pressupor primeiramente, a menos que tenhamos uma razão específica para pensar correto pressupor primeiramente, a menos que tenhamos uma razão específica para pensar de forma diferente, que Deus se agrada em curar a pessoa por quem oramos – até onde possamos dizer com autoridade da Escritura que essa é a vontade revelada de Deus.
Como, então devemos orar? Certamente é correto pedir a cura para Deus, e devemos nos aproximar dele com pedido simples para que ele dê saúde física em tempo de necessidade. Tiago nos adverte de que a simples incredulidade pode conduzir à falta de oração e à ausência de respostas às nossas orações: “Não tem, porque não pedem” (Tg.4.2). Mas quando oramos pedindo cura precisamos lembrar que devemos orar a Deus para que ele seja glorificado na situação, quer ele resolva curar ou não. E também devemos orar com a mesma compaixão que Jesus sentiu por aqueles por quem orou. Quando oramos assim, Deus às vezes – e talvez em muitas ocasiões – concede respostas às nossas orações.
Alguém pode argumentar neste momento que, da perspectiva pastoral, muitas pessoas são prejudicadas quando são encorajados a crer que um milagre de cura vai ocorrer e nada acontece – o desapontamento com a igreja e a ira contra Deus podem ser o resultado. Os que oram para pessoas serem curadas hoje precisam ouvir essa objeção e usar de sabedoria para saber o que dizer às pessoas que estão doentes.
Mas também precisamos perceber que há mais de uma espécie de erros cometidos: 1-Não orar por cura de forma alguma não é a solução correta, pois envolve desobediência ao ensino de Tiago 5.2; 2-Dizer às pessoas que Deus raramente cura hoje em dia e que não devem esperar nada acontecer também não é a solução correta, pois não proporciona uma atmosfera propícia para a fé e não está de acordo com o padrão que vemos no ministério de Jesus e da igreja primitiva do NT; 3-Dizer às pessoas que Deus sempre cura hoje se tivermos bastante fé é um ensino cruel que não tem apoio da Escritura.
A solução pastoral sábia, ao que parece, está entre os pontos 2 e 3 mostrados anteriormente. Podemos dizer às pessoas que Deus muitas vezes cura hoje (se crermos que isso é verdade) e que é muito possível que elas venham ser curadas, mas que estamos ainda vivendo em uma era em que o Reino de Deus “já” está presente aqui, mas “não está ainda” plenamente. Portanto, os cristãos nesta vida vão experimentar cura (e muitas outras resposta à oração), mas também poderão sofrer com a continuidade da doença e até a morrer. Em cada caso o individual é a sabedoria soberana de Deus que decide o resultado, e o nosso papel é simplesmente pedir-lhe e esperar sua resposta (seja “sim”ou”não”, ou “permaneça orando e esperando”).
Os que possuem “dons de curar” (uma tradução literal do plural de 1co.12.9,28) são os que observam que suas orações por cura são respondidas mais freqüentemente e de maneira mais completa que as dos outros. Quando isso se torna evidente, uma igreja mostra ser sábia quando os encoraja nesse ministério e lhes dá oportunidade para orar por outros que estão doentes. Devemos também perceber que os dons de curar podem incluir um ministério não somente em termos de cura física, mas também em termos de cura emocional. E, às vezes, podem incluir a capacidade de libertar pessoas do ataque demoníaco, pois isso também é chamado “cura” em algumas passagens da Escritura (v.Lc 6.18; At 10.38). Talvez os dons que demonstram capacidade de orar eficazmente em diferentes espécies de situações e por diferentes espécies de necessidades são ao que Paulo referiu-se quando usou a expressão no plural “dons de curar”.
Mas o que acontece se Deus não curar?
Devemos compreender, no entanto, que nem todas as orações pedindo cura serão respondidas nesta era. Nem sempre Deus vai conceder uma “fé” especial ( Tg.5.15) que ocasionará a cura, e às vezes Deus resolve não curar por causa de seus propósitos soberanos. Nesses casos devemos lembrar que Romanos 8.28 é ainda verdadeiro: embora experimentemos os “sofrimentos atuais”, e se é certo que “gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo” (Rm.8.18,23), ainda assim “sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos foram chamados de acordo com o seu propósito” (Rm.28). Isso também inclui as circunstâncias de sofrimentos e enfermidades. Durante tais situações podemos ser encorajados pelos exemplos de Paulo e de outros que, embora experimentassem milagres dramáticos, também experimentaram circunstâncias de doenças e sofrimentos (cf. 2co 4.16-18; 12.7-9; Fp. 2.25-27; 1tm 5.23; 2tm 4.20).
Quando Deus resolve não curar, ainda que lhe peçamos por cura, então é o correto dar “graças em todas as circunstâncias” (1Ts 5.18; cf. Tg 1.2-4) e perceber que Deus pode usar a doença para aproximar-nos mais dele e para aumentar nossa obediência à sua vontade. Assim, o salmista pode dizer:
“Foi-me bom ter eu passado pela a aflição, para que aprendesse os teus decretos”
Salmos 119.71 ARA
“antes de ser afligido andava errado, mas agora guardo a tua palavra”
Salmos 119.67 ARA.
Portanto, Deus pode aumentar nossa santificação valendo-se da enfermidade e do sofrimento - exatamente como ele pode trazer santificação e crescimento na fé por meio da cura miraculosa. Mas a ênfase do NT, tanto no ministério de Jesus como no ministério dos discípulos em Atos, parece ser a de encorajar-nos, na maioria dos casos, à vida e honestamente procura cura em Deus, e a seguir continuar a confiar nele para produzir o bem no meio da situação, concedendo cura física ou não. O importante é que em tudo Deus receba glória e que nossa alegria e confiança nele possam aumentar.
Texto retirado do “Manual de Teologia Sistemática – uma introdução aos princípios da fé cristã.” Paginas 459 -463; Editora Vida- www.editoravida.com.br
Andrezinho Rupereta
[i] Quando as pessoas dizem que a cura completa está “na expiação”, a afirmação é verdadeira em um sentido supremo, mas ela realmente não diz nada a respeito de quando receberemos “a cura completa” (ou mesmo parte dela).
Relating to cash, you'll find the actual projected purchases and then the unforeseen fees that will slide way up stealthily consuming usa altogether innocent. As an example, it's pοsѕible you'll have to deal with the necessity to travel to the troubled in comparison in your family group or even redo any pipe joints at your residence. Your car may perhaps reduce and may want important improvements or simply an individual or all your family members person may well slide not well requiring instantaneous medical assistance. All these make a cost on your own expense plan and you will need to have instant hard cash to wave you around till your following short term. We provide comfortable cash advance loans to help people organize financially unsettling scenarios.
performs exceptionally well with complimenting the suitable loan company considering the shopper on want. Most people fully grasp the value involving cooperating with loan companies who will be reliable, skilled not to mention meaning. We all take on time and effort selection loan providers for the purpose of experience ahead of such as these individuals in this particular circle. We offer the best base for one to pick the ideal loan merchant determined by your unique necessities.
Feel free to surf to my site - kredyty bez krd